hacker Walter Delgatti Neto

Justiça condena hacker Walter Delgatti a 20 Anos de prisão por invasão de mensagens

Justiça Federal do DF sentencia Delgatti, um dos invasores dos celulares da Lava Jato, por crime cibernético na Operação Spoofing

hacker Walter Delgatti Neto
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Na segunda-feira (21), a Justiça Federal do Distrito Federal emitiu uma condenação de 20 anos e um mês de prisão para o hacker Walter Delgatti Neto. Delgatti foi um dos indivíduos responsáveis pela exposição de mensagens de celulares de autoridades, incluindo integrantes da operação Lava Jato. A ação levou à sua denúncia pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Spoofing.
A sentença foi proferida pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, substituto da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal do DF. Atualmente, Delgatti está detido preventivamente sob suspeita de invasão aos sistemas do Poder Judiciário, em um caso que também investiga a possível participação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Segundo a decisão do juiz, os ataques cibernéticos orquestrados por Delgatti alvejaram “diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal”, além de indivíduos com destaque na esfera social. A investigação revelou que 126 indivíduos foram vítimas do crime de interceptação indevida de comunicações telemáticas.
Na sentença, o juiz destacou que Delgatti tentou negociar a venda do material obtido através do hackeamento por R$ 200 mil. Além disso, o magistrado concluiu que a posição de Delgatti como “líder” de uma organização criminosa foi comprovada.
Outras quatro pessoas também foram condenadas pelo juiz pelas invasões cibernéticas: Gustavo Henrique Elias Santos, Thiago Eliezer Martins Santos, Suelen Priscila de Oliveira, Danilo Cristiano Marques. Outro envolvido, Luiz Henrique Molição, também recebeu condenação, mas o juiz aplicou perdão judicial devido à sua colaboração premiada.
Carla Zambelli

Ministros aceitam denúncia e abrem processo criminal contra Carla Zambelli por perseguição a jornalista

Ação penal é iniciada após episódio de sacar arma de fogo durante disputa eleitoral.

Carla Zambelli
Foto: Reprodução
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a deputada Carla Zambelli. O caso remonta ao incidente ocorrido durante o segundo turno das eleições de 2022, quando a parlamentar sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo. A perseguição teve início após um confronto verbal entre Zambelli e Araújo durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, juntamente com os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Rosa Weber e Luiz Fux, votaram pela aceitação da denúncia. Segundo Mendes, existem indícios suficientes para a abertura da ação penal contra Carla Zambelli. Ele ressaltou que o uso de arma de fogo fora dos limites da defesa pessoal, especialmente em um contexto público e ostensivo às vésperas das eleições, pode acarretar responsabilidade penal.
Por outro lado, o ministro André Mendonça optou por enviar as acusações para a primeira instância da Justiça. O ministro Nunes Marques, por sua vez, votou pela rejeição da denúncia. Ele argumentou que o caso deveria ser levado à Justiça por meio de ação penal privada, a ser proposta por Luan Araújo. Nunes Marques também considerou que Carla Zambelli reagiu a “ofensas” dirigidas a ela.
Nunes Marques destacou que “a conduta da acusada, consistente em sacar sua arma e sair em busca de Luan Araújo, com a finalidade de realizar sua prisão em flagrante delito, situou-se, claramente, no contexto das ofensas a ela dirigidas”. Com a aceitação da denúncia, um processo criminal será instaurado contra a deputada. Durante o processo, testemunhas de defesa e acusação serão ouvidas, culminando em uma decisão sobre a condenação ou absolvição da parlamentar.
A defesa de Carla Zambelli informou à Agência Brasil que emitirá uma nota à imprensa para se pronunciar sobre o caso. A partir de agora, o processo seguirá trâmites judiciais para elucidar as circunstâncias do incidente e determinar possíveis responsabilidades legais.
Prédios em risco

Justiça determina demolição de prédios de risco no Paulista: Edifício Monte Carlo e bloco D7 serão demolidos

Seguradora SulAmérica é instruída a realizar demolição de edifício devido a risco crítico e descumprimento de recomendações passadas.

