Primeira emissão de títulos públicos sustentáveis poderá ultrapassar US$ 1 Bilhão, afirma secretário do Tesouro Nacional

Ação, vinculada a compromissos ambientais, visa promover projetos sustentáveis e impulsionar transição ecológica do governo

Foto: Gustavo Frazao / Shutterstock.com
Na quinta-feira (24), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, anunciou que a primeira emissão de títulos públicos sustentáveis está prevista para superar US$ 1 bilhão. No entanto, o valor exato não foi revelado por considerações de mercado.
Estes títulos federais, lançados internacionalmente, estão ligados a compromissos ambientais. Ao invés de receberem apenas juros financeiros, os investidores estrangeiros obterão rendimentos provenientes de projetos sustentáveis, com taxas de retorno estimadas entre 6,15% e 8% para os compradores dos títulos. Essa taxa de retorno será equivalente à do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, que foi relançado hoje e receberá parte dos recursos provenientes das emissões dos títulos.
Embora inicialmente planejada para setembro, a emissão agora está programada, segundo Ceron, para o segundo semestre. No entanto, ele não descartou a possibilidade de adiar a operação para o início de 2024, a fim de escolher a melhor “janela de mercado”.
Durante uma entrevista coletiva após uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), Ceron afirmou que é provável que a emissão dos títulos ocorra ainda este ano, mas também considerou a possibilidade de início em 2024, caso seja mais adequado. Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, mencionou que os títulos sustentáveis serão cruciais para viabilizar o plano de transição ecológica do governo.
“Esses títulos são aguardados globalmente. Esperamos que a transição ecológica seja uma parte essencial do plano econômico do governo. O Fundo Clima desempenha um papel fundamental na concretização dessa transição”, destacou Durigan.
Durigan assegurou que todos os requisitos legais foram cumpridos para o lançamento dos títulos sustentáveis. Apesar das emissões serem denominadas em dólares, Ceron afirmou que a operação não traz risco cambial ao Brasil, uma vez que uma valorização do dólar resultaria em uma diminuição da dívida líquida do país devido ao aumento do valor das reservas internacionais convertidas em reais.
No presente momento, com reservas internacionais de US$ 342,732 bilhões, essas atuam como uma salvaguarda contra a desvalorização cambial, diminuindo o cálculo da dívida líquida. Porém, a dívida bruta aumenta em casos de valorização do dólar.
Na reunião desta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional regulamentou o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), com R$ 10 bilhões destinados a financiar projetos de desenvolvimento sustentável. Este fundo, operado pelo Ministério do Meio Ambiente desde 2009, apresentará taxas de retorno entre 6,15% e 8%, as mesmas dos títulos verdes. Estas taxas refletem o rendimento esperado dos projetos financiados pelo fundo.
O patamar mínimo de 6,15% foi estabelecido com base nos juros da última emissão de títulos do Tesouro no mercado internacional. Antes disso, as taxas de retorno dos empréstimos para o Fundo Clima variavam entre 0,1% e 3%.
Cúpula Da Amazônia

Presidente Lula critica insuficiência de financiamento climático e falta de representatividade em discurso na Cúpula da Amazônia

Lula destaca necessidade de maior compromisso financeiro e reforma no Fundo Global para o Meio Ambiente durante cúpula regional.

