Reunião interministerial destaca oportunidades de colaboração e investimentos entre Brasil e China para impulsionar setores-chave da infraestrutura.
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A mudança de foco econômico na China tem gerado oportunidades significativas para o Brasil fortalecer sua colaboração bilateral e receber investimentos estratégicos. Durante a reunião preparatória para a 7ª Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), autoridades brasileiras ressaltaram as perspectivas de investimentos chineses em infraestrutura e outros setores, destacando o potencial de benefícios mútuos.
Um dos setores prioritários para investimentos chineses é a infraestrutura, considerando o interesse da China em garantir suprimentos alimentares a preços acessíveis para atender sua vasta população de mais de 1,4 bilhão de habitantes. O Ministro dos Transportes, Renan Filho, ressaltou a correlação entre investimentos públicos e a capacidade de atrair investimentos privados, enfatizando a importância de criar condições propícias para atrair o interesse chinês.
Com um aumento substancial nos investimentos públicos projetados para 2023, o Brasil busca alinhar seu progresso econômico aos desejos da China de fortalecer o consumo interno e expandir suas importações a partir de parcerias em infraestrutura. A ligação entre os recursos públicos e o entusiasmo do setor privado foi destacada como um fator essencial para atrair investimentos estrangeiros.
A mudança no perfil econômico da China, passando de um foco predominantemente em investimentos internos para um enfoque no consumo interno, cria uma sinergia natural com as necessidades brasileiras. Sendo o maior produtor mundial de alimentos, o Brasil pode atender à demanda chinesa por produtos a custos competitivos. A busca chinesa por redução de custos nas importações apresenta oportunidades para o Brasil, principalmente em investimentos na infraestrutura de transporte.
Os projetos de infraestrutura, incluindo a expansão do modal ferroviário e o desenvolvimento de portos mais competitivos, são destacados como alvos principais para investimentos chineses. A conexão entre ferrovias e portos em todo o país oferece um amplo espectro de projetos elegíveis para colaboração e investimento. A criação de rotas bioceânicas e a interligação de regiões produtoras ao escoamento via modal ferroviário são componentes-chave dessa estratégia de desenvolvimento.
Além da infraestrutura, setores como transportes marítimos e aeroportos também despertaram o interesse de investidores chineses. A ampliação de capacidades aeroportuárias e a exploração do mercado de aviação interna são pontos de convergência promissores.
Em relação à Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), o Brasil prevê que a próxima sessão plenária ocorrerá no primeiro semestre de 2024. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, enfatizou a importância da China como principal parceiro comercial do Brasil e a necessidade de preparar uma agenda para fortalecer ainda mais essa parceria de longa data.
Neste ano, Brasil e China comemoram 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. A Ministra interina das Relações Exteriores, a embaixadora Maria Laura, enfatizou a importância da Cosban como um mecanismo fundamental para impulsionar o diálogo e a colaboração bilateral, destacando o trabalho conjunto de várias subcomissões temáticas.