Região do Sul do Brasil

Marinha do Brasil presta apoio à defesa civil no resgate às vítimas das enchentes no Sul do País

Embarcações e aeronaves auxiliam na operação de resgate e transporte de suprimentos em meio à devastação causada pelas chuvas no Sul.

Região do Sul do Brasil
Foto: Marinha do Brasil/RS
A Marinha do Brasil mobilizou suas forças para auxiliar a Defesa Civil na região Sul do País, após as intensas chuvas que assolaram o estado nos últimos dias. Até o momento, o desastre natural já causou a perda de 39 vidas, deixando uma trilha de destruição em seu caminho.
Em comunicado oficial, a Marinha informou que suas equipes estão dedicadas a operações de resgate, resgatando pessoas ilhadas em telhados de casas e edifícios. Além disso, embarcações da corporação estão sendo usadas para o transporte de materiais de apoio e suprimentos essenciais destinados às vítimas.
Para intensificar os esforços de busca e resgate, uma aeronave também foi destacada para a região, realizando buscas por vítimas e transportando aqueles que necessitam de cuidados médicos de urgência para locais com assistência apropriada.
Uma segunda aeronave, de maior porte e com capacidade de voos noturnos, estará disponível a partir de sexta-feira (8), ampliando a capacidade de transporte de carga e permitindo uma resposta mais eficaz às demandas da operação.
“A Marinha renova seu propósito de assegurar a salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação, tanto em mar aberto quanto em hidrovias interiores”, declarou a corporação em nota oficial.
As inundações provocadas por um ciclone extratropical resultaram em cidades alagadas, pontes derrubadas e lojas destruídas, causando severos danos à infraestrutura do estado. Até a manhã desta quinta-feira, foi registrado o impacto em 79 municípios, com 2,5 mil pessoas desabrigadas e 3,5 mil desalojadas. O total de resgates realizados alcança a marca de 2.745 pessoas, em uma operação conjunta entre as equipes de resgate e a Marinha do Brasil.
A solidariedade e o apoio das forças armadas, como a Marinha, são fundamentais neste momento crítico para a população do Rio Grande do Sul, à medida que o estado enfrenta os desafios causados por essa catástrofe natural. A atuação coordenada de diferentes instituições e o empenho de todos os envolvidos continuam a ser essenciais para superar essa situação de emergência.

Moradores do Conjunto Beira-Mar relatam aflição entre mudanças e futuro incerto

Moradores iniciaram as mudanças na segunda-feira (10), após vistorias da Defesa Civil e a interdição dos prédios

Foto: Renato Ramos/JC Imagem

Um caminhão enviado pela Prefeitura de Paulista parou em frente à entrada do Bloco D-10 do Conjunto Habitacional Beira-Mar, no município de Paulista, na manhã da segunda-feira (10). Três dias após o desabamento de um prédio, o veículo retirava móveis e objetos que preenchiam o apartamento de Neide da Cruz há nove anos.
A moradora, de 72 anos, ajudava o motorista do veículo a reconhecer os seus pertences, que estavam misturados com os brinquedos das duas netas, de cinco e dez anos. Em meio à mudança, Neide relembrava o momento em que viu o prédio, localizado ao lado esquerdo do seu bloco, desabar.
“Eu vi da minha janela o momento em que o prédio caiu. Imaginei que poderia ser o meu. Ouvi a gritaria das pessoas e tudo isso me deixou muito nervosa, acordei minhas netas, tirei todo mundo de dentro de casa e fui acordar as pessoas do prédio”, lembra.
O sentimento de aflição ainda acompanha Neide. Com a queda do imóvel, o medo tomou conta da residente, que dormia com as netas horas antes. A aposentada não teve dúvidas. Saiu do imóvel com as crianças e foi em busca de abrigo na casa de uma sobrinha.
“Eram seis da manhã quando eu acordei e vi o prédio desabando. Até hoje eu estou abalada e muito nervosa. Já à noite eu nem dormi em casa mais, fui para a casa da minha sobrinha”, explica.
Nas horas seguintes à tragédia – que vitimou 14 pessoas e feriu outras sete -, Neide fala sobre a tristeza ao lembrar que parte das vítimas eram crianças, algumas delas com idade próxima à idade das netas.
“Desde sexta-feira que estamos nessa angústia. Foi muito triste porque eu tenho duas netas e ter visto crianças morrendo, da idade das minhas netas, é muito triste. Muitas vidas precisaram ser ceifadas para que tomassem providências”, confessa.
A saída do apartamento que comprou, há quase uma década, aflige a moradora devido à indefinição sobre as medidas que serão tomadas em relação aos proprietários. Neide espera um auxílio que possa ajudar a pagar, ao menos, um aluguel.
No domingo foi quando eles [Defesa Civil] interditaram o prédio. Eles disseram que o meu apartamento está muito úmido. Esse apartamento eu comprei, então eu preciso de uma definição, um auxílio financeiro. Eu não tenho onde morar. Estou deixando os móveis na casa da minha sobrinha, de forma temporária, até que eu arrume um novo lugar para morar”, afirma.

