Motorista não responderá por crime e Bruno de Luca não é indiciado por omissão de socorro, conclui delegado
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“Antes do PhD, meu único objetivo era dar uma vida melhor para minha família. Hoje, é mostrar para várias pessoas que a educação abre portas. Na aula, esses dias, o professor falava que adquirir conhecimento é uma forma de mostrar ao mercado que você é mais produtivo. Logo, justifica a recompensa de um salário maior. Aí meus amigos começaram a rir dizendo para o professor que meu salário vai ser menor do que o que ganho hoje. Foi uma algazarra (risos). Mas a verdade é que a educação em si é minha recompensa. Adquirindo esse conhecimento, eu posso repassar para outras pessoas. Hoje, me sinto único aqui. Mas sei que amanhã outros estarão no mesmo lugar que eu”, justifica o economista de 31 anos em conversa com o EXTRA direto da Califórnia.
A brincadeira entre os colegas faz sentido. O quanto já faturou desde que saiu do reality da Globo Gil tem “vergonha de falar”. O que ele entrega, no entanto, é que se preparou para ter um salário ótimo até o fim da vida, “caso tudo dê errado”.
“São muitos milhões (de faturamento). Eu invisto tudo e fico sempre de olho no rendimento. Dentro desses cálculos, eu coloquei um valor pensando na possibilidade de eu perder tudo de repente, ficar pobre mesmo. E com esses valor, eu consigo me manter com um salário de R$ 30 mil até o fim da vida. Dá para manter uma rotina regozijada, né?”, destaca ele.
Professor do povo
Em meio aos estudos intensos, Gil abriu o canal do youtube “Matemática do Vigor”, em que ensina conceitos de cálculo e geometria para as pessoas que estão se preparando para o Enem.
“Sei que não substitui a experiência de uma sala de aula, mas eu aprendi inglês pelo Youtube e isso me ajudou no PhD. Era a plataforma gratuita que me permitia o acesso ao conhecimento. Pensei que agora, da mesma forma, eu poderia ajudar outras pessoas. Sei que a matemática é uma barreira para muitos jovens.”
Como é economista e se dedica a teorias mais aprofundadas, Gil precisou foi recordar conteúdos antigos:
“Eu não lembrava mais nada (risos). Fui estudando e criando paralelos com a vida real. Com minhas cachorradas, posso explicar o básico e deixar tudo muito claro. Estou aperfeiçoando as técnicas.”
Os conteúdos, publicados sempre às terças e quintas-feiras, são gravados em um dia, já que ele ainda se dedica ao quadro “Tá lascado”, do “Mais você”, e tem uma manhã reservada para filmar conteúdos publicitários. Nos demais dias, incluindo domingos, é só estudo.
“Não vou mentir, não aproveito nada da vida nos EUA. Não sei mais o que é beijar! Mas todos os meus colegas estão assim”, resume ele, já sonhando com as férias no Brasil: “Quero ir para Recife, tomar um banhozinho de piscina, ir a festas e dar meus beijos. Estou necessitado.”
Choro agora, satisfação depois
Quando as dificuldades vêm, o pernambucano confessa sentir vontade de jogar tudo para o alto. Mas como gosta de dizer, é só dar “dois tapas no rosto” para seguir vigorando no seu objetivo principal.
“Eu sou humano. Tem horas que dá vontade de ir a praia, viajar para Paris, viver tomando champanhe. Mas repito para mim: ‘Pare, gay, você sabe que a educação é importante’. Larga o drama, canceriano (o signo dele). Só quem vive isso sabe o quanto é difícil. Esses dias, eu parei para chorar. É muita pressão. Estou dando essa entrevista sem almoçar. Vou só comprar um chá gelado e estudar até meia-noite. Nem quando eu era CLT eu tinha que ralar tanto. As tarefas de leitura e de exercícios vão se acumulando, você vai se afogando. Uma das provas que tenho que fazer dura 5h45, são apenas cinco questões e a gente não consegue terminar.”
O medo da reprovação ronda, mas a satisfação com o aprendizado é muito maior.
“Se eu reprovar, serei expulso do programa. Gera preocupação porque foi um ano de investimento nesse objetivo. Mas se não der, que bom que tive esse ano de experiência e absorvi muito conhecimento. É um sentimento de missão impossível o tempo todo, mas quando consigo resolver, percebo que minha capacidade é maior do que eu imaginava. Aí vira choro de alegria e agradeço a Deus.”
Ag O Globo