Bolsonaro

Ex-presidente Bolsonaro vira réu por incitação ao crime de estupro

Decisão formaliza acusação contra Bolsonaro, que havia feito comentários desrespeitoso a deputada Maria do Rosário, em 2014

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Foto: Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou réu por incitação ao crime de estupro em decorrência de declarações polêmicas proferidas em 2014, quando era deputado federal. O juiz Omar Dantas de Lima, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), proferiu a decisão.
Na ocasião, Bolsonaro fez um discurso na Câmara dos Deputados afirmando que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada, alegando que a considerava “muito feia” e que ela “não fazia” seu “tipo”. É importante destacar que, até o momento, o ex-presidente não foi condenado pelos crimes imputados, uma vez que a ação penal aberta pelo TJDFT apenas formaliza a acusação contra ele.
Em junho de 2016, o então deputado Jair Bolsonaro tornou-se réu em duas ações penais pelo mesmo caso, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira turma da Corte considerou que, além de incitar a prática do estupro, Bolsonaro ofendeu a honra da colega parlamentar.
Entretanto, em 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, as ações penais foram suspensas devido à imunidade prevista na Constituição, que impede o presidente em exercício do mandato de ser processado por atos anteriores.
Recentemente, em junho deste ano, o ministro Dias Toffoli, do STF, acatando um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), determinou que a ação penal por incitação ao crime de estupro em que Bolsonaro é réu fosse encaminhada para a Justiça do Distrito Federal. Com o ex-presidente não mais gozando de foro privilegiado, a PGR argumentou que os casos deveriam prosseguir na primeira instância, não cabendo mais a atuação do Supremo Tribunal Federal nesse contexto.
Mauro Cid

Mauro Cid revela encontro de Bolsonaro com militares para avaliar golpe após derrota em 2022

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro detalhou reunião com cúpula militar e entrega minuta de decreto para convocar novas eleições

:Mauro Cid
Foto: Pedro França/Agência Senado
Em uma reviravolta nas investigações em curso, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou detalhes sobre reuniões secretas entre o ex-presidente e  militares e a entrega de uma minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários, após a derrota no segundo turno das eleições de 2022. 
As revelações foram feitas em um dos depoimentos que compõem a delação premiada firmada entre Mauro Cid e a Polícia Federal (PF), e foram divulgadas pelo colunista Aguirre Talento, do UOL. De acordo com o relato de Cid, Bolsonaro recebeu das mãos do seu assessor, Filipe Martins, o mencionado documento durante uma reunião que aconteceu após a derrota eleitoral. 
O ex-presidente teria submetido o conteúdo do decreto em uma conversa com militares de alta patente. Entre os presentes, o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria se manifestado favorável ao plano golpista, embora não tenha havido adesão do Alto Comando das Forças Armadas.
Mauro Cid, que esteve presente em ambas as reuniões – tanto na entrega do documento quanto no encontro entre Bolsonaro e os militares -, revelou aos investigadores que suspeita que essas articulações podem ter resultado nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.
A revelação de Mauro Cid levou os investigadores a realizar diligências adicionais para verificar as informações apresentadas pelo tenente-coronel. Cid pode ser convocado novamente para prestar esclarecimentos complementares às autoridades.
Segundo o colunista Aguirre Talento, Mauro Cid também informou que Filipe Martins teria levado um advogado especializado em Direito Constitucional para uma reunião com Bolsonaro no final do ano passado, juntamente com a presença de um padre. No entanto, Cid afirmou que não se recorda dos nomes dos envolvidos.
Notavelmente, no depoimento, Cid mencionou que Bolsonaro recebeu o documento, mas não manifestou sua opinião sobre o plano golpista. A Polícia Federal investiga se essa minuta é a mesma encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
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Jair Bolsonaro é internado em Brasília após desconforto intestinal

Ex-presidente passou por lavagem intestinal e exames do tráfego digestivo, recebendo alta ainda na mesma noite