Moradores realizam cadastro e aguardam auxílio

Após a interdição de sete prédios do Conjunto Beira-Mar, um mutirão de cadastramento dos moradores passou a ser realizado em uma igreja próxima ao local do desabamento. A ação é da Prefeitura de Paulista.
Sônia da Silva, de 58 anos, chegou ao local indicado pela gestão municipal por volta das 9h. A cuidadora de idosos residia no bloco D-8 e conseguiu retirar a documentação e alguns móveis do local.
“Consegui retirar parte das coisas às pressas, mas ainda deixei geladeira e fogão. Meu apartamento tinha sido reformado recentemente, estava todo bonitinho. Na manhã da tragédia, que foi no bloco D-7, meu filho me ligou desesperado pedindo para eu sair urgente. Não queria nem que eu pegasse os meus documentos. Agora eu espero que sejam tomadas providências”, declara.
De acordo com a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos, Kelly Tavares, a Prefeitura de Paulista iniciou o cadastramentos das pessoas que precisaram desocupar os imóveis após a interdição da Defesa Civil.
“O primeiro benefício que foi encaminhado, infelizmente, foi o benefício de auxílio funerário. Agora, começamos o cadastramento geral dessas famílias, para que a gente possa identificar cada caso. Tem caso de moradores, caso de pessoas que ocuparam o apartamento. Cada caso tem um perfil social diferente. Estamos concedendo o benefício eventual de auxílio moradia, doação de cestas básicas, mas serão casos analisados a partir do cadastramento”, garantiu.

Aumenta número de prédios residenciais interditados em Paulista

Aumentou para sete o número de prédios interditados em Paulista, que apresentam risco de desabamento. A ação aconteceu após uma nova vistoria realizada pela Defesa Civil do município. A informação divulgada pelo órgão na manhã desta segunda-feira (10).
“Vimos que essas edificações estão com um risco 3, que é crítico. Ou seja, não tem condições de permanecer no imóvel. Estamos desocupando, colocando as interdições e pedindo para que as pessoas saiam. Todas as edificações que forem de risco 3 serão desocupadas”, afirmou o engenheiro da Defesa Civil de Paulista, Ermerson Suame.
Após o desabamento de um prédio que fazia parte do Conjunto Habitacional Beira-Mar, na sexta-feira (7) – e culminou na morte de 14 pessoas -, a Defesa Civil havia interditado três edificações que faziam parte do habitacional. No sábado (8), outros três prédios foram desocupados e interditados.
“Essa foi uma edificação construída há 35 anos, sem manutenção. Tudo isso compromete a vida útil do prédio. A vistoria da Defesa Civil acontece de forma visual. Entramos em alguns apartamentos, vemos a questão da estrutura, alvenaria, como está a fissura, desgaste da fachada. Tudo isso contribui para que a estrutura venha a colapsar”, explicou Ermerson.

Jornal do Comercio

Defesa Civil

Prefeitura de Jaboatão abre seleção para a contratação temporária emergencial de 95 profissionais

