Ex-ajudante de ordem de Bolsonaro Mauro Cid é alvo de investigação após suspeita de tentar vender e posteriormente recomprar relógio de luxo recebido em viagem oficial, levantando questionamentos sobre patrimônio público.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado |
A Polícia Federal está conduzindo uma investigação para apurar possíveis irregularidades envolvendo o ex-ajudante de ordem da Presidência da República, Mauro Cid. As suspeitas recaem sobre a venda e recompra de um relógio Rolex, cujo valor é estimado em US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil, conforme a cotação atual do dólar).
De acordo com fontes ligadas à investigação, o foco está na possibilidade de que Mauro Cid tenha tentado vender o relógio de luxo, que lhe foi presenteado durante uma viagem oficial ao Reino da Arábia Saudita. A medida teria sido tomada após o Tribunal de Contas da União (TCU) requisitar que o presente fosse incorporado ao patrimônio público.
Documentos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) datados de 8 de janeiro, revelam que o ex-ajudante de ordem buscou comercializar o relógio valioso. Em uma troca de e-mails, um interlocutor agradeceu a Mauro Cid pelo interesse na venda e indagou sobre a presença de um certificado de garantia original para o relógio.
O remetente esclareceu que o mercado de relógios usados da marca Rolex estava em baixa devido ao alto custo de produção dessas peças. Em resposta, Cid admitiu não possuir o certificado, uma vez que o relógio havia sido recebido como um presente durante a viagem oficial. No entanto, ele assegurou que o relógio jamais fora utilizado.
Nesta sexta-feira (11), a Polícia Federal realizou mandados de busca e apreensão contra o general Mauro César Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente servira como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). As investigações visam lançar luz sobre as circunstâncias que envolvem a possível venda e recompra do relógio Rolex, a fim de determinar se houve qualquer irregularidade, especialmente no que diz respeito ao patrimônio público.
A apuração desses fatos deve lançar luz sobre a conduta do ex-ajudante de ordens e elucidar se a recompra do relógio de luxo foi motivada por interesses que poderiam afetar o erário público. A Polícia Federal e demais órgãos competentes seguem empenhados em esclarecer os detalhes dessa questão delicada e garantir a transparência e a lisura nas ações envolvendo o patrimônio do Estado.