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Foto: Evaristo Sá/AFP
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) foi internado novamente em Brasília na noite desta quarta-feira (20), após apresentar “desconforto intestinal”. Bolsonaro realizou uma lavagem intestinal e exames do tráfego digestivo no Hospital DF Star e recebeu alta ainda no mesmo dia.
A informação foi divulgada por Fabio Wajngarten, advogado e assessor do ex-presidente, que atribuiu o quadro médico de Bolsonaro à facada que ele sofreu durante a campanha eleitoral de 2018.
O ex-presidente já passou por sete cirurgias desde o atentado. As duas cirurgias mais recentes foram realizadas em 12 de setembro no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com o objetivo de corrigir uma hérnia de hiato e realizar um desvio de septo para melhorar a respiração. Após essas cirurgias, Bolsonaro se hospedou no Palácio dos Bandeirantes, residência oficial do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Segundo Fabio Wajngarten, Bolsonaro também retornou ao otorrinolaringologista na terça-feira (19) pela manhã em São Paulo para realizar limpeza e aspiração do nariz em razão da cirurgia mais recente no local. O ex-presidente passará por uma nova avaliação na próxima semana.
Em janeiro deste ano, Bolsonaro foi operado nos Estados Unidos devido a dores abdominais causadas por uma aderência em uma hérnia incisional. Além disso, em setembro de 2019, quando o atentado a faca completou um ano, ele também foi operado. As outras três cirurgias aconteceram em dias posteriores ao atentado, enquanto ele estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora e no Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo, sendo necessárias para corrigir perfurações nos intestinos.
Alexandre de Moraes

Ministro Alexandre de Moraes proíbe Ex-Ajudante de ordens de Bolsonaro de ter contato com investigados e Ex-Presidente

Decisão baseia-se em relatório da polícia federal que aponta conversas sobre atos antidemocráticos.

Alexandre de Moraes
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/AGB
O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma decisão na última sexta-feira proibindo Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, de manter qualquer forma de contato com o próprio ex-presidente, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, assim como com investigados nos inquéritos relacionados a desvios de presentes de governos estrangeiros durante a gestão de Bolsonaro e aos eventos golpistas de 8 de janeiro.
Além das restrições acima, a decisão do ministro também estende a proibição de contato a Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid. Atualmente detido em Brasília, Mauro Cid é alvo de investigações referentes à alegada fraude no cartão de vacinação de Jair Bolsonaro.
A determinação de Moraes tem por base um relatório da Polícia Federal que destaca conversas encontradas durante a análise pericial do celular de Mauro Cid. Estas mensagens abordam diálogos que supostamente incitam atos antidemocráticos em reação ao resultado das eleições presidenciais de 2022, as quais culminaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
No decorrer do dia, Mauro Cid compareceu para prestar depoimento perante a Polícia Federal (PF), abordando a suposta visita do hacker Walter Delgatti ao então presidente Bolsonaro no ano anterior, no Palácio da Alvorada, durante o período eleitoral.
A decisão de Moraes visa garantir a integridade das investigações em curso e prevenir possíveis interferências nos processos judiciais relacionados aos inquéritos em questão.
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Bolsonaro é intimado pela PF em investigação de grupo golpista de empresários no WhatsApp

Ex-presidente alega “troca de informações” em conversas particulares, mas nega participação no grupo em questão.