Defesa Civil
Foto: Reprodução / PMG
A Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes abre processo seletivo simplificado para a contratação temporária emergencial de 95 profissionais. As inscrições iniciam nesta quarta-feira (08) e vão até o dia 1º de março. Essa é uma das medidas adotadas pelo município, com objetivo de ampliar as equipes de Defesa Civil e, consequentemente, reforçar as ações de prevenção em relação ao período de chuvas.
O certame se dará em uma única etapa, com a análise da experiência profissional e de títulos. O candidato deverá, necessariamente, acessar o site da organizadora (www.processoseletivoabdesm.com) para realizar o seu cadastro e anexar os documentos pessoais digitalizados, para ter sua inscrição iniciada, de acordo com as orientações indicadas no portal eletrônico.
As vagas contemplam os seguintes cargos: Auxiliar operacional, Encarregado operacional e Motorista (categoria D), para nível fundamental. Operador de drone, Assistente administrativo e Técnico em engenharia para nível médio/técnico. E por fim, Engenheiro civil, Geógrafo e Técnico social para o nível superior.
A lista com as vagas correspondentes e todos os documentos necessários para efetuar a inscrição consta no edital, disponível no Diário Oficial do município publicado no último sábado (4), e também no site da organizadora. Somente serão aceitos os documentos com imagens nos seguintes formatos: jpg, jpeg, gif, png ou documento em PDF.
Para concorrer a uma das vagas, a pessoa precisa obedecer aos seguintes pré-requisitos: ser brasileiro; ter idade mínima de 18 anos; estar em dia com as obrigações eleitorais; ser quite com o serviço militar (no caso do sexo masculino); ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições da função; e não acumular função, empregos ou cargo público, em qualquer esfera de governo ou em qualquer poder, salvo nos casos constitucionalmente permitidos.
Já para a análise da experiência profissional e de títulos, o concorrente à vaga terá que, no ato da inscrição, digitalizar e anexar ao formulário constante no site da organizadora, os documentos comprobatórios, conforme anexo III do edital, depois enviar de forma eletrônica.
Caso o (a) candidato (a) tenha algum tipo de deficiência deverá comprovar, mediante documentação, prevista no edital. A listagem final dos selecionados deverá ser publicada no dia 21 de março, no portal da organizadora: (www.processoseletivoabdesm.com) e será homologado por meio de portaria, que será publicada no Diário Oficial do Município, no dia 24 de março.
A Secretaria Especial de Defesa Civil foi criada pelo prefeito Mano Medeiros, neste mês, para garantir um trabalho mais efetivo na prevenção de desastres naturais e na atuação de proteção às pessoas. “A Defesa Civil, até então, era uma superintendência, mas percebemos a necessidade de criar uma secretaria específica. Consequentemente, temos a necessidade de aumentar o quadro de pessoal para atender ao município”, disse o gestor.
Governadora Raquel Lyra

Governadora visita área de deslizamento em Olinda e afirma que o Estado está trabalhando para apoiar municípios na Defesa Civil

A governadora conversou com a população e se solidarizou com a família do jovem de 19 anos, Israel Campelo dos Santos, que faleceu na tragédia.

Governadora Raquel Lyra
Foto: Janaína Pepeu / Secom
“A gente vem aqui com pouco mais de 30 dias de governo para dizer que o Estado não se omitirá. Já fizemos um encontro com 15 dias de governo com os prefeitos da Região Metropolitana do Recife, montamos um comitê técnico e a área de Defesa Civil já está trabalhando para oferecer apoio aos municípios no cumprimento da sua missão. O que a gente quer é que as pessoas possam viver com segurança”, ressaltou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, em visita ao local do deslizamento de uma barreira, no bairro de Águas Compridas, em Olinda, na tarde desta segunda-feira (6). A vice-governadora Priscila Krause também acompanhou a agenda.
“Vamos agir de maneira coordenada com as prefeituras para que elas possam atuar nessas áreas de extremo risco. Nós vamos trabalhar junto com elas para construir um momento melhor para o nosso estado”, complementou Raquel.
A governadora conversou com a população e se solidarizou com a família do jovem de 19 anos, Israel Campelo dos Santos, que faleceu na tragédia. “E aqui, nós estamos nos solidarizando à família de Dona Judite que, infelizmente, perdeu o seu filho. Nenhuma mãe está preparada para perder o filho dessa forma”, afirmou.
Em seguida, a gestora coordenou uma reunião de monitoramento no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR). Na ocasião, cada um dos gestores das pastas e órgão atualizaram o cenário climático e detalharam as ações em campo para prevenir ocorrências e amenizar os danos.
O CICCR conta com 358 câmeras de videomonitoramento, que auxiliam no acompanhamento, em tempo real, dos pontos de alagamento, trânsito em corredores de grande fluxo e áreas de risco.
Estiveram presentes na reunião os secretários da Casa Militar, coronel Hercílio Mamede; de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha; e de Recursos Hídricos, Almir Cirilo. Ainda participaram o secretário-executivo de Defesa Civil, coronel Clóvis Ramalho; a presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Suzana Montenegro; e o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Luciano da Fonseca.
A governadora também visitou a Sala de Situação, na Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), que monitora a situação meteorológica do Estado e os níveis de rios e barragens.
Prevenção de desastres
Na última quinta-feira (2), Priscila Krause liderou, junto com a Defesa Civil e prefeitos e representantes de municípios da Região Metropolitana, a primeira reunião da Governança Metropolitana para tratar da prevenção de danos provocados pelas chuvas na RMR. O planejamento do Governo de Pernambuco na Operação Inverno 2023 inclui ações prevenção, resposta e recuperação, o diagnóstico de 696 setores de risco no estado (170 hidrológicos e 526 geológicos) e a articulação com o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), do Governo Federal.