A maior vitória em quase 6 meses de governo Lula é o equilíbrio entre os 3 poderes e a sociedade podendo criticar e elogiar livremente. O Brasil voltou.

Foto: CARL DE SOUZA / AFP
Caminhando para o sexto mês assistimos o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva se desenvolvendo, como todo governo o do petista erra, acerta, avança, recua, negocia e enfrenta oposição, críticas e elogios. Como todo governo? Não, não dá para esquecer o que representaram os 4 anos do governo anterior, presidido por Jair Bolsonaro.
Assistimos um país que enfrentou uma pandemia, escalonou mais de 700 mil mortos, e resistiu num ambiente de ameaça constante ao equilíbrio entre os poderes e a democracia em si. O medo imperou, a sensação de insegurança, materializada numa sucessão de bravatas e violências vocalizadas pelo então presidente, que motivaram seus seguidores a irem para as ruas e atacarem a ordem estabelecida marcaram cada dia. Ataques a imprensa, ambientalistas, índios, gays, lésbicas, negros, mulheres, comunistas, esquerda, oposição, católicos e afins estiveram na ordem do dia.
Para Bolsonaro pouco importava a regra do jogo, ele tentou fazer as suas, lutou arduamente para estabelecer uma semi-ditadura, chegou ao limite de trincar a democracia brasileira, em particular no processo eleitoral e no dia da eleição em si.
Então, quando passamos quase 180 dias sem um desrespeito aos 3 poderes constituídos de uma democracia, quando assistimos todo o processo de defesa e ataque normal a um governo numa república de tipo constitucional, respeitando as regras escritas pelos representantes do povo em sua carta magna, não há como não louvar a volta do Brasil aos marcos estabelecidos.
É claro que tem gente que não entendeu. Não perceberam alguns até agora que a esquerda nucleou uma frente amplíssima que ganhou a eleição, a duras penas, mas não construiu a maioria que precisava para governar e desfazer o conjunto de barbaridades perpetradas pelo bolsonarismo, tanto politicamente como socialmente.
Deputados, senadores e governadores ainda representam resquícios de um governo que acabou, cabendo ao novo governo dirigir o país nessa correlação de forças adversa, na busca da construção de uma maioria parlamentar que precisa urgentemente se converter numa maioria social e eleitoral em 2024 e 2026.
Mas não podemos criticar o novo governo? Ele não erra? Claro que podemos criticar e é óbvio que o governo erra, mas um pouco de Lênin e dos seus estudos sobre a real correlação de forças não faz mal a ninguém. O conjunto de ações políticas e sociais que o governo Lula vem desenvolvendo busca retomar o desenvolvimento econômico do Brasil, criar empregos e devolver a dignidade de nosso povo que sofreu tudo que não merecia nos 4 anos de Bolsonaro. O presidente o faz tentando por onde passa envolver forças políticas locais, desarmar palanques e agregar setores produtivos que se iludiram com a pauta ultraconservadora.
Até agora há muito o que comemorar, mas pode ter mais, principalmente se entendermos que o conceito de “frente ampla” não era só para ganhar a eleição, mas sim para governar o país, esse Brasil plural, diverso e belo, que teve a necessidade imperiosa de edificar uma ampla frente eleitoral e social para derrotar a ascensão do fascismo no poder central da nação. O que fizemos não foi qualquer coisa, a vitória que tivemos não foi só eleitoral, foi histórica, impedimos o desmonte da maior democracia da América Latina, a derrota da frente ampla traria consequências para todo o planeta.
É sempre importante lembrar que o todo importa muito mais do que as partes, embora seja formado por elas e estas tenham sim sua relevância relativa, as pautas especificas e localizadas compõe a colcha de retratos que somos. Mas a pauta central, o Brasil, a democracia, a luta por um país justo e soberano contempla todas as pautas especificas e as articula, isso é o que devemos perseguir: o claro entendimento do tamanho da nossa vitória, e a correlação de forças adversa em que ela se deu. Esse é o mundo real, e todo dia precisamos enfrentá-lo em busca de uma nova correlação de forças que leve o Brasil a novos dias de democracia ampla e de felicidade para o nosso povo.

Thiago Modenesi
É professor Universitário, Historiador,
Pedagogo e editor na Editora Quadriculando.

Lixo

O descarte correto do lixo e suas consequências na preservação do meio ambiente

O lixo é um problema global que afeta todas as regiões do mundo.

