Presidente Lula parte para a Índia para marcar o início de um importante capítulo na história diplomática: O Brasil assumirá a presidência do G20

Brasil assume liderança no principal fórum de cooperação econômica internacional com foco em desigualdade, mudanças climáticas e governança global.

Lula
Foto: Ricardo Stuckert 
Logo após as comemorações do 7 de Setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), embarca para Nova Deli, na Índia, para marcar o início de um importante capítulo na história diplomática do Brasil. O país assumirá a presidência do G20, o principal fórum de cooperação econômica internacional, entre 1º de dezembro de 2023 e 30 de novembro de 2024. Durante este período, o presidente brasileiro liderará discussões que abordam três pilares centrais: a proteção da floresta Amazônica e a contenção das mudanças climáticas, o combate à fome e desigualdade, e a busca por uma nova governança global, incluindo reformas em organismos multilaterais como a organização das nações unidas (ONU).

O presidente Lula destacou sua preocupação com a desigualdade, seja de gênero, racial ou no acesso à saúde e à educação, como tema central de sua participação no G20. Ele enfatizou a necessidade de um mundo mais justo e igualitário. Além disso, o Brasil já possui protagonismo em vários foros internacionais, como a presidência do Mercosul e a recente sediação da Cúpula da Amazônia, o que contribuirá para o avanço das pautas propostas por seu governo.

O G20 reúne 19 países e a União Europeia, representando tanto nações desenvolvidas quanto o novo Sul Global. Esses países, que incluem África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, representam quase 80% do produto interno bruto (PIB) mundial e 70% da população global, além de concentrarem cerca de 75% do comércio internacional.
As três principais agendas do Brasil no G20 convergem para a busca pelo fim da desigualdade, abordando não apenas aspectos financeiros, mas também a responsabilização pelas mudanças climáticas e a promoção de equidade nos debates internacionais entre países. O internacionalista Antonio Jorge Ramalho da Rocha, professor do instituto de relações internacionais da universidade de Brasília (UnB), ressalta que essas são demandas contínuas que podem ser progressivamente reduzidas, mas que também dependem da orientação política e do engajamento das lideranças.
Um dos aspectos destacados por Rocha é a reforma do conselho de segurança da ONU, uma demanda defendida pelo presidente Lula para tornar o sistema mais representativo e inclusivo. No entanto, ele ressalta a falta de consenso entre os países com poder de veto para realizar essa reforma.
A busca por uma nova governança global também é parte importante da agenda diplomática brasileira, visando um equilíbrio maior nos organismos multilaterais e uma maior integração do sul global. O Brasil já exerce a função de membro não permanente do conselho de segurança da ONU desde 2022, o que lhe confere a responsabilidade de participar de decisões sobre conflitos e operações internacionais de paz.
Neste contexto, a liderança brasileira no G20 se fortalece ainda mais com a expansão do Brics, que agora inclui seis novos membros: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia, ampliando o peso do Sul Global na agenda diplomática internacional. O Brasil, sob a liderança do presidente Lula, se apresenta como um ator importante na busca por soluções globais para desafios prementes, promovendo a justiça social e a igualdade em âmbito internacional.
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