Estimativa da Conab revela aumento de 18,4% na produção impulsionada por maior área plantada e melhor produtividade.
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Foto: Wenderson Araújo/Trilux |
Nesta quarta-feira, 6 de setembro de 2023, a companhia nacional de abastecimento (Conab) divulgou o 12º Levantamento da safra de grãos, revelando uma produção histórica de grãos no Brasil para a safra 2022/23, com um total estimado de 322,8 milhões de toneladas. Esse número representa um acréscimo notável de 50,1 milhões de toneladas em comparação com o ciclo anterior, um aumento impressionante de 18,4%.
A alta na produção é resultado de dois fatores-chave: o aumento da área plantada, que atingiu a marca de 78,5 milhões de hectares, e a significativa melhoria na produtividade média das lavouras, que saltou de 3.656 para 4.111 quilos por hectare.
A soja, um dos produtos mais importantes da agricultura brasileira, registrou uma produção recorde estimada em 154,6 milhões de toneladas, um aumento notável de 23,2%. A Conab observou que, embora o clima tenha apresentado alguns desafios, especialmente no Rio Grande do Sul, os efeitos do La Niña foram menos impactantes do que no ciclo anterior. Em outros estados, o clima foi geralmente favorável, apesar de alguns atrasos durante o plantio e a colheita.
A Conab explicou que “nesta temporada, a soja apresentou recuperação de produtividade em Mato Grosso do Sul, no Paraná e em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, também houve melhora no desempenho das lavouras, porém limitado devido às condições climáticas não favoráveis durante o desenvolvimento da oleaginosa.”
Além da soja, o milho também está prestes a alcançar sua maior colheita registrada na série histórica, com uma produção total de 131,9 milhões de toneladas, um aumento de 18,7 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior.
No entanto, a situação é diferente para o arroz e o feijão. A concorrência com culturas mais rentáveis levou a uma redução na área de plantio de ambos os produtos. Para o arroz, a melhoria na produtividade não conseguiu compensar a queda na área, resultando em uma diminuição na produção de 6,9%, totalizando 10 milhões de toneladas. Já para o feijão, o bom desempenho das lavouras garantiu uma colheita de 3,04 milhões de toneladas, um aumento de 1,7% em relação à safra anterior.
Entre as culturas de inverno, o trigo apresentou um crescimento significativo, com um aumento de 11,8% na área cultivada, atingindo 3,45 milhões de hectares e uma produção estimada de 10,82 milhões de toneladas, um aumento de 2,5% em relação à safra anterior.
A Conab ressaltou que os bons resultados da safra brasileira consolidam o país como o principal exportador de soja e milho na safra 2022/23. Estima-se que as exportações de soja atinjam 96,95 milhões de toneladas e as de milho alcancem cerca de 50 milhões de toneladas, superando as exportações dos Estados Unidos.
Além disso, o mercado internacional também é promissor para o farelo e o óleo de soja, com exportações estimadas em 21,82 milhões de toneladas e 2,6 milhões de toneladas, respectivamente.
Para o algodão, a produção recorde permitirá uma recomposição nos estoques finais de cerca de 59%, totalizando 2,1 milhões de toneladas, com expectativa de exportações de 1,7 milhão de toneladas nesta safra. O bom desempenho das exportações de algodão já foi evidenciado em agosto de 2023, com um aumento de 66,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com esses resultados positivos, a agricultura brasileira continua a desempenhar um papel crucial no mercado global de grãos e produtos agrícolas, consolidando sua posição como um dos principais atores no setor.