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Foto: Divulgaçao

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi oficialmente intimado pela Polícia Federal (PF) para prestar depoimento no âmbito de um inquérito que investiga um grupo composto por empresários suspeitos de atividades golpistas no WhatsApp. O mandado de intimação foi emitido como parte das diligências em curso para esclarecer a extensão da participação de Bolsonaro nas atividades do grupo.
Em uma declaração à Jovem Pan News, concedida na última terça-feira (22/8), Bolsonaro expressou sua desaprovação pela situação, afirmando sentir “vergonha” por ser questionado sobre o assunto. O ex-presidente, no entanto, ressaltou que não fazia parte das conversas mantidas entre os membros do grupo investigado, contradizendo os indícios apurados pela PF.
Apesar de negar sua vinculação direta ao grupo, Bolsonaro admitiu ter “trocas de informações” em conversas particulares com os empresários em questão. Ele explicou que a PF busca ouvi-lo a respeito de uma mensagem compartilhada por ele, mas que não foi de sua autoria. O ex-presidente alega ter solicitado aos seus advogados o acesso prévio aos documentos relacionados ao processo antes de prestar o depoimento.
“Nunca participei desse grupo, trocava informações. Investigaram seis empresários, tiraram o restante e ficaram esses dois. Me chamaram para me ouvir sobre uma mensagem que compartilhei, a qual originou da imprensa. Não fui eu que a escrevi, se for isso que estou pensando”, esclareceu Bolsonaro em suas declarações ao jornal.
A PF tem prosseguido com a investigação de forma diligente, visando esclarecer as conexões e extensão da participação de cada indivíduo envolvido no grupo. A intimação de Bolsonaro ressalta a importância das diligências e da colaboração com as autoridades no esclarecimento de atividades suspeitas.

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Mensagens no celular de Mauro Cid reforçam acusações contra Bolsonaro sobre esquema de joias

Provas recuperadas pela Polícia Federal indicam conhecimento do ex-presidente sobre esquema de vendas

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Foto: Dida Sampaio/Estadão
Mensagens extraídas do celular do tenente-coronel, confiscado pela Polícia Federal (PF), em maio deste ano, e divulgadas ontem (20), pelo “Fantástico”, forneceram indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha ciência do esquema de venda de joias. A perícia em dispositivos móveis ainda não foi concluída pela PF. 
Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra de sigilo bancário do ex-presidente e de Michelle Bolsonaro. A matéria veiculada apresentou parte da perícia realizada nas joias e presentes concedidos ao ex-presidente pela Arábia Saudita. A Polícia Federal informou que está monitorando outros bens oferecidos a Bolsonaro pelo governo saudita.
Ao todo, as joias apreendidas chegam a R$ 6 milhões, conforme informou os peritos responsáveis pelo caso. Apenas o colar mandado para a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, custa R$ 4,15 milhões. “Nossa, são excelente qualidade!”, disse a perita Fernanda Claas sobre os itens.
A defesa de Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, optou por não se pronunciar sobre o assunto. Enquanto isso, o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro informou que assumirá também a defesa de Michelle Bolsonaro, mas adiantou que não emitirá comentários por enquanto a respeito da ex-primeira-dama
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Autoridades Brasileiras Monitoram Possível Risco de Fuga de Bolsonaro em Meio a Escândalos

Declarações recentes de Bolsonaro acendem alerta; Supremo Tribunal Federal recebe pedido de medida cautelar.