Prédios em risco
Foto: Reprodução
No cumprimento de uma solicitação emitida pela Prefeitura do Paulista, através da Procuradoria Geral, o juiz da Fazenda Pública, Júlio Olney Tenório de Godoy, proferiu uma decisão determinando que a Seguradora SulAmérica proceda com a demolição do edifício Monte Carlo. A estrutura, situada na Rua Alcino Ferreira da Paz, número 270, no bairro Janga, apresenta um risco crítico à segurança pública.
O prédio Monte Carlo já havia sido alvo de atenção da Defesa Civil em 2007, quando foi recomendada a realização de reparos na edificação, medida que não foi implementada. No decorrer do ano de 2022, diante da constatação de uma ameaça iminente, a Defesa Civil optou por interditar o imóvel, visando resguardar a integridade dos cidadãos e prevenir possíveis incidentes decorrentes do estado precário da estrutura.
Além da determinação para a demolição do edifício Monte Carlo, a SulAmérica também foi instruída a executar a demolição do que resta do bloco D7, pertencente ao Conjunto Beira Mar, também localizado no bairro Janga. Essa decisão surge em um contexto em que medidas de precaução e manutenção preventiva são cruciais para a segurança da população e para evitar potenciais desastres urbanos.
A cidade do Paulista, assim como outras regiões urbanas, tem buscado adotar ações assertivas no tocante à fiscalização e intervenção em estruturas que representam riscos à segurança pública. A determinação do juiz Júlio Olney Tenório de Godoy evidencia a importância de se garantir a integridade da infraestrutura urbana, bem como a responsabilidade compartilhada entre instituições públicas e privadas para a manutenção de um ambiente seguro e confiável para os cidadãos.
Diante das circunstâncias, a Seguradora SulAmérica agora está incumbida de cumprir integralmente as determinações judiciais e proceder com a demolição das estruturas em questão. A ação, embora drástica, visa zelar pelo bem-estar da população e evitar quaisquer perigos que possam decorrer da negligência com edificações que apresentam sinais de comprometimento estrutural.
Força Nacional

Força Nacional é enviada ao Acre para reforçar ações ambientais em meio a redução do desmatamento

Ministério da Justiça autoriza intervenção da Força Nacional para combater desmatamento e incêndios no estado, em resposta a estado de emergência ambiental decretado pelo governador.

Força Nacional
Foto: Arquivo/AGB
No intuito de fortalecer as iniciativas de preservação ambiental, o Ministério da Justiça e Segurança Pública concedeu autorização para o envio da Força Nacional ao Acre. O objetivo da ação é oferecer apoio ao governo estadual em diversas frentes, incluindo o combate ao desmatamento e aos incêndios florestais, além de atividades de defesa civil e preservação da ordem pública. A decisão foi oficializada através de uma portaria publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (21).
Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), produzidos pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), mostram uma redução significativa de 35% no desmatamento no Acre durante o período entre agosto de 2022 e julho de 2023, em comparação com o mesmo intervalo no ano anterior. Entretanto, apesar desta diminuição, os números ainda apontam que o desmatamento no estado corresponde a 18% do total registrado na Amazônia Legal.
A decisão de enviar a Força Nacional ao Acre ganha maior relevância no contexto da declaração de situação de emergência ambiental emitida pelo governador Gladson Cameli em 5 de julho. A medida foi fundamentada em análises do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (Cigma), que identificou focos de queimada e alertas de desmatamento em dez municípios do estado. A situação de emergência, que se estenderá até dezembro de 2023, visa a prevenir incêndios florestais durante o período de menor volume de chuvas.
A intervenção da Força Nacional terá duração de 90 dias e envolverá ações diversas. Os militares serão mobilizados para o combate aos incêndios florestais, contenção de queimadas, atividades de defesa civil voltadas à proteção do meio ambiente e serviços essenciais para manter a ordem pública e salvaguardar a segurança das pessoas e do patrimônio. Conforme estabelecido na portaria do Ministério da Justiça, o efetivo destinado à operação seguirá o planejamento da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com o número exato de militares não sendo divulgado por razões de segurança.
A iniciativa conjunta entre o governo federal e o governo estadual do Acre reflete um esforço coordenado para enfrentar os desafios ambientais e fortalecer as medidas de preservação e combate aos impactos do desmatamento e das queimadas na região.
Bolsonaro

Autoridades Italianas afirmam que Bolsonaro será extraditado caso tente fugir para a Itália, diz portal

No Brasil, parlamentares buscam apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro.