Lixo
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O descarte correto do lixo desempenha um papel fundamental na preservação do meio ambiente e na sustentabilidade do nosso planeta. Infelizmente, muitas vezes negligenciamos a importância dessa prática e suas consequências negativas se não for realizada de forma adequada.
O lixo é um problema global que afeta todas as regiões do mundo. Desde resíduos domésticos até materiais industriais, seu descarte inadequado tem consequências devastadoras para a natureza, a vida selvagem, os ecossistemas e até mesmo para a saúde humana.
Uma das principais consequências do descarte incorreto do lixo é a poluição do solo. Quando depositamos resíduos em locais inadequados, como terrenos baldios ou áreas naturais, substâncias químicas tóxicas presentes no lixo podem infiltrar-se no solo.
Isso contamina o solo, comprometendo a sua fertilidade e a capacidade de suportar a vida vegetal. Além disso, essas substâncias podem acabar atingindo os lençóis freáticos, contaminando a água que usamos para beber e irrigar nossas plantações.
Outra consequência significativa é a poluição da água. Quando descartamos resíduos diretamente em rios, lagos ou oceanos, eles contaminam os corpos d’água e prejudicam a vida marinha. Plásticos, por exemplo, são frequentemente confundidos com comida por animais aquáticos, causando sua morte por asfixia ou por danos internos. Além disso, produtos químicos presentes no lixo podem se dissolver na água, tornando-a imprópria para o consumo humano e afetando a biodiversidade aquática.
A poluição do ar também é uma consequência direta do descarte incorreto do lixo. A queima de resíduos a céu aberto ou sua decomposição em aterros sanitários produzem gases tóxicos e poluentes que contribuem para o aquecimento global e o efeito estufa. Essas emissões poluentes têm impactos negativos na qualidade do ar, causando problemas respiratórios e aumentando os riscos de doenças cardiovasculares em seres humanos e animais.
Além dos impactos ambientais, o descarte incorreto do lixo também tem implicações econômicas e sociais. A gestão inadequada de resíduos gera custos elevados para as comunidades, uma vez que é necessário investir em sistemas de limpeza e tratamento de áreas contaminadas. Além disso, a poluição resultante afeta a indústria do turismo, o comércio e a qualidade de vida das pessoas nas áreas afetadas.
Felizmente, existem soluções para minimizar essas consequências negativas e promover um descarte adequado do lixo. A reciclagem é uma das práticas mais eficazes para reduzir a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários. Ao separar materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal, podemos direcioná-los para processos de reciclagem, onde serão transformados em novos produtos, economizando recursos naturais e reduzindo a poluição.
Certamente! Aqui estão dez dicas importantes para fazer o descarte correto do lixo:
  • Separe os resíduos: Comece separando os resíduos em diferentes categorias, como papel, plástico, vidro e metal. Isso facilitará o processo de reciclagem posteriormente.
  • Conheça a coleta seletiva local: Informe-se sobre o sistema de coleta seletiva em sua região. Descubra quais materiais são aceitos e quais são os dias e horários de coleta. Siga as diretrizes estabelecidas para facilitar o trabalho dos coletores.
  • Lave e seque os materiais recicláveis: Antes de descartar materiais como garrafas de plástico, latas de alumínio ou embalagens de vidro, certifique-se de lavá-los e secá-los adequadamente para evitar o acúmulo de resíduos orgânicos e odores desagradáveis.
  • Reduza o uso de plástico descartável: Dê preferência a produtos reutilizáveis, como garrafas de água, sacolas de compras e recipientes de alimentos. Evite o uso de copos, talheres e pratos descartáveis sempre que possível.
  • Compostagem: Aproveite os resíduos orgânicos, como cascas de frutas e restos de alimentos, para fazer compostagem em casa. Isso ajudará a reduzir a quantidade de lixo enviado para aterros sanitários e produzirá adubo natural para suas plantas.
  • Descarte corretamente medicamentos vencidos: Nunca jogue medicamentos no lixo comum ou na água. Procure pontos de coleta específicos em farmácias ou postos de saúde para descartar corretamente os medicamentos vencidos.
  • Evite o descarte de eletrônicos no lixo comum: Equipamentos eletrônicos, como celulares, computadores e pilhas, contêm substâncias tóxicas que podem contaminar o solo e a água. Procure pontos de coleta específicos para descartar esses itens adequadamente.
  • Reutilize e doe objetos: Antes de descartar objetos, verifique se eles podem ser reutilizados ou doados. Roupas, móveis, livros e brinquedos em bom estado podem encontrar novos proprietários e evitar o acúmulo desnecessário de lixo.
  • Informe-se sobre descarte de resíduos especiais: Resíduos perigosos, como produtos químicos, tintas, pesticidas e lâmpadas fluorescentes, exigem um descarte especial. Informe-se sobre os pontos de coleta ou eventos de descarte de resíduos perigosos em sua comunidade.
  • Eduque e conscientize: Compartilhe essas dicas com amigos, familiares e vizinhos. Educar as pessoas ao seu redor sobre a importância do descarte correto do lixo é fundamental para criar uma consciência ambiental coletiva.
Lembre-se de que fazer o descarte correto do lixo não apenas contribui para a preservação do meio ambiente, mas também é um ato de responsabilidade e cuidado com as gerações futuras.

