Inflação

Boletim Focus aumenta previsão da inflação para 4,90% ao final de 2023

Relatório destaca preocupações com o IPCA e perspectivas de crescimento do PIB

Inflação
Foto: Shutterstock
O Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (21), revelou um aumento nas estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ao final de 2023, chegando a 4,90%, em comparação com a estimativa anterior de 4,84%.
A pesquisa, realizada com economistas ouvidos pelo Banco Central (BC), reflete a repercussão do reajuste nos preços dos combustíveis pela Petrobras na semana anterior, com um aumento médio de R$ 0,41 por litro na gasolina A para distribuidoras, resultando em um reajuste de 16,3%.
As projeções para 2024 mantiveram-se estáveis em 3,86%. Essas estimativas têm influência significativa nas decisões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) atualmente. As projeções para os anos 2025 e 2026 permaneceram inalteradas, fixando-se em 3,5% para ambos os anos.
Entretanto, apesar das projeções do Boletim Focus, a inflação ainda supera a meta estabelecida. Para 2023, a mediana voltou a se afastar do teto da meta (4,75%), indicando uma possível falha no objetivo do Banco Central pelo terceiro ano consecutivo, seguindo os anos de 2021 e 2022.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou recentemente que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja implementar uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à meta-calendário vigente.
As projeções do mercado indicam um crescimento de 2,29% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. Para 2024, os analistas estimam um crescimento entre 1,30% e 1,33%.
A expectativa de cotação do dólar subiu de R$ 4,93 para R$ 4,95 em 2023, enquanto permaneceu em R$ 5,00 para o ano seguinte. A taxa básica de juros, Selic, foi mantida em 11,75% para dezembro deste ano.

Negociações salariais superam inflação em 77,05% no primeiro semestre, aponta Salariômetro da Fipe

Resultado representa o melhor desempenho desde 2018, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.

Foto: Marcello Casal JR/ ABR
No primeiro semestre deste ano, as negociações salariais no Brasil tiveram um desempenho positivo ao superarem a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). De acordo com o boletim Salariômetro, divulgado nesta sexta-feira (29) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 77,05% das negociações salariais alcançaram resultados acima da inflação, representando o melhor resultado desde o ano de 2018.
O estudo do Salariômetro analisou dados de 40 negociações salariais coletados no portal Medidor, do Ministério da Economia, proporcionando uma visão abrangente sobre a evolução dos reajustes salariais ao longo dos seis primeiros meses do ano.
O reajuste mediano real dos salários, considerando a inflação, mostrou-se especialmente positivo no período, atingindo um crescimento de 0,79% acima da inflação. Esse resultado é o melhor desde 2018, quando o reajuste médio havia sido de 0,81%. A Fipe também destacou que todos os meses do ano apresentaram reajustes reais acima da inflação, reforçando a tendência de valorização dos salários no país.
Ao analisar apenas o mês de junho, o panorama se mostra ainda mais otimista. O reajuste real mediano alcançou 1,26% acima da inflação do INPC, com 87,6% das negociações salariais resultando em ganhos reais para os trabalhadores.
Os dados preliminares do Salariômetro da Fipe para o mês de julho apontam uma continuação desse cenário favorável. A projeção é de um reajuste nominal mediano de 5%, com 90,4% das negociações prevendo ganhos acima do índice de inflação, o que poderá representar mais um mês de avanços para os trabalhadores brasileiros.
Diante desse quadro positivo, as negociações salariais têm mostrado-se mais vantajosas para os trabalhadores, contribuindo para o fortalecimento do poder de compra da população e a valorização do trabalho. Contudo, é fundamental que tanto empresas quanto órgãos governamentais continuem atentos às questões econômicas e à dinâmica do mercado, a fim de manter esse cenário promissor para o setor salarial do país.

Grande Recife registra segunda maior inflação do país

Enquanto o Brasil registrou uma deflação de 0,08% em junho.

