Silvinei Vaques

PF oferece delação premiada para ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques

Silvinei Vasques, alvo de operação por suspeita de interferir nas eleições de 2022, pode colaborar com investigações

Silvinei Vaques
Foto: Carolina Antunes/PR
Na quarta-feira (9), Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão de Jair Bolsonaro (PL), foi preso preventivamente em uma operação que investiga interferência no segundo turno das eleições de 2022. Segunda a Coluna do Estadão, a Polícia Federal (PF) tem interesse em fazer um acordo de delação premiada com Vasques.
No dia 30 de outubro de 2022, durante o segundo turno das eleições, a PRF, sob a liderança de Silvinei Vasques, conduziu mais de 500 operações em estradas e rodovias. Neste dia, surgiram denúncias de abordagens irregulares por parte da corporação, levando o Partido dos Trabalhadores (PT) a acusar a PRF de agir para dificultar o voto de eleitores, especialmente no Nordeste, onde Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato do PT, obtinha maior apoio.
Naquela ocasião, o Ministro Alexandre de Moraes determinou a imediata suspensão das blitze, sob pena de prisão para Silvinei Vasques. Contudo, a ordem foi desrespeitada pela PRF. O ex-diretor foi preso pela Operação Constituição Cidadã.
Lojas Americanas

Ex-CEO das Lojas Americanas nega conhecimento de inconsistências contábeis, revela em depoimento à PF

Miguel Gutierrez afirmou em depoimento à Polícia Federal que nunca teve ciência das irregularidades na empresa.

Lojas Americanas
Foto: Reprodução
Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 21 de junho, o ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, afirmou que “nunca” teve conhecimento de inconsistências contábeis na empresa. Segundo o depoimento, ele não foi informado sobre as chamadas “inconsistências contábeis” ou sobre VPC.
Gutierrez mencionou que solicitou a outros diretores um histórico das transações para apresentar ao então novo chefe, Sergio Rial. “Não houve qualquer alerta de que a empresa estivesse passando por dificuldades financeiras”, afirmou.
Em uma reunião agendada para 27 de dezembro de 2022, onde estavam presentes diversos executivos, incluindo Gutierrez, nada foi mencionado sobre as irregularidades que levaram à publicação do fato relevante em 11 de janeiro de 2023.
O ex-CEO também ressaltou que na mesma reunião não houve alerta de dificuldades financeiras, e ninguém das áreas financeira ou contábil estava presente para fazer tal alerta.
Marcos do Val, Daniel Silveira e Bolsonaro

Bolsonaro e Marcos Do Val isolam Daniel Silveira e atribuem ao ex-deputado responsabilidade por reunião no Alvorada

Passados os depoimentos colhidos dos investigados e as perícias realizadas nos equipamentos apreendidos pelas autoridades, a investigação entrou agora na reta final