O que é o complexo de abandono e como pode afetar a vida adulta?

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O complexo de abandono é uma teoria psicanalítica que se refere a uma possível origem da angústia de uma pessoa quando esta se sente abandonada ou negligenciada. Essa teoria é frequentemente atribuída a Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, que elaborou essa ideia a partir de suas observações clínicas sobre os pacientes.
De acordo com Freud, o complexo de abandono tem sua raiz nas primeiras experiências afetivas do indivíduo, em especial na relação com a mãe. Segundo a teoria freudiana, a mãe é a primeira figura de vínculo afetivo e segurança emocional para a criança. A ausência, negligência ou desaprovação materna, portanto, pode gerar insegurança e uma sensação de abandono.
Essa sensação de abandono pode ter efeitos profundos na personalidade do indivíduo. De acordo com Freud, a pessoa que desenvolve o complexo de abandono tende a ser excessivamente dependente dos outros, a ponto de sacrificar sua própria individualidade e autoestima para manter o vínculo afetivo. Ao mesmo tempo, essa pessoa pode ter dificuldades em estabelecer relações afetivas saudáveis, pois teme ser abandonada ou rejeitada.
Além disso, o complexo de abandono pode estar associado a sentimentos de raiva e ressentimento em relação aos pais ou cuidadores, que são percebidos como responsáveis pela sensação de abandono. Esses sentimentos podem ser reprimidos e inconscientes, mas ainda assim afetar a vida adulta do indivíduo.
Freud também apontou que o complexo de abandono pode estar relacionado a outros distúrbios psicológicos, como a ansiedade, a depressão e o transtorno borderline. Isso ocorre porque a sensação de abandono pode gerar uma instabilidade emocional que se reflete em diferentes aspectos da vida da pessoa.
Vale ressaltar que, apesar de ter sido elaborada por Freud, a teoria do complexo de abandono é alvo de críticas e debates na psicologia contemporânea. Alguns estudiosos argumentam que a teoria é baseada em uma visão muito estreita da relação mãe-filho e não considera a diversidade de formas de vínculo afetivo. Além disso, há críticas à ênfase excessiva na relação com a mãe e na psicologia individual, em detrimento de fatores sociais e culturais mais amplos.
De qualquer forma, o complexo de abandono continua sendo uma teoria relevante para a compreensão da psicologia humana e da forma como as primeiras experiências afetivas moldam a personalidade e o comportamento do indivíduo. É importante levar em consideração que, se você se identifica com os sintomas descritos acima, é recomendado buscar ajuda profissional para lidar com esses sentimentos e emoções.

