Michelle Bolsonaro e Janja

PT e PL traçam estratégias para reforçar palanques municipais em 2024

Rosângela Silva (Janja) e Michelle Bolsonaro são as apostas dos partidos para ampliar apoio em cidades estratégicas.

Michelle Bolsonaro e Janja
Foto: Reprodução/CNN
Em preparação para as disputas eleitorais de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL) estão empenhados em discutir estratégias políticas que fortaleçam seus palanques municipais. Com o intuito de garantir maior alcance e apoio em diferentes regiões, os partidos apostam na representação de figuras próximas aos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, respectivamente: Rosângela Silva e Michelle Bolsonaro.
A proposta dos dirigentes petistas é que, considerando os compromissos oficiais do presidente Lula, sua esposa, Rosângela Silva, o represente em municípios onde haja candidaturas da esquerda. Nesse cenário, a expectativa é que Lula concentre sua atuação nas capitais estaduais, enquanto Janja, como é conhecida a primeira-dama, marque presença em cidades do interior com população superior a 100 mil habitantes. A estratégia visa aproximar o ex-presidente de regiões estratégicas para a legenda.
Enquanto isso, Michelle Bolsonaro deve assumir um papel mais ativo nas regiões onde o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta maior rejeição, como é o caso das regiões Norte e Nordeste. A ideia é que ela desenvolva uma agenda eleitoral paralela à do marido, buscando ampliar a base de apoio do Partido Liberal nessas áreas.
O objetivo central tanto do PT quanto do PL é estabelecer presença em um maior número de grandes cidades, visando dobrar o número de prefeitos pertencentes às suas legendas. Atualmente, o PL ocupa a sexta posição em número de prefeitos, enquanto o PT está na décima primeira colocação.
O Partido Liberal planeja lançar candidaturas próprias em cidades estratégicas como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Boa Vista e Porto Velho. Por sua vez, o PT tem planos de apresentar candidatos em Fortaleza, Natal, Teresina, Aracaju, Porto Alegre e Vitória, buscando fortalecer sua presença em diversas regiões do país.
Com a definição dessas estratégias, PT e PL demonstram o empenho em consolidar suas bases de apoio e ampliar sua representação política em nível municipal. O cenário eleitoral de 2024 promete ser marcado por intensas disputas em diferentes cidades brasileiras, e a escolha de Rosângela Silva e Michelle Bolsonaro como representantes políticas reflete a importância dessas figuras no tabuleiro político atual.
Lula

“É preciso ter paciência, conversar com quem você não gosta”, diz Lula sobre negociação no Congresso

 Lula afirmou ainda que não “negocia com o Centrão”, mas que conversa com partidos políticos

Lula
Foto: Reprodução/You Tube
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (11) que é preciso ter “paciência” e conversar “com quem você gosta, com quem você não gosta” para aprovar projetos do governo no Congresso Nacional. Na semana passada, Lula recebeu membros do Centrão no Palácio do Planalto após a Câmara aprovar a Reforma Tributária e o projeto que estabelecendo regras para o julgamento do Carf.
O governo tenta ampliar o espaço dos partidos do bloco e da oposição para ampliar a sua base de apoio no Congresso.
“É preciso ter paciência, conversar com quem você gosta, com quem você não gosta, ouvir coisas boas, coisas ruins. Não é a política “dando que se recebe” que todo mundo fala. Pensado para tentar engajar apoiadores do governo nas redes sociais, o programa tem sido transmitido todas as terças-feiras, pela manhã, do Palácio da Alvorada. Além das suas próprias páginas na rede social, Lula tem usado também a página nas redes sociais da TV Brasil, empresa pública de televisão, que é destinada para divulgar ações do governo.”
Lula ainda afirmou que é “normal” que você negocie” com as diferenças forças políticas e aceite as alterações feitas nos textos enviados pelo Palácio do Planalto. Lula citou que o processo ocorreu durante a votação da Reforma Tributária. Na semana passada, o presidente chegou a afirmar que o texto era o que ele desejava, mas que o governo “não é senhor da razão”.
“É normal que você negocie. […] E o cara pode ter uma boa ideia, não é só o governo que pode ter uma boa ideia. Às vezes um cara apresenta uma sugestão numa medida provisória, num PL, melhor que o governo apresentou. Então, aquilo é feito um acordo e é votado e você precisa convencer a maioria. Foi o que aconteceu com muita persistência, habilidade, do nosso ministro da Fazenda, Haddad, nosso líder do Senado, Jaques Wagner, nosso líder da Câmara, José Guimarães, nosso ministro Padilha”
O texto-base da reforma foi aprovado com uma votação história na Câmara dos Deputados com 375 votos a favor e 113 contra. Lula afirmou nesta terça-feira que espera repetir a votação no Senado.
“Eu estou feliz porque foi uma semana muito importante para o Brasil. Não foi importante para o governo, foi importante para o Brasil. E eu espero que o Senado repita a votação da Câmara e eu espero que a gente chegue no fim do ano com a política tributária nova para que a gente nunca mais fique falando de política tributária nesse país.”
Lula ainda afastou a ideia de que “negocia com o Centrão” e afirmou que conversa com partidos políticos. O presidente afirmou ainda que é preciso “construir governabilidade” e que o governo conseguiu alcançá-la na votação da reforma.
“A gente não negocia com o Centrão. O Centrão não é um partido político. O Centrão se junta em razão de determinadas coisas. Mas habitualmente você negocia com o partido. O PT, o PSB, o PCdoB, o PDT, o PSD, o União Brasil, Republicanos, PP. São com esses partidos que você negocia […] Você não negocia com suplente, você negocia com quem foi eleito, com quem tem mandato, e portanto você tem que estar aberto a conversar. Precisamos construir essa governabilidade, e ela foi construída para votar a política tributária porque não era uma coisa de interesse do Haddad, do Lula, era de interesse do país.”

Juros

Durante a live, Lula voltou a criticar a taxa de juros do país e afirmou que “logo logo vai começar a abaixar”. O presidente afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é “teimoso” e “tinhoso”, mas que “não tem explicação” para a taxa.
“As pessoas estão ficando mais otimistas, a inflação está caindo, e logo logo vai começar a abaixar a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, tinhoso, mas não tem mais explicação.”

INSS

Lula afirmou que discutirá ainda nesta semana o problema com as filas no INSS. Segundo dados divulgados pelo presidente do Ministério da Previdência Social, Carlos Lupi, mais de 1 milhão de pedidos de aposentadoria, pensão e demais benefícios aguardam análise. O número é referente ao mês de junho.
“Eu tenho uma reunião essa semana para discutir qual é o problema que está acontecendo que as filas (do INSS) tem por volta de 1,9 milhão de pessoas. Não há nenhuma explicação, a não ser ‘ah, eu não posso aposentar porque eu não tenho dinheiro para pagar’. Se for isso, a gente tem que ser muito verdadeiro com o povo e dizer porque que tem essa fila. Se é falta de funcionário a gente tem que contratar funcionário, se é falta de competência, a gente tem que trocar quem não tem competência. O dado concreto é que nós provamos que não precisa ter fila no INSS, nem para receber o benefício e muito menos para fazer perícia médica.”

Agência o Globo/FP