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Governo discute possível exploração de petróleo na margem equatorial do país

Presidente Lula afirma que decisão está próxima e ressalta preocupação com o meio ambiente.

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Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que o governo federal encontra-se em um “processo de discussão interna” acerca da viabilidade da exploração de petróleo na margem equatorial do país. A decisão sobre esse tema deve ser tomada em breve.
Em entrevista às rádios da Amazônia, Lula esclareceu que o estudo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) referente à exploração na costa do Amapá ainda não é definitivo. Ele ressaltou que, caso as pesquisas confirmem a existência de recursos na região, será necessário discutir cuidadosamente como explorá-los sem causar danos ambientais.
A região em questão abrange as costas do Norte e do Nordeste do Brasil, situada entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, sendo chamada de “margem equatorial” devido à sua localização próxima à linha do Equador.
Em 29 de março, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu o projeto da estatal de explorar jazidas de petróleo e gás nessa região. Contudo, a iniciativa tem sido alvo de críticas devido aos riscos ambientais envolvidos na exploração de jazidas em águas profundas da bacia do Rio Amazonas.
Para que a operação seja realizada, é essencial obter o aval do Ibama, que negou pedidos de licença feitos por multinacionais na década passada. Como resultado dessas negativas, os contratos que haviam sido arrematados em leilão foram repassados à estatal brasileira.
O governo se encontra em um momento decisivo em relação a esse assunto de relevância nacional, equacionando as perspectivas econômicas e as questões ambientais, em busca de uma solução que concilie o desenvolvimento energético com a preservação do meio ambiente.
Plataforma de Petróleo

Brasil receberá 23 novas plataformas de petróleo e gás entre 2023 e 2028, gerando mais de 21 mil empregos

Estado do Rio de Janeiro concentrará a maior parte das novas unidades estacionárias de produção, aponta Anuário de Petróleo 2023 da Firjan.

Plataforma de Petróleo
Foto: Roberto Rosa/ Petrobras
No período entre 2023 e 2028, o Brasil contará com a entrada em operação de 23 novas Unidades Estacionárias de Produção (UEPs), plataformas destinadas à produção de petróleo e gás. Essa informação consta no Anuário de Petróleo 2023, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Do total de UEPs, 19 ficarão localizadas no estado do Rio de Janeiro, uma em São Paulo, uma no Espírito Santo e duas em Sergipe.
Essas 23 plataformas de produção serão responsáveis por criar aproximadamente 21 mil novos postos de trabalho, sendo 6,9 mil empregos diretos nas plataformas e 13,8 mil empregos indiretos em diversos segmentos da cadeia produtiva. Essa cadeia engloba atividades como apoio marítimo, manutenção e reparo, escoamento da produção, reposição de equipamentos e peças, operações portuárias, bases de apoio e transporte de passageiros.
O especialista de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Sávio Bueno, destacou que esse número de empregos não leva em conta o efeito multiplicador na economia, incluindo o impacto nos setores de hotéis e comércio, por exemplo. Já o gerente de Projetos de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, Thiago Valejo, prevê que mais de 17 mil postos de trabalho serão criados no território fluminense.
O mercado de trabalho no país será movimentado com a entrada em operação das novas plataformas, oferecendo oportunidades de remuneração elevada tanto para profissionais com formação superior quanto técnica. De acordo com levantamento da Firjan, os salários médios iniciais no setor de extração de petróleo e gás alcançam R$ 13.685. Thiago Valejo ressalta que a maioria das atividades exige um nível tecnológico elevado.
Para atender à demanda das empresas que atuam na exploração de petróleo e gás, a Firjan identificou as principais formações profissionais procuradas. As engenharias mecânica, química e elétrica, administração, economia e contabilidade são as áreas mais destacadas para nível superior, enquanto especialistas em mecânica, eletrônica, mecatrônica, automação e elétrica são os mais buscados em nível técnico.

Produção

Quanto à produção, Sávio Bueno informa que até o final da década, a produção nacional de petróleo deverá alcançar cerca de 4,8 milhões de barris diários, um número significativamente superior aos 3 milhões de barris/dia atuais. A maior parte dessa produção será concentrada no estado do Rio de Janeiro, que já detém 85% da produção nacional e tem potencial para atingir mais de 90% até 2025. Mesmo com a entrada em operação das novas UEPs em São Paulo, Espírito Santo e Sergipe, e com o declínio dos campos da Bacia de Campos, o Rio de Janeiro deverá manter uma parcela expressiva na produção de petróleo e gás, representando entre 87% e 88% em 2030.