Não há nada novo no novo ensino médio

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A decisão do governo Lula de mexer no Novo Ensino Médio (NEM) vem movimentando o noticiário e o debate sobre o tema nas últimas semanas. Aprovada como a Medida Provisória nº 746 no governo Michel Temer, tramitou de maneira acelerada até virar a Lei 13.415/17, sem nenhum debate com os vários setores que compõe a educação, como professores, estudantes, técnicos e pais. A iniciativa foi contestada e combatida pelas entidades estudantis, sindicais e afins desde o princípio. A Legislação em si veio a ser instituída em meio à pandemia do Covid-19, já no governo Bolsonaro.
Focada apenas numa espécie de empreendedorismo de baixa complexidade, envelopado num enfoque profissionalizante, o NEM retira da grade curricular horas-aula de disciplinas básicas para incluir matérias teoricamente ligadas aos interesses dos estudantes, priorizando as disciplinas de Português e Matemática, e tornando opcional praticamente todo o resto do currículo, cabendo ao aluno eleger o que quer cursar. O novo modelo é obrigatório tanto em escolas públicas quanto privadas.
As mudanças entraram parcialmente em vigor em 2022, o cronograma prevê uma implantação gradual até 2024. É consensual nas entidades que atuam no campo educacional que o Novo Ensino Médio já vem dificultando a gestão escolar, sacrificando trabalhadores da Educação, piorando a qualidade do ensino e prejudicando os estudantes em particular. A partir dessas constatações, se formou uma coalizão contra o Novo Ensino Médio, com vários atos e protestos pelo país. É uma vitória desses movimentos a consulta pública proposta pelo Ministério da Educação sobre o NEM que transcorrerá por 90 dias no primeiro semestre 2023.
Os problemas no NEM são vários, comecemos com o aumento da carga-horária anual de 800 para 1000 horas-aula, de 4 para 7 horas-aula diárias, a medida não tem amparo técnico algum, podendo acarretar uma fadiga escolar e uma sobrecarga em todos que atuam nas escolas, sejam como técnicos ou como professores, inclusive contribuindo para uma maior evasão dos nossos estudantes. A maioria das nossas escolas públicas não possuem infraestrutura para cumprir o proposto no NEM, já que precisariam de mais espaço físico para dar conta do cumprimento dos diferentes itinerários propostos, isso se agrava ainda mais nas cidades pequenas, que possuem uma ou duas escolas, não sendo possível se enquadrarem no formato proposto.
Outra questão, a que me preocupa mais, é a que o novo formato é engessado, mais técnico, o que vai aumentar ainda mais as desigualdades já existentes entre os estudantes que cursam o ensino público e os que o fazem na rede particular de ensino. Os mais pobres seriam as grandes vítimas, caso o NEM siga no formato que está proposto.
Chama a atenção também que a relativização do currículo no que tange as disciplinas mais formativas, isso contribuirá decididamente para formar um cidadão cada vez menos crítico e reflexivo, com o argumento equivocado que a escola deve formar para o trabalho. Ora, ela precisa ajudar o estudante a refletir e compreender criticamente o mundo em que está inserido!
O NEM acaba lembrando muito o que a Ditadura Militar no Brasil fez com a educação, em particular no que diz respeito ao seu enfoque no ensino de tipo profissionalizante. Antes da Ditadura as escolas públicas eram as mais concorridas, disputadas pela população, pelo ensino de qualidade que ofereciam. O regime desmontou isso, precarizando nossas escolas, incentivando o ensino fundamental e médio privado, com as mais variadas medidas legislativas e econômicas, criando uma clivagem social que descambou para a elitização do acesso ao ensino superior.
A educação na Ditadura era pensada na lógica que aos pobres cabia no máximo o Ensino Médio, para tanto incentivaram o fortalecimento de cursos técnicos de cunho prático para a formação de mão de obra barata. As universidades deveriam ser ocupadas pelas elites, e não por todos, ao menos na lógica deles.
O pós-ditadura se empenhou no resgate da escola pública, gratuita e de qualidade, em particular nos dois primeiros governos do presidente Lula. É do período da Constituição de 1988 em diante a definição das verbas constitucionais para a Educação, criação de fundos e dispositivos legais de incentivo as escolas e ao ensino público, escolas em tempo integral, mudanças curriculares, volta do ensino de Filosofia e Sociologia e o piso salarial dos professores.
Para tudo isso acontecer foi e continua sendo essencial a ampla participação de todos os setores que vivem a educação brasileira, de maneira coletiva e democrática, em cada escola, cidade e Estado, inclusive retomando as conferências de educação. Só assim retomaremos a construção de uma real educação pública, gratuita e de qualidade, o NEM não fez e não faz parte disso. Revogação já.
Thiago Modenesi
É professor Universitário, Historiador,
Pedagogo e editor na Editora Quadriculando.
Nikola Ferreira