Cúpula Da Amazônia
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Durante sua participação na Cúpula da Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a insuficiência do compromisso dos países ricos em relação ao financiamento climático para nações em desenvolvimento. Desde 2009, os países desenvolvidos prometeram destinar anualmente US$ 100 bilhões para esse fim, mas segundo Lula, essa quantia já não atende às necessidades atuais. O presidente brasileiro fez essa declaração em seu discurso proferido nesta quarta-feira (9), reforçando que a demanda por ações de mitigação, adaptação e compensação por danos relacionados às mudanças climáticas está em constante crescimento.
O presidente Lula também abordou a falta de representatividade de países detentores de grandes reservas florestais e rica biodiversidade no Fundo Global para o Meio Ambiente. Ele expressou sua visão de que países como Brasil, Colômbia, Equador, Congo e Indonésia merecem maior voz e influência no fundo. Lula chamou a atenção para a situação atual em que nações desenvolvidas como Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Suécia têm assentos individuais, enquanto os países mencionados anteriormente não possuem a mesma representação.
O presidente brasileiro foi contundente em sua crítica ao que ele chamou de “neocolonialismo verde”, referindo-se a medidas discriminatórias e barreiras comerciais que, sob o pretexto de proteger o meio ambiente, muitas vezes desconsideram as políticas e normas domésticas dos países com florestas em seus territórios. Lula defendeu a remuneração justa e equitativa pelos serviços ambientais e ecossistêmicos fornecidos pelas florestas tropicais e também propôs uma espécie de certificação para produtos produzidos de maneira sustentável nessas regiões.
Na Cúpula da Amazônia, Lula e outros líderes divulgaram a “Declaração de Belém”, um documento que apresenta uma agenda comum com 113 pontos consensuais entre os países membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). O texto é baseado nos aportes da sociedade civil, destacados durante o Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, ocorrido em Brasília no mês de maio, e também de órgãos do governo federal. Além disso, os representantes amazônicos receberam propostas de políticas públicas elaboradas por entidades, movimentos sociais, academias e agências governamentais, discutidas durante o evento “Diálogos Amazônicos”, que precedeu a Cúpula da Amazônia.
O presidente Lula finalizou seu discurso convidando países com florestas tropicais a unirem esforços nesse empreendimento, visando a uma posição comum até a COP28, ainda neste ano, e com perspectivas para a COP30. Ele destacou a importância de compartilhar experiências com parceiros da África e da Ásia para a proteção e gestão sustentável das florestas.
Lula

Presidente Lula propõe premiar prefeitos que combatam desmatamento e queimadas em suas cidades

Em entrevista a rádios amazônicas, Lula defende ação conjunta entre os entes federados e anuncia Cúpula da Amazônia para debater política unificada na região.

Lula
Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou uma nova estratégia para conter o desmatamento ilegal e evitar as queimadas na Amazônia. Durante entrevista a rádios de estados amazônicos, Lula propôs premiar os prefeitos que se destacarem no combate aos crimes ambientais em seus municípios.
Lula enfatizou a importância de uma ação conjunta entre os entes federados, incluindo prefeitos e governadores, para obter melhores resultados na preservação da fauna, da floresta e dos recursos hídricos. O presidente argumentou que compartilhar decisões e incentivar a participação dos prefeitos pode ser mais efetivo do que apenas aplicar punições e denúncias.
Com o intuito de debater uma política unificada para a região, Lula convocou a Cúpula da Amazônia, que ocorrerá nos dias 8 e 9 de agosto, em Belém. Além dos presidentes dos oito países amazônicos, o encontro contará com a participação dos governadores dos estados brasileiros. Adicionalmente, será organizada uma reunião com as lideranças municipais para discutir medidas concretas de combate às ilegalidades.
Entre as propostas apresentadas, o presidente mencionou a instalação de uma base da Polícia Federal em Manaus para atuar em conjunto com as Forças Armadas e as autoridades dos países vizinhos. A ideia é fortalecer a segurança na fronteira e combater o crime organizado, o narcotráfico e as atividades ilegais, como o garimpo e a extração ilegal de madeira.
Lula ressaltou que a atuação conjunta das equipes de diversas áreas, como Justiça, defesa, meio ambiente e desenvolvimento social, será essencial para promover a cidadania e o bem-estar das populações amazônicas, incluindo ribeirinhos, indígenas e pescadores.
O presidente concluiu afirmando que o combate às ilegalidades na Amazônia é uma responsabilidade fundamental, que vai além da preservação da floresta, sendo também uma questão de proporcionar qualidade de vida para o povo amazônico. A exigência de legalidade e o respeito aos habitantes da região são fundamentais para alcançar esse objetivo.
Com essa iniciativa, Lula busca fortalecer a proteção ambiental na Amazônia e reforçar a cooperação entre as autoridades locais e os órgãos federais na busca por soluções concretas e duradouras para os desafios enfrentados na região.
Ministério Meio Ambiente

Ministério do Meio Ambiente cria estratégias para lidar com o El Niño

Serão contratados novos brigadistas e compras de equipamentos

Ministério Meio Ambiente
Foto: Luiz Felipe Barbiéri/G1

Na quinta-feira (20), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, informou que a pasta fez contratações de brigadistas e comprou equipamentos enfrentar os efeitos do El Niño.
O El Niño é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico, provocando aquecimento anormal das águas. Isso causa alterações nos padrões climáticos globais, trazendo consequências como secas, chuvas intensas e impactos em diversos setores econômicos.
A ministra esteve presente na reunião de instalação equipe do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, junto com Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
As medidas feitas pelo Ministério têm como objetivo integrar uma orientação de combate a queimadas, uma das consequências esperada com a intensificação do El Niño, de acordo com Agostinho. “Não tem ‘Super El Niño’, tem aquecimento. O mundo está esquentando e vai ficar cada vez mais. A gente vai ter que saber lidar com isso”, afirmou.
O chefe do Ibama ainda confirmou o treinamento de brigadista dos estados e da sociedade civil desde que o fenômeno La Niña demostrava se transformar em El Niño, para conseguir um combate mais ágil e extenso.