Marcos do Val, Daniel Silveira e Bolsonaro
Foto: CNN Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) prestaram depoimento à Polícia Federal (PF) nos últimos dias e atribuíram ao ex-deputado Daniel Silveira a responsabilidade por idealizar a reunião que aconteceu em dezembro do ano passado, no Palácio da Alvorada.
O encontro é investigado pelas autoridades por supostamente ter tratado de uma trama golpista para mudar o resultado das eleições vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Bolsonaro afirmou aos investigadores da PF que recebeu um telefonema de Daniel Silveira pouco antes da reunião informando que o senador Marcos Do Val gostaria de falar com o então presidente. De acordo com Bolsonaro, quem solicitou o encontro foi Silveira.
O ex-presidente explicou que o ex-deputado lhe disse que Do Val gostaria de tratar sobre algum assunto referente ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, “sem nenhum outro detalhe ou conotação pessoal”.
Bolsonaro, no entanto, afirmou na sequência aos investigadores que os três não trataram na reunião de nenhum plano para gravar o ministro ou para a prática de ato antidemocrático. “Inclusive, nada foi falado sobre o ministro Alexandre de Moraes”, diz o depoimento do ex-presidente.
Marcos do Val prestou seu segundo depoimento à PF na quarta-feira (19) e contradisse a versão apresentada pelo ex-presidente, afirmando que a trama golpista para gravar Moraes foi, sim, tratada naquela reunião.
O senador reafirmou aos investigadores que a proposta de golpe foi apresentada na reunião de dezembro e que o tema foi introduzido na conversa por Daniel Silveira, que propôs a Do Val, diante de Bolsonaro, gravar Alexandre de Moraes com o objetivo de invalidar as eleições.
Apesar de contradizer o que o ex-presidente relatou em seu depoimento, Do Val blindou Bolsonaro após contar uma série de versões controversas ao longo dos últimos meses.
O senador afirmou que, na reunião, o então presidente apenas ouviu a proposta em silêncio e não se manifestou. A versão foi a mesma apresentada por Bolsonaro na semana passada.
Também contou aos investigadores ter ficado claro que Daniel Silveira estava tentando convencer tanto o senador quanto Bolsonaro para aderirem à trama golpista. “Que, pela expressão de surpresa do ex-presidente, acredita que apenas Daniel Silveira sabia do que seria tratado na reunião”, diz o depoimento do senador.
Em um outro momento do depoimento, Do Val blindou novamente Bolsonaro. O senador admitiu aos investigadores ter feito acusações infundadas contra o ex-presidente, atribuindo a ele participação na trama golpista devido à pressão que sofria de parte do eleitorado e às ameaças que sua filha passou a sofrer.
Passados os depoimentos colhidos dos investigados e as perícias realizadas nos equipamentos apreendidos pelas autoridades, a investigação entrou agora na reta final.
Nas próximas semanas, a Polícia Federal deve apresentar seu relatório final com as conclusões a respeito do caso ao STF e, na sequência, a Procuradoria-Geral da República deverá divulgar seu parecer final.

O que alega a defesa de Silveira

A defesa de Daniel Silveira limitou-se a dizer que não teve acesso, oficialmente, aos depoimentos, e que não foi comunicada da oitiva de seu cliente, que, segundo ela, ocorreu sem sua presença.
A defesa classificou a ausência dos advogados no depoimento como “gravíssima ilegalidade”. E afirmou vai se pronunciar somente após tomar conhecimento dos documentos.
O advogado Paulo Faria afirmou ainda que Marcos Do Val “não possui qualquer credibilidade” para acusar Daniel Silveira, “uma vez que já expeliu uma dezena de versões sobre o mesmo fato”.
Na avaliação da defesa de Silveira, tal atitude descredibiliza qualquer outra versão. O advogado diz que o senador procurou e insistiu ao ex-deputado que o levasse ao então presidente.
CNN Brasil
Moraes

Suspeitos de agredirem Moraes entregue vídeo da confusão à PF

Os três acusados prestaram depoimento nesta semana

Moraes
Foto: Reprodução/TV Globo

Os três suspeitos de agredirem o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, entregaram à Polícia Federal um vídeo gravado no momento do incidente, na quarta-feira (19). 

De acordo com o advogado da defesa, Ralph Tórtima, nas imagens é possível ouvir o ministro chamando os acusados de “bandidos”. A gravação mostra o momento que Moraes se aproximou dos supostos agressores para afastar seu filho da confusão, e depois teria feito fotos dos três, afirmando que a situação “teria consequências”.
Na terça-feira (18), o casal Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão prestaram depoimento à Polícia, dois dias depois do outro suspeito, Alex Zanatta Bignotto, ser ouvido pelas autoridades. Além deles, o filho de Roberto e Andreia, Giovanni depôs como testemunha.
A ministra Rosa Weber autorizou a busca na casa do casal para apreensão de computadores e celulares, medida motivada pela demora de Andrea e Roberto prestarem depoimento, que deveria ter sido no domingo (16). O inquérito segue em sigilo de caso.