Políticos como criaturas e não criadores do humor

Nikola Ferreira
Foto: TV Câmara

O recente episódio do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) trouxe à baila vários debates, um parece não ter sido tão percebido pelo grande público. A tentativa de alguns políticos, em particular aqueles oriundos das redes sociais e canais de YouTube, de dialogar com a população através do humor e do escracho não é o que se espera de um parlamentar numa sociedade democrática.
Explico: alguns argumentam que a narrativa cômica e debochada foi marca das críticas feitas historicamente pelos setores em tese “progressistas”, contestadores dos sistemas e governos vigentes, ledo engano. Esse papel foi cumprido por humoristas, chargistas, caricaturistas e jornalistas, eles é que desempenharam e desempenham até o presente magistralmente a função de retratar o político ou o fato político e fazer chacota dele, buscando uma reflexão sobre o mesmo, expondo algo em geral grave de maneira bem humorada à população.
É assim há séculos. Na Europa os jornais sempre ostentaram nas suas charges críticas aos governos, aqui no Brasil também, desde que há imprensa no nosso país os chargistas figuram nas páginas de nossas publicações. No geral, a crítica sempre é feroz, mordaz, algumas vezes considerada excessiva, há os que falam isso do humor francês, por exemplo, que tem como um dos seus porta-vozes marcantes o Charlie Hebdo, mas, mesmo nessa publicação, ela é feita por humoristas, chargistas e jornalistas.
Já o humor de péssimo gosto, construído na lacração, preconceito e tentativa de ridicularizar e dar tom pejorativo a setores minoritários da sociedade que já sofrem recorrentemente com discriminação, é criminoso, tira o político de sua função, viola o seu lugar de fala, fere a Lei e o Código de Ética da Câmara dos Deputados. Não se trata de liberdade de expressão, pois o parlamentar não expressou uma opinião, mas deturpou seu instrumento de fala para uma tentativa fracassada e patética de manifestar seus preconceitos usando de um suposto humor, tendo como público-alvo os que o seguem e admiram, ali não estava um parlamentar, mas sim um pretenso humorista ou stand-up.
As coisas tem seu lugar numa democracia, tudo tem seu papel, isso não é estanque, as pessoas não estão presas a esses papéis, mas espera-se que honrem e respeitem os votos que tiveram. Deputado legisla, humorista faz charge e cartuns criticando políticos, assim é a vida numa sociedade democrática. É célebre a frase de Millôr Fernandes de que “não há humor a favor”, no caso aqui se refere aos políticos e aos governos, mas o humor proferido por parlamentar, contra uma parcela da sociedade que a Constituição obriga a ele e a todos nós respeitarmos, é crime, simples assim, e é passível sim de cassação do mandato.
E quanto a tão propalada liberdade de expressão? Nenhum de nós é plenamente livre, abrimos mão de parte de nossa liberdade quando decidimos viver sob a égide do Estado, com governo, instituições e tudo mais, trocamos isso por segurança e estabilidade, e isso é uma invenção que antecede o capitalismo, mas que tem tudo a ver com ele. A ideia em qualquer Estado democrático é que precisamos nos colocar no lugar dos outros, respeitar e entender que somos parte de um conjunto profundamente diversificado, miscigenado, que reúne milhões de singularidades formando pluralidade.
Ao deputado Nicolas resta cumprir a função que os seus votos o delegaram de maneira altiva, respeitosa e dentro da Lei, se não conseguir pode ser cassado ou renunciar e optar por trabalhar de palhaço em algum circo de seu estado de origem…

Casal Gay

A responsabilidade afetiva é uma questão de suma importância nas relações

A responsabilidade afetiva é tão importante quanto a responsabilidade material e mental.