Governo da Suíça anuncia doações para o Fundo Amazônia

Governo da Suíça anuncia doações para o Fundo Amazônia

Foto:Valter Campanato/Agência Brasil
Representantes do governo da Suíça informaram, nesta quarta-feira (5), que o país fará doações em dinheiro para o Fundo Amazônia.Os recursos são usados para proteção do meio ambiente e combate ao desmatamento do bioma.
O anúncio foi feito abertura do Fórum Brasil-Suíça de investimentos, evento que está sendo realizado em Brasília.
Os valores não foram divulgados, mas, de acordo com o conselheiro suíço das áreas de Economia, Educação e Pesquisa, Guy Parmelin, as primeiras doações devem ocorrer nas próximas semanas.
Pelas redes sociais, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que também participou da abertura do evento, agradeceu a ajuda do governo suíço. “A Suíça está entre os 10 maiores investidores no Brasil, contando com 660 empresas instaladas no país. Recebemos com entusiasmo as perspectivas de doação, por parte da Suíça, de recursos para o Fundo Amazônia”, disse Alckmin.
Os recursos do Fundo Amazônia são usados em ações de promoção da sustentabilidade e combate ao desmatamento na região.
Além dos recursos oriundos da Suíça, o Fundo tem previsão de receber valores doados pelos Estados Unidos, pela Noruega, pela Alemanha e pelo Reino Unido.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e funciona como uma espécie de crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais.

Agência Brasil

Governo Federal cria grupo de trabalho para acompanhar ações ambientais em território Yanomami

Medida procura melhorar o combate à crise humanitária em que vivem os indígenas da região

Foto: Reprodução/GeoInova

Nesta segunda-feira (03), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), liderado pela ministra Marina Silva, estabeleceu um grupo de trabalho (GT) para monitorar as medidas ambientais presentes no plano de ação do comitê nacional de enfrentamento à crise humanitária yanomami em Roraima.

A medida entrará em vigor na sexta-feira (07) e terá validade de um ano. O grupo será composto por 12 membros, sendo seis titulares e seis suplentes do serviço público federal, representando comunidades tradicionais, órgãos ambientais e desenvolvimento rural. Serão realizadas reuniões a cada 15 dias, com a participação mínima de três membros para acompanhar o progresso das ações.

Além disso, técnicos e especialistas do próprio ministério ou de entidades públicas e privadas poderão ser convocados para participar das reuniões. O suporte técnico e administrativo será fornecido pela secretária-executiva do MMA.

Segundo as Forças Armadas, houve uma redução significativa de 90% nos voos clandestinos sobre as terras indígenas (TI) Yanomami, resultado do fortalecimento do combate ao crime ambiental na região. No entanto, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz detectou a presença de mercúrio nos peixes que habitam os rios da TI e nos próprios indígenas.

Lixo

O descarte correto do lixo e suas consequências na preservação do meio ambiente

O lixo é um problema global que afeta todas as regiões do mundo.

