Senado

Senado aprova projeto de marco temporal para demarcação de terras indígenas

Vitória da bancada ruralista e reação ao STF marca votação no Senado

Senado
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O Senado Federal aprovou, por 43 votos a 21, o projeto de lei que estabelece o marco temporal como critério para a demarcação de terras indígenas. A votação, ocorrida no plenário da Casa, representa uma significativa vitória para a bancada ruralista e uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente declarou inconstitucional essa tese como base para a demarcação de terras indígenas.
O governo orientou seus parlamentares a votarem contra o projeto, no entanto, partidos que detêm cargos na administração federal, como PSD, União Brasil, MDB, PP e Republicanos, se posicionaram a favor do texto, impondo uma derrota à esquerda.
O senador Marcos Rogério (PL-RO), relator da proposta no Senado, apresentou parecer contrário às novas emendas, mantendo o texto aprovado mais cedo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Esse texto é favorável à tese do marco temporal, que estipula que os indígenas só teriam direito à demarcação de terras que ocupassem no momento da promulgação da Constituição Federal de 1988.
O projeto já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados em maio, com uma votação de 283 a favor e 155 contra. No entanto, na semana passada, o STF declarou essa tese do marco temporal como inconstitucional, com uma decisão de 9 votos a 2, alegando que ela prejudica os direitos dos povos indígenas.
Além da questão do marco temporal, o relatório aprovado pelos senadores também prevê a flexibilização da política de não contato com os povos indígenas isolados, permitindo que entidades privadas tenham contato com essas comunidades em casos de ações consideradas de utilidade pública. Outros pontos polêmicos incluem a autorização para garimpos e plantações de transgênicos em terras indígenas, bem como a celebração de contratos entre indígenas e não indígenas para explorar atividades econômicas em territórios tradicionais.
Antes da votação sobre o último destaque, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez uma declaração no plenário para negar qualquer tipo de enfrentamento do Congresso com o Supremo Tribunal Federal.
Bares e Restaurantes

Senado recebe texto da reforma tributária, que prevê alíquota especial para bares e restaurantes

A alta carga tributária paga pelos bares e restaurantes é um desafio significativo para o setor

Bares e Restaurantes
Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados na época, Arthur Lira (PP-AL), entregou pessoalmente o documento de trata sobre a reforma tributária ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que o Senado também possa considerar e aprovar a proposta.

Um dos pontos importantes mencionados no texto da reforma tributária é a inclusão de bares e restaurantes em uma alíquota especial de tributação. Isso significa que esses estabelecimentos terão uma taxa de impostos diferenciada em relação a outros setores. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) comemorou essa decisão, pois acredita que essa medida vai ajudar a reduzir a alta carga tributária que esses estabelecimentos enfrentam.

A decisão de incluir bares e restaurantes em uma alíquota especial de tributação foi resultado de diálogos e apoio de diversos grupos, como a Frente Parlamentar de Comércio e Serviços, membros do grupo de trabalho da reforma tributária e representantes do governo federal. A não inclusão dessa alíquota especial poderia ter levado a um aumento estimado de mais de 100% nos impostos para aqueles estabelecimentos que operam sob os regimes tributários de lucro real e lucro presumido.

A alta carga tributária paga pelos bares e restaurantes é um desafio significativo para o setor. Uma pesquisa realizada pela Abrasel indicou que muitos estabelecimentos enfrentam pagamentos em atraso e uma porcentagem significativa deve impostos federais. A reforma tributária é vista como uma pauta urgente e indispensável para o desenvolvimento da economia do país, visando estimular o empreendedorismo e simplificar o processo de negócios no Brasil.

Com a aprovação da Câmara, a carga tributária para bares e restaurantes no Brasil se equipara à cobrada em outros países, como Portugal e Holanda, que tributam o setor em uma alíquota que representa cerca de 40% do total dos impostos. Essa medida busca trazer mais equidade e competitividade para o setor de bares e restaurantes no país.

Senado

Presidente do Senado vai recorrer a decisão do STF que limita piso da enfermagem

Apesar de já ter sido aprovado, o piso ainda não foi repassado 

Senado
Foto:  Marcos Oliveira/Agência Senado
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que vai recorrer à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que limita o pagamento do piso nacional da enfermagem.
Pacheco informou, por meio das redes sociais, que se reuniu com a Advocacia-Geral de Casa para fazer um recurso, com embargos, para revisar algumas omissões da determinação do STF. No ano passado, o Supremo aprovou o piso da categoria, mas o pagamento ainda não foi realizado.
“Foi uma opção de elevar essa categoria, sob ponto de vista social, profissional, em função de tudo que nós vivemos no Brasil recente com a pandemia: Certa ou errada, foi uma opção política desta Casa, de maneira soberana. Esta opção é fundamental que seja respeitada”, disse Pacheco.
Uma das críticas dos sindicatos é que a decisão pode ser usada para aumentar a jornada de trabalho, pois permite que esse ponto seja definido por meio de acordo coletivo. Além dessa situação, os trabalhadores reclamam da forma de pagamento do piso, que é proporcional a carga de oito horas diárias, o que possibilita o recebimento abaixo do piso no caso de jornadas inferiores.
O Conselho Federal de Enfermagem (Confen) disse que “os ministros ignoraram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), que recomendam a jornada de 30 horas, vinculando a remuneração a uma carga horária de 44 horas semanais”.
O envio dos salários com as devidas correções, que foi aprovado pelo STF em julho, ainda não foi realizado pela União. O principal pleito da categoria dos enfermeiros é pelo o pagamento imediato do piso.
MDB, União Brasil, PSD

