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Nota de Classificação de Risco do Brasil melhora e impulsiona otimismo no mercado financeiro

Dólar se aproxima de R$ 4,70, atingindo o menor valor do ano, e bolsa de valores registra quinta alta consecutiva.

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 Foto: Itaci Batista/Estadão 
Nesta quarta-feira (26), a melhoria da nota de classificação de risco do Brasil pela agência Fitch provocou um dia de otimismo no mercado financeiro. Com a terceira queda consecutiva, o dólar comercial voltou a se aproximar de R$ 4,70, alcançando o menor valor do ano. A bolsa de valores, por sua vez, iniciou a sessão em baixa, mas reverteu o movimento e emendou a quinta alta seguida.
O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 4,728, apresentando uma queda de R$ 0,029 (-0,46%). A moeda norte-americana começou o dia próxima da estabilidade, mas logo passou a cair após o comunicado da Fitch, encerrando próxima da mínima do dia. Esse valor representa o menor nível desde 20 de abril do ano passado, quando havia fechado em R$ 4,62. Em julho, a divisa acumula uma queda de 1,29%, e no ano de 2023, já registra uma desvalorização de 10,45%.
Paralelamente, o mercado de ações também registrou ganhos. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.560 pontos, apresentando uma alta de 0,45%. Esse resultado é consequência do sustento das ações de bancos e varejistas, mesmo diante da queda das ações de petroleiras e mineradoras. O índice alcançou o nível mais alto desde 9 de agosto de 2021.
Internamente, a decisão da Fitch trouxe ânimo aos investidores. A agência de classificação de risco elevou a nota do país para BB, contra BB-, com perspectiva estável, o que significa que não haverá mudanças na classificação nos próximos meses. A Fitch atribuiu essa decisão ao desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado da economia brasileira. Essa melhoria na nota estimula a entrada de capital financeiro no Brasil.
No cenário internacional, a elevação dos juros básicos dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual confirmou as expectativas das instituições financeiras. Apesar da taxa básica de juros da maior economia do planeta estar no maior nível desde 2001, os investidores acreditam que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) encerrou o ciclo de altas que começou em abril do ano passado. Esse fato é positivo para países emergentes, como o Brasil, uma vez que o término das altas de juros em economias avançadas beneficia essas nações.
Com a perspectiva de estabilidade e o otimismo em relação à economia brasileira, a expectativa é de que o mercado financeiro continue reagindo positivamente nos próximos dias, trazendo possíveis impactos tanto para o dólar quanto para a bolsa de valores, em um cenário que se mostra favorável aos investidores no país.

Dólar cai 8,38%, maior patamar desde 2016

 No primeiro semestre deste ano, o valor saiu de R% 5,23 para R$ 4,77 

Foto: Reprodução/GettyImagens

No início deste ano, a cotação do dólar estava em R$ 5,23, mas na última quinta-feira (22) o valor caiu para R$ 4,77, menor patamar para câmbio desde maio de 2022. A última vez que a taxa de câmbio sofreu uma desvalorização tão significativa foi em 2016, quando caiu 17,80%. 

Durante o primeiro semestre, entre o dia 1º de janeiro e 19 de junho, o índice de referência para operações de câmbio no mercado financeiro, calculado pelo Banco Central, conhecido como dólar Ptax apresentou uma diminuição de 8,38%. 

Depois do resultado das eleições de 2022, as pesquisas de gestores, estrategistas e economistas previam que o dólar ficaria acima de R$ 5,40 neste ano. Agora, com o mercado mais tranquilo com o Governo Lula e a economia mundial, foi possível ver o fortalecimento da moeda brasileira. 

O estacionamento da Selic, taxa de juros do País, em 13,75% e a queda dos indicadores de inflação também ajudam a manter o real valorizado. O Brasil tem atualmente o maior juro real do mundo, um atrativo para investidores estrangeiros que procuram boa rentabilidade por um risco baixo.