Lixo
Foto: Divulgação
O descarte correto do lixo desempenha um papel fundamental na preservação do meio ambiente e na sustentabilidade do nosso planeta. Infelizmente, muitas vezes negligenciamos a importância dessa prática e suas consequências negativas se não for realizada de forma adequada.
O lixo é um problema global que afeta todas as regiões do mundo. Desde resíduos domésticos até materiais industriais, seu descarte inadequado tem consequências devastadoras para a natureza, a vida selvagem, os ecossistemas e até mesmo para a saúde humana.
Uma das principais consequências do descarte incorreto do lixo é a poluição do solo. Quando depositamos resíduos em locais inadequados, como terrenos baldios ou áreas naturais, substâncias químicas tóxicas presentes no lixo podem infiltrar-se no solo.
Isso contamina o solo, comprometendo a sua fertilidade e a capacidade de suportar a vida vegetal. Além disso, essas substâncias podem acabar atingindo os lençóis freáticos, contaminando a água que usamos para beber e irrigar nossas plantações.
Outra consequência significativa é a poluição da água. Quando descartamos resíduos diretamente em rios, lagos ou oceanos, eles contaminam os corpos d’água e prejudicam a vida marinha. Plásticos, por exemplo, são frequentemente confundidos com comida por animais aquáticos, causando sua morte por asfixia ou por danos internos. Além disso, produtos químicos presentes no lixo podem se dissolver na água, tornando-a imprópria para o consumo humano e afetando a biodiversidade aquática.
A poluição do ar também é uma consequência direta do descarte incorreto do lixo. A queima de resíduos a céu aberto ou sua decomposição em aterros sanitários produzem gases tóxicos e poluentes que contribuem para o aquecimento global e o efeito estufa. Essas emissões poluentes têm impactos negativos na qualidade do ar, causando problemas respiratórios e aumentando os riscos de doenças cardiovasculares em seres humanos e animais.
Além dos impactos ambientais, o descarte incorreto do lixo também tem implicações econômicas e sociais. A gestão inadequada de resíduos gera custos elevados para as comunidades, uma vez que é necessário investir em sistemas de limpeza e tratamento de áreas contaminadas. Além disso, a poluição resultante afeta a indústria do turismo, o comércio e a qualidade de vida das pessoas nas áreas afetadas.
Felizmente, existem soluções para minimizar essas consequências negativas e promover um descarte adequado do lixo. A reciclagem é uma das práticas mais eficazes para reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários. Ao separar materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal, podemos direcioná-los para processos de reciclagem, onde serão transformados em novos produtos, economizando recursos naturais e reduzindo a poluição.
Certamente! Aqui estão dez dicas importantes para fazer o descarte correto do lixo:
  • Separe os resíduos: Comece separando os resíduos em diferentes categorias, como papel, plástico, vidro e metal. Isso facilitará o processo de reciclagem posteriormente.
  • Conheça a coleta seletiva local: Informe-se sobre o sistema de coleta seletiva em sua região. Descubra quais materiais são aceitos e quais são os dias e horários de coleta. Siga as diretrizes estabelecidas para facilitar o trabalho dos coletores.
  • Lave e seque os materiais recicláveis: Antes de descartar materiais como garrafas de plástico, latas de alumínio ou embalagens de vidro, certifique-se de lavá-los e secá-los adequadamente para evitar o acúmulo de resíduos orgânicos e odores desagradáveis.
  • Reduza o uso de plástico descartável: Dê preferência a produtos reutilizáveis, como garrafas de água, sacolas de compras e recipientes de alimentos. Evite o uso de copos, talheres e pratos descartáveis sempre que possível.
  • Compostagem: Aproveite os resíduos orgânicos, como cascas de frutas e restos de alimentos, para fazer compostagem em casa. Isso ajudará a reduzir a quantidade de lixo enviado para aterros sanitários e produzirá adubo natural para suas plantas.
  • Descarte corretamente medicamentos vencidos: Nunca jogue medicamentos no lixo comum ou na água. Procure pontos de coleta específicos em farmácias ou postos de saúde para descartar corretamente os medicamentos vencidos.
  • Evite o descarte de eletrônicos no lixo comum: Equipamentos eletrônicos, como celulares, computadores e pilhas, contêm substâncias tóxicas que podem contaminar o solo e a água. Procure pontos de coleta específicos para descartar esses itens adequadamente.
  • Reutilize e doe objetos: Antes de descartar objetos, verifique se eles podem ser reutilizados ou doados. Roupas, móveis, livros e brinquedos em bom estado podem encontrar novos proprietários e evitar o acúmulo desnecessário de lixo.
  • Informe-se sobre descarte de resíduos especiais: Resíduos perigosos, como produtos químicos, tintas, pesticidas e lâmpadas fluorescentes, exigem um descarte especial. Informe-se sobre os pontos de coleta ou eventos de descarte de resíduos perigosos em sua comunidade.
  • Eduque e conscientize: Compartilhe essas dicas com amigos, familiares e vizinhos. Educar as pessoas ao seu redor sobre a importância do descarte correto do lixo é fundamental para criar uma consciência ambiental coletiva.
Lembre-se de que fazer o descarte correto do lixo não apenas contribui para a preservação do meio ambiente, mas também é um ato de responsabilidade e cuidado com as gerações futuras.