Bolsonaro
Foto: Divulgação
Uma possível tentativa de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem chamado a atenção da Polícia Federal (PF) em virtude das recentes revelações sobre o caso das joias.
Segundo reportagem de Jamil Chade, renomado jornalista do UOL, autoridades italianas e fontes do Ministério da Justiça da Itália já confirmaram que, caso Bolsonaro busque refúgio no país europeu, ele será sujeito a um processo de extradição. Essa medida seria aplicada independentemente de o ex-presidente buscar obter a cidadania italiana, honraria concedida por uma cidade do norte da Itália. Enquanto isso, no Brasil, representantes parlamentares estão empenhados em garantir a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro.
Nas redes sociais, os parlamentares Erika Hilton (PSOL-SP), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e o senador Rogério Carvalho (PT-SE) informaram que já tomaram medidas legais para solicitar a apreensão do passaporte do ex-presidente. Também por meio das redes sociais, o deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que pretende, durante esta semana, submeter à votação o requerimento que elaborou em parceria com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) perante a CPMI do 8 de Janeiro. Esse requerimento visa obter a retenção dos passaportes tanto de Jair Bolsonaro quanto da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A possibilidade de extradição pela Itália e a busca pelo impedimento de viagens internacionais por parte do ex-presidente demonstram a crescente complexidade das circunstâncias que envolvem o caso. O desenrolar desses eventos continuará a ser monitorado de perto tanto pelos órgãos de justiça quanto pelo público em geral.
Wellington Macedo Souza

Mais um Acusado de Tentativa de Explosão Próxima ao Aeroporto de Brasília é Condenado

Justiça do Distrito Federal impõe pena de seis anos de prisão em regime fechado a Wellington Macedo de Souza por exposição à integridade física da população em caso relacionado à tentativa de explosão.

Wellington Macedo Souza
Foto: Reprodução/Twitter
Na última sexta-feira (18), a Justiça do Distrito Federal anunciou a condenação de mais um envolvido na tentativa de explosão de uma bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, ocorrida na véspera do Natal de 2022. Segundo a sentença proferida, Wellington Macedo de Souza foi sentenciado a seis anos de prisão em regime fechado por seu papel no incidente. Ele foi acusado de colocar em risco a integridade física da população ao utilizar um explosivo, que foi encontrado próximo a um caminhão-tanque estacionado nos arredores do aeroporto. Atualmente, Wellington encontra-se foragido da Justiça.
Este caso segue o julgamento de outros envolvidos na mesma tentativa de explosão. No mês de maio, dois acusados foram condenados por suas participações. O empresário George Washington de Oliveira Sousa recebeu pena de 9 anos e 4 meses de prisão, enquanto Alan Diego dos Santos Rodrigues foi sentenciado a 5 anos e 4 meses. As condenações envolvem diversos crimes, incluindo explosão, incêndio criminoso e posse ilegal de arma de fogo.
De acordo com informações fornecidas pelo juiz responsável pelo caso, os dois indivíduos condenados em maio tiveram seu primeiro encontro em um acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, localizado em frente ao quartel do Exército em Brasília. As investigações indicaram que esse encontro pode ter desempenhado um papel fundamental na colaboração entre os envolvidos na tentativa de explosão.
A Justiça do Distrito Federal demonstra seu comprometimento em investigar e punir de maneira adequada crimes que coloquem em risco a segurança e a integridade da população. A série de condenações relacionadas a esta tentativa de explosão enfatiza a importância de se garantir a justiça e a segurança em situações desse tipo, contribuindo para a manutenção da ordem e da tranquilidade pública.

Procon-PE notifica agência de viagem 123 milhas por suspensão de pacotes flexíveis e passagens promocionais

Órgão de Defesa do Consumidor busca esclarecimentos sobre a decisão da empresa e assegura proteção aos direitos dos consumidores.

Foto:  Gol Linhas Aéreas
O Procon-PE, entidade vinculada à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, emitiu uma notificação à renomada Agência de Viagem 123 Milhas nesta manhã de sábado. A ação do Procon-PE é uma resposta ao anúncio da empresa, ocorrido na última sexta-feira, informando a suspensão temporária de pacotes turísticos com datas flexíveis e a interrupção da emissão de passagens promocionais.
A medida adotada pela 123 Milhas também inclui a promessa de reembolsar integralmente os valores pagos pelos clientes, por meio da disponibilização de vouchers com um acréscimo de correção monetária equivalente a 150% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Em decorrência dessa ação, o Procon-PE requisitou esclarecimentos à empresa sobre os motivos que levaram a essa decisão.
O prazo estabelecido para a Agência de Viagem responder às indagações do Procon-PE é de 20 dias, contados a partir da data de notificação. A falta de cumprimento dentro do período estipulado acarretará em sanções, incluindo a aplicação de multas à 123 Milhas.
O Gerente Geral do Procon-PE, Hugo Souza, salientou a importância desse procedimento: “Nosso objetivo é compreender a situação de maneira clara e completa, a fim de assegurar os direitos dos consumidores. É nosso dever garantir que nenhum indivíduo seja prejudicado pelas decisões tomadas pela empresa”.
Em contrapartida, a 123 Milhas esclareceu que as passagens já emitidas, identificadas por localizadores ou e-tickets, serão mantidas conforme o planejado. Entretanto, para os pedidos pertencentes à linha PROMO que ainda não foram processados e que teriam embarques nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2023, o cancelamento será efetuado.
Maria Bernadete Pacífico

Assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico abala comunidade e levanta preocupações sobre violência

Líder do Quilombo Pitanga dos Palmares é executada em invasão criminosa; Comunidades quilombolas enfrentam ameaças constantes na região metropolitana de Salvador.

