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Gripe aviária: Estados recomendados a declarar emergência zoossanitária após surtos no Brasil

Medida visa conter o avanço do vírus H5N1, enquanto Japão suspende temporariamente a compra de carne de frango do Brasil

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Foto: Divulgação
A gripe aviária tem causado preocupação no cenário nacional e internacional, levando o governo brasileiro a adotar medidas emergenciais para conter o avanço do vírus H5N1. Após Santa Catarina publicar no Diário Oficial da União (DOU) a decisão de declarar emergência zoosanitária devido à doença, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recomendou que todos os estados brasileiros adotem o mesmo status. A medida, já implementada em âmbito nacional desde 22 de maio, busca garantir recursos para enfrentar o problema e preservar a produção avícola no país.
O surto da gripe aviária no Brasil foi detectado pela primeira vez em 15 de maio em aves silvestres. Desde então, o país tem enfrentado desafios para evitar que o vírus se dissemine pela produção industrial avícola, uma vez que o Brasil é o líder mundial na exportação de carne de frango. A detecção da doença levou à necessidade de sacrificar grandes populações de aves, e alguns países já limitaram temporariamente a importação de carne de frango brasileira.
A fim de minimizar os impactos econômicos e garantir a segurança sanitária na produção brasileira, o Ministério da Agricultura e Pecuária reforçou a importância do estado de emergência para mobilizar verbas da União e coordenar ações conjuntas entre entidades governamentais e não governamentais em todas as instâncias: federal, estadual e municipal. A medida também permite articular com outros ministérios para enfrentar a crise.
Até o momento, o Brasil já registrou 67 focos da doença, sendo dois em aves de subsistência e 65 em animais silvestres. Além disso, há seis investigações em andamento, incluindo um caso de aves de criação no estado do Mato Grosso. Vale destacar que os dois focos identificados em Santa Catarina não ocorreram em produções de escala comercial, o que preserva o status brasileiro de livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), de acordo com as determinações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O Japão, segundo maior destino comercial de carne de frango do Brasil, suspendeu temporariamente a compra do produto devido aos focos da doença no país. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lamentou a decisão, destacando que o Brasil não possui qualquer registro de IAAP na produção industrial. O Ministério da Agricultura e Pecuária concordou que não há motivos para o embargo japonês e ressaltou que o estado de Santa Catarina é o segundo maior exportador de frango do país, sofrendo impactos econômicos com a medida.
Para conter a disseminação do vírus e evitar mais prejuízos à economia do setor avícola, o governo federal tem unido esforços com os estados, reforçando a necessidade de um plano rápido de ação. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, ressaltou a importância da união entre os governos estaduais e o Ministério para argumentar junto ao Japão e buscar soluções para minimizar os danos causados pela suspensão das importações.
É importante destacar que, até o momento, não há registros de disseminação do H5N1 entre humanos no Brasil. A transmissão da gripe aviária ocorre principalmente pelo contato próximo com aves contaminadas, vivas ou mortas. Portanto, a população deve evitar se aproximar de aves que apresentem sintomas da doença, como problemas respiratórios ou comportamento neurológico atípico. Ainda assim, especialistas alertam para o risco de mutação do vírus, o que pode levar à transmissão entre pessoas, motivo de preocupação em âmbito global. As autoridades de saúde monitoram atentamente a situação e adotam medidas para preservar a saúde pública e a economia do país.