Desmatamento na Amazônia cai 31% de janeiro a maio

Dados do Inpe comparam com o mesmo período do ano passado

Foto:Divulgação Tv Brasil

O desmatamento caiu 31% na Amazônia Legal, no acumulado de janeiro a maio de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta quarta-feira (7), e coletados a partir do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponível na plataforma TerraBrasilis. Foram 1.986 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada nos primeiros meses deste ano contra 2.867 km² de área desflorestada entre janeiro e maio de 2022. Esse número representa uma reversão da tendência de desmatamento, que chegou a aumentar 54% no segundo semestre do ano passado.

“O governo atual recepcionou [da gestão anterior] o desmatamento em alta na Amazônia, em uma faixa bastante importante. O dado que o Deter acaba de disponibilizar representa uma queda de 10% no mês de maio, comparado com o mês de maio do ano anterior. No acumulado de janeiro a maio deste ano, uma queda de 31% no desmatamento”, destacou o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, em coletiva de imprensa para detalhar os números.

O sistema Deter é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Inpe, como forma de orientar o trabalho de fiscalização ambiental. Ele não costuma ser usado para analisar períodos curtos, como comparativos mês a mês, por causa da alta volatilidade da cobertura de nuvens. Segundo informações do MMA, a maior parte do desmatamento, cerca de 46%, ocorreu em imóveis rurais com um registro público no Cadastro Ambiental Rural (CAR), em que o governo consegue identificar o responsável pela área, seja um proprietário ou posseiro em processo de regularização fundiária.

Outros 21% da área desmatada foram em assentamentos rurais e 15% em áreas de florestas públicas não destinadas. Percentuais menores foram observados em unidades de conservação, terras indígenas e áreas de preservação permanente.

Concentração

De acordo com o governo federal, apenas 20 municípios da Amazônia Legal concentram 55% do desmatamento detectado de janeiro a maio. Lidera essa estatística o município de Feliz Natal (MT), com 8,8% do desmatamento, seguido de Apuí (AM) e Altamira (PA), com 6,8% e 4,9%, respectivamente. Ao todo, são oito municípios no Mato Grosso, seis no Amazonas, quatro no Pará, um em Rondônia e um em Roraima. Juntos, responderam por uma área desmatada de quase 2 mil km².

“Uma boa parte do desmatamento da Amazônia é ilegal, não teve autorização”, explica o presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho. O trabalho da autarquia nesse período resultou na aplicação de mais de R$ 2 bilhões em multas, um aumento de 179% em relação ao ano passado.  

Desmatamento na Amazônia cai 31% de janeiro a maio 

Foto:TerraBrasilis

Segundo o presidente do Ibama, foram emitidos 7.196 autos de infração e mais de 2,2 mil fazendas, glebas ou lotes rurais foram embargados, ou seja, tiveram sua atividade proibida.

“Estamos embargando preferencialmente nos municípios prioritários de desmatamento. A fronteira de desmatamento na Amazônia é grande, vai de Rondônia, Acre, sul do Amazonas, norte do Mato Grosso, além de Pará e Maranhão”, acrescentou.

Plano de combate

Essa semana, o governo federal lançou a nova edição do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia Legal (PPCDAm), que vinha sendo discutido desde o início do ano e foi submetido a consulta pública em abril, com mais de 500 sugestões recebidas. O documento estabelece mais de 130 metas a serem alcançadas até 2027, incluindo embargo de áreas desmatadas, suspensão de cadastros irregulares, aplicação de multas, contratação de pessoal, aumento da fiscalização de áreas, regularização fundiária, entre outros.

O plano inclui também metas para estimular atividades produtivas sustentáveis, como criação de selos de agricultura familiar e bioeconomia, programas de manejo florestal e ecológico, inventivo ao etnoturismo na Amazônia, entre outros. Também há previsão de criação de novas unidades de conservação, destinação de florestas públicas federais e regularização de povos e comunidades tradicionais.

Enquanto o desmatamento na Amazônia dá sinais de estar sendo contido este ano, no Cerrado, o segundo maior bioma do país, a situação é bem oposta. Os dados do Deter divulgados nesta quarta mostram aumento de 35% no desmatamento de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Agência Brasil

Parque Ambiental Bezerros

Governadora Raquel Lyra inaugura o Parque Ambiental Janelas para o Rio em Bezerros

 A Governadora o Estado, Raquel Lyra, Inaugurou o Parque Ambiental Janelas para o Rio em Bezerros, no agreste.

Parque Ambiental Bezerros
Raquel Lyra, Priscila Krause, vice-governadora, a prefeita de Bezerros, Luciele Laurentino e colaboradores.