Maria Bernadete Pacífico
Foto: Divulgação/Redes Sociais
Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA), foi brutalmente assassinada na noite de quinta-feira (17), em um ataque que chocou a comunidade quilombola e levantou preocupações sobre a crescente violência enfrentada por essas comunidades.
De acordo com relatos, criminosos invadiram o terreiro da comunidade, mantiveram familiares reféns e executaram Mãe Bernadete a tiros. Sua morte ecoa o trágico destino de seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também conhecido como Binho do Quilombo, que foi assassinado há quase seis anos, em setembro de 2017.
Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), declarou que Bernadete foi vítima do mesmo grupo que havia executado seu filho Binho. Segundo ele, Bernadete nunca se calou diante da injustiça e estava ciente das circunstâncias que envolveram a morte de seu filho. “Agora foi silenciada. Muito triste para nós”, lamentou Denildo.
A região de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, enfrenta uma constante ameaça de grupos ligados à especulação imobiliária, que buscam ocupar os territórios quilombolas. A capital da Bahia é apontada pelo Censo Quilombola do IBGE como a capital com a maior população quilombola do país, abrigando quase 16 mil quilombolas e cinco quilombos oficialmente registrados.
A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) emitiu uma nota exigindo ação imediata do Estado brasileiro para proteger as lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares. A entidade destacou a importância de uma investigação ágil e eficaz para responsabilizar os envolvidos nos crimes que têm vitimado líderes quilombolas.
Uma comitiva liderada pelos ministérios da Igualdade Racial, Justiça e Direitos Humanos está programada para visitar a Bahia e realizar reuniões presenciais com órgãos do estado, prestando apoio às vítimas e familiares, com o objetivo de garantir a proteção e defesa dos territórios quilombolas. O Ministério da Igualdade Racial convocará uma reunião extraordinária do grupo de trabalho de enfrentamento ao racismo religioso.
O Quilombo Pitanga dos Palmares, liderado por Mãe Bernadete, é composto por cerca de 289 famílias e abrange 854,2 hectares, reconhecidos em 2017 pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação – RTID do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Apesar de já ter sido certificada pela Fundação Palmares, o processo de titulação do quilombo ainda está em andamento.
Um levantamento realizado pela Rede de Observatórios de Segurança, com apoio das secretarias de segurança pública estaduais, indicou que a Bahia é o segundo estado do Brasil com mais ocorrências de violência contra povos e comunidades tradicionais, registrando 428 vítimas de violência entre 2017 e 2022. A violência crescente enfrentada por essas comunidades ressalta a urgência de medidas efetivas para proteger suas lideranças e garantir seus direitos fundamentais.
Abandono afetivo do genitor pode trazer consequências para a vida adulta

Abandono afetivo: Impactos da ausência paterna na vida de milhões de crianças brasileiras

Pesquisa revela que mais de 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas no Brasil, enquanto estudo aponta consequências preocupantes da falta de figura paterna na formação emocional das crianças.

Abandono afetivo do genitor pode trazer consequências para a vida adulta
Foto: reprodução/TV Brasil
A pesquisa conduzida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas em 2022 revelou um cenário alarmante no Brasil: mais de 11 milhões de mulheres estão enfrentando a responsabilidade de criar seus filhos sozinhas. Esse quadro coloca em evidência a questão do abandono afetivo, uma realidade que afeta não apenas a vida das mães, mas principalmente o desenvolvimento emocional das crianças.

Histórias de Luta e Superação

Simone Mendes Silva, saladeira de profissão, compartilha sua experiência como uma das milhões de mães que enfrentam a jornada solitária da criação dos filhos. “Minha mãe sempre criou a gente sozinha porque meu pai vivia viajando. Então, minha mãe sempre lutou para criar a gente. Nós somos quatro”, relembra. A história de abandono paterno se repete na vida dos seis filhos de Simone, criados unicamente por ela.
A ausência paterna não se restringe à falta de sustento financeiro, mas sim à carência de apoio emocional essencial para a formação das crianças. A ausência do pai pode ter consequências profundas, resultando em um apego inseguro e, em alguns casos, até em comportamentos agressivos.