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Foto:Isac Nóbrega/PR 
Membros do governo brasileiro e do sistema judiciário estão atentos a um possível cenário de fuga envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, figura central em um escândalo de venda de joias adquiridas como presentes e sob suspeitas de interferência nas eleições de 2022. Suas recentes declarações têm levantado preocupações, tanto no Executivo quanto no Supremo Tribunal Federal (STF), onde foi apresentado um pedido para reter seu passaporte.
Conforme reportado ao UOL, altos escalões do Executivo expressaram preocupação após as palavras de Bolsonaro sobre “correr risco” no Brasil. O STF também compartilha desta apreensão. Um requerimento foi protocolado na corte, solicitando a retenção do passaporte do ex-presidente. A ação partiu da deputada Erika Hilton e do deputado Pastor Henrique Vieira, ambos membros da CPMI.
O pedido apresentado à corte destaca: “Diante das razões e elementos que sugerem que Jair Messias Bolsonaro possa planejar deixar o país para evitar a jurisdição criminal brasileira, requeremos sua inclusão neste inquérito e a adoção das seguintes medidas cautelares:”Proibir Jair Messias Bolsonaro de sair do país e intimá-lo a entregar seus passaportes em até 24 horas.
Caso as medidas acima não sejam cumpridas, realizar busca e apreensão de passaportes, armas, dispositivos eletrônicos e outros materiais relacionados.
Realizar busca pessoal e, se necessário, apreensão de armas e objetos em locais de hospedagem temporária.
O alerta foi acionado devido a uma declaração recente de Bolsonaro, proferida durante um evento em Goiás, na qual ele mencionou “riscos” no Brasil. Embora não esteja sob investigação oficial ou convocado para depor, a preocupação é que ele possa deixar o país a qualquer momento, sem impedimentos.
A situação é acompanhada de perto, especialmente pelo Itamaraty, onde surge a preocupação de que sua fuga poderia levar o Brasil a solicitar sua extradição, caso ele seja alvo de denúncia. Isso poderia desencadear uma crise diplomática, dependendo do destino e das ligações com partidos de extrema direita.
Fontes diplomáticas no Itamaraty observam a possibilidade de Bolsonaro buscar países do Golfo Pérsico como rota de fuga, considerando suas relações próximas com essa região durante seu mandato. Além disso, existe especulação sobre a possibilidade de buscar nacionalidade estrangeira, tendo em vista sua cidadania honorária na Itália.
Bolsonaro e Cid

Ex-presidente Bolsonaro enfrenta acusações de venda de joias e atribui responsabilidade a ex-ajudante de ordens

Investigação da Polícia Federal foca em venda de joias de governos estrangeiros, enquanto Bolsonaro alega que ex-ajudante tinha autonomia nas ações.

Bolsonaro e Cid
Foto: Caio Rocha/Shoot/ AG
Nos últimos dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido o foco de escândalos em Brasília, relacionados à venda de joias presenteadas por governos estrangeiros, as quais teriam sido desviadas do acervo da União. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, surge como peça-chave nesse episódio, enquanto o ex-presidente tenta se desvencilhar das possíveis acusações.
Ao ser questionado sobre a questão, Bolsonaro afirmou em entrevista ao Correio que o tenente-coronel Mauro Cid tinha autonomia em suas ações e que ele mesmo não teria ordenado a venda das joias. Em suas palavras: “Ele tinha autonomia. Eu não mandei ele vender nada. Joias é tudo como (item) personalíssimo, ou seja, é do presidente”. O ex-presidente alegou que o tempo esclarecerá os detalhes da investigação da Polícia Federal.
Entretanto, o cenário parece ter se complicado com as declarações do advogado de Mauro Cid, Cezar Bitencourt, à revista Veja. Inicialmente, Bitencourt afirmou que seu cliente confessaria a venda das joias e a entrega dos valores em espécie para Bolsonaro. No entanto, posteriormente, o advogado mudou sua versão, alegando que o tenente-coronel não iria “dedurar” o ex-presidente.
Bolsonaro também comentou sobre a legislação em torno dos itens personalíssimos, afirmando que a portaria de 2018 do governo Temer permitiria que as joias fossem de uso pessoal. Porém, durante sua própria gestão em 2021, essa portaria foi revogada e as joias recebidas voltaram a ser consideradas patrimônio da União. O ex-presidente ressaltou as dificuldades de lidar com presentes recebidos, alegando que possuía nove mil itens, sendo metade deles camisetas e bonés.
O desenrolar desse caso levou a uma investigação mais aprofundada, resultando na quebra de sigilos fiscais e bancários do ex-presidente e sua esposa, Michelle Bolsonaro. Tal medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro admitiu que a situação é incômoda, porém, afirmou “não ter problema” com as investigações em curso. Enfrentando especulações sobre a possibilidade de prisão, ele respondeu que está sob pressão desde antes de assumir a Presidência.
Nesse contexto de acusações e investigações, a verdade por trás das ações envolvendo a venda das joias e seu possível desvio do acervo da União continua a ser esclarecida, enquanto o ex-presidente Bolsonaro busca se desvincular de qualquer responsabilidade direta no caso.
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Hacker Walter Delgatti afirmou ter reuniões com Bolsonaro no Ministério da Defesa para manipulação de urnas eletrônicas