Casal Gay
Foto: Getty Images
A responsabilidade afetiva é um conceito fundamental para construir relações saudáveis e profundas com os outros. É a capacidade de exercer nossos papéis e funções com o intuito de promover o bem-estar, o desenvolvimento e a felicidade de todos os envolvidos.
Significa se responsabilizar para dar o melhor de nós e contribuir para o crescimento daqueles que estão ao nosso redor. Significa assumir nossas responsabilidades e compromissos com a honestidade, o respeito e o cuidado com as outras pessoas. Significa realizar tarefas e tomar decisões com base no que é melhor para todos.
Além disso, a responsabilidade afetiva significa estar lá para aqueles que amamos, oferecer apoio e encorajamento, e estar presente para ajudar a crescer. É importante não somente estar presente para aqueles que amamos quando eles precisam, mas também para estar lá quando eles estão felizes e alegres.
Ser responsável afetivamente significa também estabelecer limites e se comprometer a mantê-los. É importante que todos os envolvidos entendam e aceitem esses limites e que eles sejam implementados com gentileza e carinho.
A responsabilidade afetiva é tão importante quanto a responsabilidade material e mental. É essencial para manter relacionamentos saudáveis, bem como para desenvolver e apoiar a confiança e o amor entre os envolvidos.
Ela é uma parte importante de qualquer relacionamento saudável. Quando as pessoas se comprometem a serem responsáveis ​​afetivamente com seu parceiro, isso cria um ambiente de confiança, segurança e amor. A responsabilidade afetiva é a capacidade de se responsabilizar por seus sentimentos, pensamentos e ações e ao mesmo tempo criar espaço para que o parceiro faça o mesmo.
Significa mostrar empatia ao ouvir o que o outro está dizendo, reconhecer sentimentos, estabelecer limites e respeitá-los, demonstrar compaixão, aceitar erros e aprender com eles, e assumir a responsabilidade de compartilhar sentimentos e pensamentos. Ser responsável afetivamente também significa não culpar o outro por seus próprios erros. Em vez disso, é importante assumir a responsabilidade por seus sentimentos e ações.
Ser responsável afetivamente também significa saber quando pedir desculpas, quando se abrir para o outro, quando se conectar e quando se isolar. Quando as pessoas se comprometem a serem responsáveis ​​afetivamente com seu parceiro, elas podem construir uma fundação sólida para um relacionamento saudável e duradouro.
O afeto de acordo com a psicanálise freudiana
A teoria da psicanálise de Sigmund Freud se concentra na importância da relação entre afeto e motivação. De acordo com Freud, a motivação não é um resultado direto de qualquer necessidade biológica, mas sim um resultado de forças afetivas, que podem ser divididas em três categorias: instintos, sentimentos e emoções.
Os instintos são as forças afetivas que nos levam a buscar satisfação. Eles são inatos e não precisam ser aprendidos. Os sentimentos são as forças afetivas que nos permitem estabelecer ligações emocionais em relação aos outros. Eles são aprendidos com a experiência. As emoções são as forças afetivas que nos motivam a reagir a estímulos externos. As emoções são aprendidas e podem ser modificadas por experiências passadas.
Freud acreditava que o afeto é fundamental para o desenvolvimento e a saúde mental. Ele acreditava que as forças afetivas desempenham um papel importante na determinação do comportamento humano. Segundo ele, nossos instintos, sentimentos e emoções nos motivam a agir, a pensar e a sentir de certas maneiras.
A teoria da psicanálise de Freud nos ensina que o afeto é um elemento essencial para o desenvolvimento, o bem-estar e a saúde mental. Quando usado de maneira apropriada, ele pode nos ajudar a nos conectar com os outros e nos motivar a buscar satisfação. No entanto, quando usado de forma inadequada, o afeto pode nos levar a desenvolver sintomas de ansiedade, sendo prejuudicial para a saúde mental e a relações interpessoais.
A importância da reciprocidade nos relacionamentos na visão freudiana
A reciprocidade é um princípio fundamental na visão de Sigmund Freud sobre relacionamentos humanos. Para ele, relacionamentos saudáveis e bem-sucedidos dependem de um ambiente de reciprocidade, no qual as necessidades das duas partes são reconhecidas e atendidas. Freud acreditava que as pessoas precisam se relacionar em um ambiente em que elas sintam que estão fazendo o seu melhor para satisfazer as necessidades de seu parceiro. A reciprocidade nos relacionamentos não significa apenas retribuir o que foi dado, mas também significa dar o que é necessário para que a relação seja saudável e duradoura.
De acordo com Freud, o princípio da reciprocidade estabelece que as necessidades dos parceiros sejam reconhecidas e atendidas. Ele defendia que, para manterem um relacionamento saudável, as pessoas devem estar dispostas a aceitar e cuidar das necessidades de seu parceiro e a oferecer suporte. Além disso, Freud acreditava que as pessoas precisam ser honestas sobre suas necessidades e desejos e compartilhar seus sentimentos com seu parceiro de uma forma autêntica.
Ele também acreditava que a reciprocidade é a chave para o sucesso de qualquer relacionamento. E para que um relacionamento seja saudável, as pessoas envolvidas precisam compreender e aceitar as necessidades e sentimentos de seu parceiro. Quando se trata de relacionamentos, é importante que os parceiros estejam comprometidos em satisfazer as necessidades do outro, para que assim a relação flua de forma saudável.
Escrito por:
Sanchilis Oliveira, é Psicanalista formado pela ABEPE, também é jornalista formado pela UNIFG, e Professor de Letras formado pela FAESC.