Relacionamento abusivo de 16 anos resulta em agressões físicas e psicológicas, culminando em ameaças com arma de fogo.
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A policial militar Renata Figueiredo, lotada no 9º Batalhão da Polícia Militar de Alagoas, recentemente expôs sua situação de violência doméstica em um vídeo divulgado nas redes sociais. Aos 37 anos, Renata denuncia seu ex-marido, com quem compartilhou um relacionamento de 16 anos marcado por abusos físicos e psicológicos.
O ponto crítico ocorreu no início deste mês, na cidade de Araripina, no Sertão de Pernambuco. Renata relata que, durante uma conversa para pôr fim ao relacionamento, seu ex-marido a ameaçou com uma arma apontada para sua cabeça. A rápida intervenção da filha do casal evitou uma tragédia iminente. Com dois filhos frutos dessa união, Renata alega que a decisão de encerrar o relacionamento foi motivada por contínuos abusos e traições.
O incidente ocorreu na presença dos filhos, da sogra e de amigos do casal. A policial, mesmo sob pressões para alterar seu depoimento, permanece firme em sua versão dos eventos. “Não fui eu quem atirou, foi ele! Ele estava armado, e apesar de todas as pressões, minha versão permanece a mesma”, enfatizou Renata.
A advogada de Renata, Thyale Chabloz, revelou ao portal TNH1 que o ex-marido efetuou disparos para o alto durante o confronto com a policial. Os tiros chamaram a atenção dos moradores locais, resultando na intervenção da polícia. Chabloz também ressaltou que o empresário possui influência significativa em Araripina.
Após o incidente, o homem foi detido em flagrante e posteriormente liberado mediante pagamento de fiança de R$ 3 mil. A Polícia Civil de Pernambuco informou que o caso foi registrado e que o ex-marido foi autuado por ameaça por violência doméstica/familiar e por disparo de arma de fogo. A corporação assegurou que ele permanecerá à disposição da Justiça.
Em um desabafo corajoso compartilhado nas redes sociais no último domingo, Renata expôs a natureza abusiva de seu relacionamento. Ela revelou ter enfrentado uma série de abusos ao longo dos 16 anos ao lado do ex-marido. “Estou aqui por temer pela minha vida. Sinto a responsabilidade de compartilhar minha história, esperando que este vídeo possa encorajar mulheres, mães e vítimas de violência doméstica”, declarou Renata.
“Começamos do zero, não tínhamos nada. Cheguei a vender maracujá na feira até conseguirmos abrir nossa primeira loja. Sempre o apoiei, mas nunca recebi apoio em troca. Quando me formei na faculdade, ele não compareceu à minha cerimônia. Quando passei na academia de polícia, ele fez de tudo para me fazer desistir. E agora ele tenta tomar tudo de mim”, concluiu Renata, em um testemunho que lança luz sobre a persistente luta contra a violência doméstica.