Recuo nos demais índices e queda na utilização da capacidade instalada preocupam o setor industrial.
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O faturamento real da indústria de transformação apresentou um avanço de 1% em junho deste ano na comparação com maio, conforme divulgado pelos Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (3). No entanto, quando comparado com o mesmo mês de 2022, o faturamento se manteve estável.
Apesar do crescimento no faturamento, outros indicadores revelam uma tendência de perda de dinamismo no setor industrial ao longo de 2023. De acordo com o relatório da CNI, os índices de rendimento médio real, massa salarial real e horas trabalhadas na indústria tiveram recuos em junho, mesmo que moderados, enquanto o emprego na indústria se manteve estável.
A utilização da capacidade instalada também permanece em trajetória de queda desde 2021, contrastando com o indicador de faturamento real da indústria de transformação, que avançou no mês de junho.
O documento da CNI ainda destaca os sinais de desaceleração do setor que levaram a um recuo no acumulado do ano do faturamento real, registrando uma diminuição de 0,2% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2022.
Em relação às horas trabalhadas na produção industrial, houve um recuo de 0,2% em junho, comparado ao mês anterior. No entanto, no acumulado do primeiro semestre de 2023, houve um avanço de 0,8% em relação ao ano anterior.
O indicador de emprego industrial permaneceu estável na passagem de maio para junho.
O rendimento médio real também apresentou uma queda de 0,1% em junho, quando comparado a maio. Apesar disso, a série histórica ainda mostra um avanço de 3,5% nos primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, mesmo que tenha registrado queda em cinco dos seis primeiros meses deste ano.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria alcançou 78,7% em junho de 2023, sofrendo uma queda de 0,3 ponto porcentual (p.p.) em relação ao resultado de maio.
Os resultados intercalados entre positivos e negativos desde o final do ano passado preocupam o setor, já que as altas observadas não foram suficientes para reverter completamente os movimentos de queda, acumulando um recuo no faturamento ao longo do tempo, conforme constatou a CNI.