Impacto Negativo no Desenvolvimento

Um levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN) destacou um número alarmante em 2022: mais de 164 mil crianças foram abandonadas pelos genitores ainda no útero materno. Esse triste fenômeno não cessou em 2023, com um total de mais de 106 mil casos registrados até julho.
A falta da figura paterna durante o crescimento das crianças e adolescentes pode afetar profundamente sua saúde física e mental, resultando em danos que podem perdurar por toda a vida. A psicóloga Flávia Lacerda enfatiza que a ausência paterna pode levar a relacionamentos futuros problemáticos, marcados por ansiedade e dificuldades de se envolver emocionalmente.

O Papel do Judiciário e da Sociedade

Negligenciar o afeto e a convivência com os filhos configura uma violação direta dos direitos da criança e do adolescente. Com o intuito de minimizar esses impactos e fortalecer os vínculos familiares, o judiciário tem implementado medidas rigorosas. Uma dessas iniciativas é a Oficina de Pais e Mães, desenvolvida pelo Conselho Nacional de Justiça, que visa auxiliar os pais a lidar com conflitos após a separação. A advogada de família Patrícia Zaponni destaca que, embora o amor seja uma escolha, o cuidado é um dever que deve ser cumprido.
Em última análise, a luta contra o abandono afetivo exige um esforço conjunto da sociedade, das famílias e das instituições, a fim de garantir um ambiente emocionalmente saudável para o crescimento das crianças e adolescentes.
DERF Cuiabá

Delegacia identifica quadrilha de “cobradores” que praticava extorsão e tortura em Cuiabá

Ação violenta e covarde do grupo foi registrada em vídeos nas redes sociais, resultando em prisões e um suspeito morto.

DERF Cuiabá
Foto: RD News

A Delegacia de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá divulgou hoje a identificação de uma quadrilha envolvida em práticas de extorsão, agiotagem e tortura contra suas vítimas. O delegado Guilherme Bertoli, titular da Derf, detalhou as descobertas em uma entrevista ao programa “Cadeia Neles”, da TV Vila Real.
O grupo, apelidado de “cobradores”, vinha ganhando notoriedade por sua ação violenta, que foi documentada em vídeos compartilhados nas redes sociais. O delegado Bertoli descreveu os integrantes da quadrilha como “um bando de covardes e patetas”, que agiam em grupos de até seis criminosos para cobrar dívidas e perpetrar tortura contra vítimas indefesas.
Um dos casos emblemáticos envolve uma mulher que sofreu tortura psicológica por vários meses. Após registrar a ocorrência e confiar na atuação policial, a Derf conseguiu identificar três suspeitos através de um vídeo gravado pela filha da vítima.
O primeiro suspeito, identificado como J.G.B.S., de 36 anos, foi preso em 7 de agosto na rodovia Helder Cândia. Sua prisão se baseou em um mandado expedido pelo Núcleo de Inquéritos Policiais. O indivíduo alegava ser fazendeiro e já tinha um histórico de envolvimento com agiotagem em Rondônia.
O segundo integrante da quadrilha, Ailton Alex Nunes, também conhecido como Alex Bafo, de 31 anos, foi identificado como parte do grupo criminoso. No entanto, ele faleceu em 16 de julho em um acidente na MT-251, estrada que liga Cuiabá a Chapada. Alex já era conhecido pelas autoridades por se passar por investigador da Polícia Civil.
O terceiro membro identificado da quadrilha encontra-se foragido, e sua identidade ainda não foi confirmada pelas autoridades. O delegado Bertoli garantiu que a polícia possui informações sobre todos os envolvidos e está determinada a efetuar as prisões necessárias.
Em relação às imagens que circularam nas redes sociais, um dos vídeos mostra o grupo agredindo um homem durante uma cobrança de dívida em um estacionamento da avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. No vídeo, pelo menos quatro homens aparecem agredindo a vítima com tapas e golpes de chicote. A vítima, visivelmente amedrontada, afirmava que pagaria a dívida. Segundo as investigações, o grupo estaria envolvido em cobranças relacionadas a agiotagem.
O delegado Bertoli encerrou a entrevista reforçando o compromisso da polícia em prender todos os envolvidos e trazer justiça às vítimas dessas ações violentas e criminosas. A Derf continua a investigar o caso para garantir que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados perante a lei.