Depoimento na CPMI do 8 de Janeiro expõe suposto pedido do ex-presidente para adulterar urnas eletrônicas e envolvimento em ações ilícitas

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Foto: Reprodução/Senado
Nesta quinta-feira (17), o hacker Walter Delgatti, figura central nas investigações envolvendo supostas irregularidades nas urnas eletrônicas, prestou depoimento nesta quinta-feira à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Delgatti revelou que, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esteve no Ministério da Defesa em quatro ocasiões ao longo de 2022, em um contexto relacionado ao sistema eleitoral do Brasil.
Segundo o hacker, Bolsonaro teria solicitado a manipulação dos resultados de uma urna eletrônica utilizando um “código-fonte fake”, visando a evidenciar a suposta vulnerabilidade do sistema eleitoral nacional. A revelação expôs o teor dos encontros entre Delgatti e Bolsonaro, nos quais teriam discutido ações que impactariam diretamente o processo eleitoral.
Além disso, o Delgatti declarou ter recebido um pedido telefônico do então presidente para assumir a autoria de um grampo realizado contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele ainda afirmou que a conversa com Bolsonaro resultou em um acordo para que ele atuasse sobre as urnas eletrônicas, após um encontro ocorrido em 8 de agosto no Palácio da Alvorada.
O depoimento trouxe à tona informações relevantes, incluindo a alegação de que Bolsonaro teria assegurado a concessão de um indulto caso Delgatti fosse descoberto. A relatora da CPMI questionou Delgatti sobre o número de vezes que ele esteve no Ministério da Defesa, e o hacker admitiu ter visitado o local em cinco ocasiões distintas.
Em sua declaração, Delgatti alegou que Bolsonaro justificou as ações como um esforço para “salvar o Brasil” e preservar a “liberdade do povo”, evitando uma possível “ruptura” no país. O hacker afirmou que o ex-presidente lhe conferiu “carta branca” para agir, mesmo que isso envolvesse práticas ilegais.
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Polícia Federal solicita quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro

Investigação busca esclarecer transações suspeitas envolvendo joias durante o mandato.

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Foto:  Alan Santos/PR
A Polícia Federal (PF) deu mais um passo na investigação sobre possíveis transações ilegais envolvendo joias durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Após a recente operação que resultou em buscas e apreensões no endereço do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, bem como na residência de seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, a PF solicitou à Justiça a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-presidente.
A operação da PF tem como foco apurar se militares ligados ao ex-presidente estiveram envolvidos em negociações de joias de forma ilegal, possivelmente ultrapassando a cifra de R$ 1 milhão em valor total. As joias em questão foram originalmente apresentadas como presentes para a Presidência durante o período de mandato de Bolsonaro. Conforme as regras estipuladas, tais itens deveriam ser incorporados ao patrimônio do Estado, não a indivíduos.
O cerne da investigação se concentra na rastreabilidade dos recursos envolvidos nas transações das joias. A Polícia Federal busca esclarecer se o dinheiro proveniente das negociações foi direcionado ao ex-presidente Bolsonaro e, adicionalmente, se os fundos para a recompra das joias tiveram origem no próprio ex-presidente.
Contudo, vale ressaltar que a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro requer autorização judicial para prosseguir. Ainda assim, a ação da Polícia Federal representa um avanço significativo na busca por esclarecimentos sobre as operações financeiras ligadas às joias em questão.
As informações até o momento foram divulgadas pelo portal G1 e sinalizam a continuação de um processo de investigação que visa lançar luz sobre a legalidade das transações e a possível utilização indevida de recursos públicos. A sociedade aguarda as próximas etapas dessa investigação, agindo como elemento crucial na preservação da transparência e da justiça nas ações governamentais.