Áureo Cisneiros

Ex-presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, oficializa desfiliação do PSOL

Policial civil retira filiação partidária para se dedicar integralmente ao sindicalismo.

Áureo Cisneiros
Foto: Sinpol

O ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, tornou pública sua desfiliação do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no estado de Pernambuco. A decisão foi formalizada através de uma carta enviada ao presidente da executiva nacional da sigla, Leandro Martins.

Em sua carta de desfiliação, Áureo Cisneiros expressou sua convicção de que objetivos coletivos podem ser alcançados por diferentes caminhos. Ele ressaltou sua reintegração à Polícia Civil de Pernambuco, um processo que foi assinado por Raquel Lyra em cumprimento a uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Continuo sim na vida política, mas não mais partidária. Fui agraciado por Deus com minha reintegração à Polícia Civil e retribuirei essa generosidade continuando a luta sindical, contribuindo no debate sobre políticas de segurança pública e me dedicando integralmente aos colegas e amigos Policiais Civis”, afirmou Áureo Cisneiros.

Ele explicou que, na prática, sua desfiliação já havia ocorrido no início deste ano, após um pedido oficial em abril. No entanto, decidiu oficializá-la e torná-la pública neste momento, mesmo sendo o primeiro suplente de vereador no Recife. Áureo destacou seu histórico político e eleitoral, incluindo os 19 mil votos que recebeu para deputado estadual em 2018 e os mais de dois mil votos para vereador do Recife que compartilhou com o PSOL.
“Agradeço aos companheiros que me acolheram ao longo desses anos no PSOL, mas irei me dedicar integralmente ao sindicalismo, aos interesses da minha categoria que injustamente não é vista por muitos como trabalhadores. Mas Policiais Civis são trabalhadores e como todos os trabalhadores também têm seus direitos”, ressaltou o policial.

Áureo Cisneiros enfatizou que sua luta política continuará, mas agora será 100% focada no campo sindical, visando a valorização dos Policiais Civis e a construção de políticas de segurança pública que garantam a vida e a paz social.

Paulo Câmara

Preterido pelo PSB para ministério, Paulo Câmara pede desfiliação do partido

Ex-governador de PE ficou incomodado com articulação que priorizou ministério para Márcio França

Paulo Câmara
Foto: Divulgação
O ex-governador de Pernambuco Paulo Câmara anunciou nesta sexta-feira (27) sua saída do PSB, partido ao qual era filiado havia oito anos.
Embora agradeça a parceria em uma carta dirigida ao presidente da legenda, Carlos Siqueira, o pano de fundo é a insatisfação com a articulação do PSB que priorizou a indicação de Márcio França para o primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O partido se uniu em torno do ex-governador de São Paulo na expectativa de ser contemplado com Cidades, mas acabou ficando com Portos e Aeroportos que tem relevância mais restrita a São Paulo.
O incômodo é ainda maior com o diretório de Pernambuco que, segundo interlocutores, preteriu a ala do partido com maior musculatura. Ao indicar França, aumentam as chances de a deputada federal Tabata Amaral se consolidar como candidata à prefeitura de São Paulo.
Outro motivo para a desfiliação de Câmara é a sinalização que recebeu de Lula de que deverá presidir o Banco do Nordeste. A legislação atual prevê uma quarentena de pelo menos 30 dias de cargos de direção partidária para assumir a presidência de estatais. O ex-governador era também vice-presidente nacional do PSB.
Na carta dirigida a Siqueira, Câmara lembra que entrou na legenda a convite de Eduardo Campos e teve a “difícil tarefa” de suceder o “melhor governador da história”.
“Ao tempo que finalizei a honrosa tarefa de ser governador de Pernambuco também avaliei concluída minha história partidária junto ao PSB”, anuncia.
“Não estaremos mais ombro a ombro, mas permaneceremos no mesmo front, defendendo políticas públicas que priorizem os mais vulneráveis e lutando por um Brasil mais justo”, diz o ex-governador.
Câmara afirma que Pernambuco teve avanços “em todas as áreas da gestão, sobretudo na educação, ao atingir a marca de melhor ensino médio do país” enquanto esteve à frente do Executivo estadual. Ainda mencionou o enfrentamento à pandemia da Covid-19, que começou durante seu mandato.
Paulo Câmara foi um dos primeiros integrantes do PSB a defender o apoio do partido a Lula, ainda em 2021, quando o então ex-presidente recuperou os direitos políticos após anulações das condenações na Operação Lava Jato. À época, o prefeito do Recife, João Campos, ainda tinha resistência à aliança.
Folha SP