Foto: Reprodução

Enquanto o Brasil registrou uma deflação de 0,08% em junho, o Grande Recife teve a segunda maior inflação do país, com alta de 0,28% nos preços de produtos e serviços. A capital ficou atrás apenas de Belo Horizonte (0,31%) e foi uma das cinco localidades, entre as 16 pesquisadas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que tiveram inflação. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça (11).
No acumulado do semestre, o Grande Recife teve o sexto menor percentual do país, com inflação de 2,52% entre janeiro e junho. No Brasil, o índice foi ligeiramente superior (2,87%). A variação acumulada dos últimos 12 meses (julho de 2022 a junho deste ano) foi de 2,47%, também a sexta menor do Brasil, enquanto a média nacional foi de 3,16%. “A alta na inflação de junho no Grande Recife é resultado de aumentos pontuais em produtos com peso significativo na cesta de consumo. Tivemos alta de 4,09% na gasolina e de 3,73% na energia elétrica, mais especificamente nas taxas que incidem sobre o consumo dela. A taxa de iluminação pública subiu 0,2%, o PIS da energia avançou 4,9% e o Cofins, (3,7%)”, observou a gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco. “Ainda assim, houve quedas importantes, como os 5,8% de redução no gás de botijão e de 3,75% nos automóveis novos com a política de incentivo às montadoras”, completou.
Na RMR, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA no mês passado, Comunicação (-0,24%) e Artigos de Residência (-0,47%) apresentaram deflação na comparação com o mês anterior. Por outro lado, a maior inflação ocorreu na categoria Vestuário, com alta de 0,7% entre maio e junho. Em seguida, estão Habitação (0,58%), Transportes (0,57%), Despesas pessoais (0,32%), Saúde e cuidados pessoais (0,17%), Alimentação e bebidas (0,13%) e Educação (0,05%).
Em junho, os cinco produtos ou serviços com aumento mais expressivo no IPCA foram o tomate (30,26%), o alho (8,42%), a maçã (6,61%), o açúcar cristal (6,06%) e a maionese (5,87%). Já os itens com maior redução de preço em junho foram o coentro (-13,41%), o óleo diesel (-7,75%), a melancia (-7,47%), o óleo de soja (-7,15%) e o mamão (-6,08%).

Diário de Pernambuco

Ipea projeta maior crescimento e menor inflação em 2023

Nova previsão é que o PIB cresça 2,2% em 2023

Foto: Marcelo casal JR/Agência Brasil

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diante dos avanços observados na economia brasileira nos três primeiros meses do ano, reviu as previsões econômicas e espera que o Brasil cresça mais e que a inflação seja menor do que o esperado anteriormente para 2023. As novas previsões e as análises do instituto foram divulgadas hoje (5), na Visão Geral da Conjuntura.
A nova previsão do instituto é que o Produto Interno Bruto (soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país – PIB) cresça 2,2% em 2023. A antiga previsão, até março, era de um crescimento de 1,4%. Já a inflação deve ser menor. A previsão da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,6% para 5,1% em 2023.
De acordo com o relatório, a revisão da previsão do PIB em 2023 ocorreu após o crescimento dos primeiros três meses do ano ter superado as expectativas do Ipea. A previsão do instituto para o período era um crescimento de 1,2% em relação ao período anterior, ou seja, em relação aos últimos três meses de 2022, e que avançasse 2,7% em comparação com os primeiros três meses de 2022. O crescimento, no entanto, foi maior, 1,9% em relação ao trimestre anterior e 4% em relação ao mesmo período de 2022.
A inflação menor que a esperada, por sua vez, ocorre também devido à valorização do real brasileiro, que junto com a deflação das cotações das commodities resulta em força que pressiona para baixo os preços no atacado, induzindo a um cenário de desinflação no varejo e nos preços ao consumidor. Para o restante do ano, portanto, a perspectiva é, segundo a análise divulgada, de estabilidade.
No documento, os pesquisadores detalham alguns fatores que contribuem com o cenário projetado. Dentre eles, o aumento da demanda por commodities brasileiras, motivada, entre outros fatores, pela reabertura econômica da China. Este ano, o Brasil registrou recordes de superávit mensal na balança comercial para o mês, puxados pelo aumento das exportações de commodities como petróleo, minério de ferro, milho e soja.
Dentro do país, o Ipea aponta duas forças distintas em direções opostas. De um lado, a manutenção por período prolongado de taxas de juros elevadas por parte da autoridade monetária, alcançando o valor médio anualizado de 45% no mercado de crédito, o que pressiona para baixo o crescimento. De outro, impulsionam o crescimento, as medidas fiscais que permitem a sustentação da renda das famílias, assim como a elevação da demanda pública, tanto do consumo do governo como dos investimentos públicos.
O Ipea destaca ainda que novas medidas continuam atuando no sentido de sustentar a renda das famílias no segundo trimestre do ano como um novo aumento do salário mínimo, reajuste dos salários dos funcionários públicos federais, antecipações do abono salarial e os ajustes do valor do Bolsa Família.

Agência Brasil

Mercado reduz previsão da inflação de 6,03% para 5,8% este ano

Projeção do crescimento da economia em 2023 subiu para 1,2%

Foto: Marcelo Casal Jr.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 6,03% para 5,8% este ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (22), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4% para os dois anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em abril, influenciado pelo aumento dos preços de remédios, o IPCA ficou em 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.

Juros básicos

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 1,02% para 1,2%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,3%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
A previsão para a cotação do dólar está em R$ 5,15 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,20.
Agência Brasil