Foto:Hesíodo Góes/Secom

Em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a governadora Raquel Lyra(PSDB) inaugurou ontem(05/06) o Parque Ambiental Janelas para o Rio na cidade de Bezerros, localizada no agreste do Estado. O projeto, elaborado pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), faz parte do Programa de Saneamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca. O parque, com área total de 19 mil metros quadrados, foi financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e conta com estruturas como quiosques, sanitários, playgrounds e pista de corrida.
A iniciativa de construir parques ambientais teve início após as enchentes de 2010, que afetaram principalmente os municípios da Zona da Mata Sul do Estado. O objetivo é revitalizar as áreas ribeirinhas dessas cidades, promovendo conscientização ambiental e oferecendo espaços de lazer para a população que vive nas regiões banhadas pelo Rio Ipojuca. O Parque Ambiental Janelas para o Rio é o quinto construído nesses municípios e busca combinar áreas de convivência com a preservação ambiental e proteção do rio.
Durante a inauguração, 168 animais silvestres que estavam sob os cuidados da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) foram transportados para Bezerros e devolvidos à natureza. Diversas espécies de aves, além de iguanas, cágados e jacarés-do-papo-amarelo, passaram a fazer parte do habitat natural do parque.
Bezerros
Parque Janelas para o Rio, Bezerros.

                                                                       Foto:Hesíodo Góes/Secom
A inauguração contou ainda com às presenças da vice-governadora Priscila Krause, da prefeita da Cidade, Luciele Laurentino e de autoridades locais, além do secretário-chefe da Casa Militar, coronel Hercílio Mamede, e da presidente da Apac, Suzana Montenegro.
Amazônia

Amazônia concentra 90% da área com focos de incêndio no 1º bimestre

Biomas brasileiros registraram ocorrências em 536 mil hectares

Amazônia
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
No primeiro bimestre deste ano, o bioma Amazônia concentrou 90% das áreas com queimadas. Ao todo, o perímetro atingido pelas chamas foi de 487 mil hectares, de acordo com informe de hoje (13), do Monitor do Fogo, iniciativa do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas), em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). No primeiro bimestre de 2022, a área totalizou 654 mil hectares.
Nos seis biomas do país — Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal –, em 536 mil hectares, houve focos de incêndios. Conforme destaca a pesquisadora Vera Arruda, do Ipam, a área é 28% menor do que a registrada no primeiro bimestre de 2022.
Segundo a pesquisadora Vera, de modo geral, as chuvas que caracterizam os primeiros meses do ano, no país favorecem a diminuição de incêndios. “Mesmo assim, são muitos hectares queimados, em um período de mais chuva”, afirma a pesquisadora, que integra a equipe responsável pelo Monitor do Fogo.
Outra particularidade da época é o alto índice de ocorrências em Roraima. O levantamento mostra que as queimadas no estado chegaram a consumir 259 mil hectares, ou seja, 48% do total identificado.
“Lá tem um tipo de vegetação que se assemelha mais ao Cerrado. Não são só florestas, como na maior parte da Amazônia”, explica Vera. Nos estados de Mato Grosso e do Pará, o fogo atingiu espaços de 90 mil e 70 mil hectares, respectivamente. Juntos, se somados a Roraima, respondem por 79% dos incêndios detectados pela equipe do projeto.
O Cerrado figura em segundo lugar na lista, com 24 mil hectares atingidos pelo fogo. Perguntada sobre o que a equipe considera uma margem de tolerância quanto aos incêndios, quando se trata do bioma, Vera comenta que, de fato a vegetação se adaptou à presença do fogo.
A pesquisadora, porém, faz uma observação: “O fogo que acontece, hoje em dia, nos últimos anos, não é mais o fogo que naturalmente ocorreria na vegetação, porque ocorreria mais por presença de raios. Ou seja, mais entre as estações. Mais ou menos, de maio a julho. E a gente vê que, na verdade, o fogo do Cerrado se concentra no auge da estação seca, entre agosto e setembro, que são os meses mais críticos do fogo no Cerrado. A maioria do fogo na vegetação vem de origem antrópica, humana, não é de origem natural.”
“Além disso, mesmo o fogo que ocorreria de forma natural ocorreria de forma espaçada não queimaria uma mesma área, repetidas vezes. O que a gente vê, com os dados do Monitor, é que a frequência das áreas queimadas no Cerrado também está aumentando. Isso não permite que a vegetação, o ecossistema se recupere”, finaliza.
Agência Brasil