Barroso autoriza acesso da PF a provas da CPI da Covid

Comissão encerrou trabalhos em 2021 e pediu 80 indiciamentos

Foto: Amanda Perobeli / Reuters
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (4) a Polícia Federal (PF) a ter acesso integral às provas produzidas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 do Senado. A comissão encerrou os trabalhos em outubro de 2021.
De acordo com o ministro, o acesso poderá auxiliar as investigações sobre eventuais responsabilidades em mortes ou prática de corrupção durante a pandemia. “O acesso integral trará elementos para contextualizar os fatos e conclusões da autoridade policial e irá possibilitar o efetivo exercício da ampla defesa por parte dos investigados”, decidiu o ministro.
O relatório final da CPI foi encerrado com 1.299 páginas e sugeriu o indiciamento de 80 pessoas. Entre elas, do ex-presidente Jair Bolsonaro por nove crimes que vão desde delitos comuns, previstos no Código Penal; a crimes de responsabilidade, conforme a Lei de Impeachment. Há também citação de crimes contra a humanidade, de acordo com o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.
Agência Brasil

Militar preso em operação disse que sabe quem mandou matar Marielle

PF investiga fraude em cartões de vacina e captou conversa

Foto: Reprodução
O militar da reserva do Exército Ailton Barros, preso nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF) na operação sobre cartões de vacina fraudados, disse que sabe quem mandou matar a vereadora Marielle Franco. O crime ocorreu em 2018. A afirmação de Barros foi feita durante uma conversa entre o militar e o então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, também preso na operação.
Em uma das conversas que foram captadas com autorização judicial pelos investigadores, Ailton Barros citou o nome do ex-vereador do Rio de Janeiro Marcelo Siciliano, eximindo-o de responsabilidade no assassinato de Marielle e Anderson Gomes, motorista da vereadora na noite do crime.
Ao justificar que o ex-vereador não tem relação com o caso e que teria sido alvo de perseguição política, Barros citou que sabe quem foi o responsável pelo assassinato de Marielle. “Eu sei dessa história da Marielle, toda irmão, sei quem mandou. Sei a p**** toda. Entendeu? Está de bucha nessa parada aí”, afirmou.
A fala sobre o assassinato foi captada aleatoriamente pela polícia e deve ser investigada no inquérito específico sobre o caso Marielle.
Em 14 de março de 2018, Marielle Franco e Anderson Gomes foram baleados dentro do carro em que transitavam na região central do Rio de Janeiro. Há duas investigações em curso. A primeira apura quem são os mandantes dos assassinatos. Em outro processo sobre investigação, o policial militar reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular. Ele é acusado de ser um dos executores do assassinato.
Siciliano foi alvo de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira. O nome dele foi envolvido na investigação sobre o assassinato de Marielle e Anderson por uma pessoa que se identificou como testemunha, mas que retirou as acusações posteriormente.

Cartões de vacina

De acordo com o relato da Polícia Federal (PF) na Operação Venire, Cid articulou a emissão de cartões falsos de vacinação para covid-19. Primeiro para sua esposa, Gabriela Santiago Cid, e suas duas filhas, e depois para o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua filha, menor de idade.
O ex-vereador, segundo Barros, teria intermediado a inserção de dados falsos no sistema do SUS para beneficiar a esposa de Cid, Gabriela Santiago Cid.
Na avaliação dos investigadores da PF, Ailton Barros solicitou que, em troca da ajuda com os cartões de vacina, Cid intermediasse um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos para resolver um problema com o visto do ex-vereador devido ao seu suposto envolvimento no caso Marielle.
A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesa de Ailton Barros.
Agência Brasil