MDB, União e PSD debatem indicação única para sucessão de Pacheco

Partidos tentam chegar em um consenso

MDB, União Brasil, PSD
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O Partido Social Democrático (PSD), União Brasil e Movimento Democrático Brasileiro (MDB) discutem o lançamento de uma candidatura única na disputa de sucessão para presidente do Senado Federal, chefiado atualmente por Rodrigo Pacheco (PSD).
Apesar de a disputa ser apenas em 2025, a coligação, que apoiou Pacheco, começou os debates sobre o assunto para chegarem em um consenso. Isso porque foram cotados três candidatos diferentes: Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Filho (MDB-AL) e Davi Alcolumbre (União Brasil- AP).
Segundo relatos passados a CNN, uma das alternativas é a filiação de Alcolumbre no MDB. Tanto o MDB quanto o PSD já tentaram associar o senador aos respectivos grupos, porém ele não aceitou. Mesmo no MDB, há um certo receio da filiação.
Alcolumbre é cotado pela proximidade com Pacheco. Outros nomes também foram citados, Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados, pelo líder do União Brasil e Antônio Brito (BA), chefe da bancada federal do PSD.

Comissão do Senado aprova relatório do novo arcabouço fiscal

 

  Texto segue para apreciação do plenário

Foto: Lula Marques
Com
19 votos favoráveis e seis contrários, a Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) o relatório
do senador Omar Aziz (PSD-AM) do novo arcabouço fiscal. O texto
substitui o atual teto de gastos e cria novas regras com limites para as
despesas da União. Agora, a matéria segue para apreciação do plenário
do Senado.

O relatório aprovado sofreu mudanças em relação ao aprovado na Câmara dos Deputados. O relator Omar Aziz retirou o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e os gastos com ciência, tecnologia e inovação dos limites de gastos impostos pelo arcabouço.

O projeto contou com o voto contrário do
líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Para o
parlamentar, o arcabouço não tem condições de ser cumprido porque
depende do aumento da receita da União. “Não podemos colocar nossa
digital em um projeto que não vai sobreviver ao primeiro ano. O governo
não vai cumprir a meta fiscal. Ele vai ter dificuldade de zerar o
déficit”, afirmou.

Em resposta, o relator Omar Aziz argumentou
que as regras vão permitir a estabilidade da dívida. “Você tem um limite
de gastos de 70% e com os outros 30%, que possivelmente terá um excesso
de arrecadação, você está se comprometendo já a diminuir a dívida
pública, que é uma dívida em real, nós não temos dívida em dólar”,
ponderou.

Emendas

O projeto teve dois pontos destacados,
votados em separado e rejeitados pela maioria da comissão. O primeiro
destaque dos senadores Carlos Portinho (PL-RJ) e Rogério Marinho (PL-RN)
pedia a inclusão de dispositivo para limitar as despesas de acordo com a
relação dívida Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços
produzidos no país) suspendendo totalmente o crescimento real das
despesas primárias caso a dívida chegue a 80% do PIB. “A relação
dívida/PIB deve se aproximar de 80% do PIB em 2026. Esse percentual é
muito elevado quando considerando a experiência internacional”,
justificou.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) rebateu
dizendo que o crescimento do PIB deve reduzir a dívida. “Se tivermos
crescimento de 2%, como está previsto para este ano, essa relação dívida
PIB vai cair”, afirmou.

A segunda emenda destacada foi a do senador
Mecias de Jesus (Republicanos-RR) que retirava das regras do arcabouço
as transferências da União para estados e municípios bancarem o piso
nacional da enfermagem. O senador roraimense alegou que se esse piso
ficar dentro do arcabouço “as prefeituras e os estados não vão ter
condições de corrigir os salários”.

O senador Omar Aziz respondeu que não crê
que faltará recursos para enfermagem e ponderou que qualquer mudança
precisaria ter entendimento com a Câmara dos Deputados, que terá a
última palavra sobre as mudanças aprovadas no Senado.

Novo arcabouço

O teto de gastos aprovado durante o governo
de Michel Temer limitou as despesas da União a variação da inflação do
ano anterior, sem levar em consideração o aumento, ou não, da receita do
Estado. Ou seja, mesmo com o aumento da arrecadação de impostos, os
gastos estavam limitados à variação do Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA).

Agora, a nova regra aprovada na CAE permite o
aumento das despesas levando em conta também a variação da receita. A
União estará autorizada a aumentar os gastos em até 70% do aumento da
receita. O projeto ainda estabelece metas fiscais para as despesas
primárias, com previsão de se chegar a um déficit fiscal zero já em
2024. As despesas primárias são todas as despesas do governo excluídos
os gastos com a dívida.

A Câmara dos Deputados ainda incluiu no
projeto a previsão de bloqueio de despesas em caso de descumprimento da
meta fiscal proposta.
 

Agência Brasil

Rodrigo Pacheco

Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado

Pacheco venceu e comandará a casa alta por mais dois anos

Rodrigo Pacheco
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Em votação secreta, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado Federal, cargo que ocupará por mais dois anos. Ele obteve 49 votos, contra 32 de Rogério Marinho (PL-RN). Pacheco iniciou seu mandato no Senado em 2019 e foi eleito presidente da Casa pela primeira vez em 2021.
Para ser eleito presidente do Senado, o candidato precisaria ter pelo menos 41 votos, ou seja, maioria absoluta do Plenário da Casa. Os senadores votaram em tradicionais cédulas de papel, depositadas em urnas e apuradas por um grupo de senadores. As cédulas serão destruídas em seguida, como manda o Regimento Interno do Senado.
Fonte: Agência Senado