Ex-assessor de Jair Bolsonaro é preso em operação da PF

Ação investiga adulteração em cartão de vacinação para covid-19

Foto: Adriano Machado / Reuters
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (3) a Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Entre os seis detidos na manhã de hoje está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada pela defesa do ex-assessor.
Por meio de nota, a corporação informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso.
“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”, destacou a PF.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou.
Ainda conforme a corporação, o objetivo do grupo seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”.
As ações ocorrem dentro do inquérito policial que apura a atuação das chamadas milícias digitais, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Os fatos investigados configuram crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.
Agência Brasil
Atos golpistas

PF ouve militares sobre 8 de janeiro, incluindo comandantes

Objetivo é esclarecer participação ou omissão em atos golpistas

Atos golpistas
Foto: Joedson Alves
A Polícia Federal (PF) começou a ouvir hoje (12) cerca de 80 militares do Exército sobre os episódios de invasão e vandalismo em prédios públicos ocorridos em 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Os investigadores buscam esclarecer a possível participação ou omissão desses militares antes ou durante os atos golpistas, que deixaram as sedes dos Três Poderes amplamente depredadas.
Entre os militares já ouvidos nesta quarta-feira (12) está o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era responsável pelo Comando Militar do Planalto (CMP) no dia 8 de janeiro. Ele já foi ouvido pelos agentes da PF. No Diário Oficial da União desta quarta-feira (12), o militar foi exonerado da chefia do CMP. A medida era esperada desde 16 de fevereiro, quando havia sido anunciada pelo Exército.
Outro militar ouvido nesta quarta é o coronel Jorge Fernandes da Hora, que no dia dos ataques era o chefe do Batalhão de Guarda Presidencial, responsável pela proteção do Palácio do Planalto.
Uma força-tarefa com aproximadamente 50 agentes foi montada pela PF para colher os depoimentos dos militares. As oitivas ocorrem na Academia Nacional de Polícia, em Brasília. A ideia é ouvir a todos num único dia, técnica que visa evitar que um saiba o que foi dito por outros.
A PF quer esclarecer, por exemplo, as declarações do coronel Jorge Eduardo Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do DF, que em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Democráticos, conduzida pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, disse que membros do Exército teriam tentado impedir a prisão de manifestantes.
Outro ponto a ser esclarecido é o fato de tanques do Exército terem sido colocados entre policiais militares e o acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General, em Brasília, na noite do 8 de janeiro. As pessoas acampadas no local, que pediam abertamente uma intervenção militar para reverter o resultado das eleições, só foram presas no dia seguinte.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu, no mês passado, apuração preliminar para investigar a eventual responsabilidade de militares do Exército nos atos antidemocráticos. A medida foi tomada após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que os militares envolvidos com atos golpistas devem ser julgados pela Justiça comum, e não pela Justiça Militar.
Agência Brasil
Bolsonaro

Bolsonaro depõe à PF por três horas sobre joias sauditas

Bolsonaro
Foto: Gabriela Biló
O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento hoje (5) por cerca de três horas na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília.
Durante o período em que ficou frente a frente com os delegados responsáveis pelo caso, Bolsonaro foi questionado sobre os kits de joias recebidos do governo da Arábia Saudita em visita oficial ao país durante seu mandato.
O teor do depoimento está em sigilo e não foi divulgado.
Para o depoimento de Bolsonaro, a área em frente à PF foi isolada e um forte esquema de segurança foi montado com homens da corporação e da Polícia Militar. Não houve manifestação de apoiadores em frente ao edifício.
A defesa de Bolsonaro informou ter devolvido ontem (4) a terceira caixa de joias, recebida da Arábia Saudita em 2019. As peças foram entregues à Caixa Econômica Federal.
Os advogados de Bolsonaro já haviam devolvido o segundo estojo, por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), que contém um relógio, uma caneta, abotoaduras, um anel e um tipo de rosário da marca suíça Chopard, avaliados em R$ 500 mil.
As joias não foram declaradas à Receita Federal quando ingressaram no país.
Agência Brasil