Jair Bolsonaro

Polêmica do PIX de Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões em 6 meses

COAF investiga transações atípicas e revela destinação controversa das doações.

Jair Bolsonaro
Foto: Adriano Machado/ Reuters
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) está investigando a conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após uma longa campanha de doações feitas por seus aliados. Segundo as informações do órgão, foram identificadas mais de 769 mil transações via Pix que totalizaram quase R$ 17,2 milhões entre 1º de janeiro até 4 de julho.
De acordo com o COAF, cerca de 93% do valor total movimentado por Jair Bolsonaro nesse período provém dessas transações atípicas, que foram possivelmente causadas pelas campanhas de doações ao ex-presidente. O objetivo declarado das doações era auxiliar Bolsonaro a pagar as multas que acumulou, incluindo punições por não usar máscara em locais obrigatórios.
A reportagem da CNN Brasil revelou que Bolsonaro possui sete dívidas ativas somente com o município de São Paulo, totalizando R$ 1.062.416,65 em multas.
Após alcançar o montante de R$ 17 milhões em arrecadação, Bolsonaro anunciou que possuía recursos suficientes para quitar suas multas e ainda sobrar dinheiro. No entanto, a polêmica surgiu quando veio à tona a informação de que o valor estava aplicado em renda fixa e que, até o momento, nenhuma multa havia sido paga com essa quantia.
Grupos críticos acusaram Bolsonaro de ter enganado aproximadamente 750 mil doadores ao insinuar que o dinheiro seria utilizado para o pagamento das multas imediatamente. Em defesa do ex-presidente, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Fabio Wajngarten, afirmou que as doações via Pix foram voluntárias e que os valores das multas em questão estão sendo contestados.
A defesa de Bolsonaro alegou que os valores recebidos via Pix foram investidos para evitar a mistura dessas doações com sua receita pessoal. Segundo eles, quando o processo de contestação das multas for concluído, parte dos R$ 17 milhões arrecadados será destinada ao pagamento das multas e despesas legais.
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Bolsonaro recebeu mais de R$ 17 milhões via Pix, segundo a Coaf

O valor corresponde a 769 mil transações feitas nos primeiros seis meses de 2023


Bolsonaro
Foto: Alan Santos/PR
O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), divulgado nesta sexta-feira (28), revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,2 milhões em transações via Pix nos seis primeiros meses de 2023.
Entre 1 de janeiro e 4 de julho, foram feitas 769 mil transações de eleitores do ex-presidente. Ao todo, nesse período, Bolsonaro movimentou R$ 18.498.532, pouco mais de um milhão acima do dinheiro conseguido com o Pix.
De acordo com o Coaf, a movimentação atípica teria relação com a “vaquinha” feita por Bolsonaro para pagar o valor de multas geradas pela Justiça de São Paulo. No final de junho, o ex-presidente disse que já havia arrecadado dinheiro suficiente para quitar as dívidas, além de eventuais futuras punições.
Entre os apoiadores das doações está Fabricio Queiroz, ex-assessor de Bolsonaro e investigado no suposto esquema de rachadinha junto a Michele Bolsonaro, que transferiu R$ 10 mil para o político. Além dele, dois deputados do Partido Liberal, André Fernandes e Gustavo Gayer, mandaram dinheiro para o ex-presidente.
Mauro Cid

Ex-ajudante de Bolsonaro, Mauro Cid, fez movimentação atípica de R$ 3,7 milhões diz Coaf

O conselho afirmou que os valores das transações são “incompatíveis” com o patrimônio de Cid

Mauro Cid
Foto: Reprodução
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável pelo combate à lavagem de dinheiro, informou que Mauro Cid, ex-ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro, movimentou R$ 3,7 milhões entre julho de 2022 e maio de 2023, valor “incompatível” com o patrimônio dele.
A informação foi enviada para Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que investiga a invasão golpista ao Planalto, neste ano. A Coaf identificou R$ 1,63 milhão em créditos e R$ 2,11 milhões em débitos, muito distante do salário que Cid recebia como militar, cerca de R$ 26 mil.
“[Foi identificada] movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”, relatou o Coaf. A defesa de Cid alega que todas as transações foram feitas dentro da lei, inclusive aquelas referentes a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal”.
Em janeiro, foi registrada uma movimentação de R$ 367,3 mil da conta do tenente-coronel para os Estados Unidos, onde Cid e Bolsonaro estavam na época. O Coaf acredita que a transação pode ter sido uma forma de ocultar os bens.
“Considerando a movimentação elevada, o que poderia indicar tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio e demais atipicidades apontadas, comunicamos pela possibilidade de constituir-se indícios do crime de lavagem de dinheiro ou com ele relacionar-se”, afirmou o conselho.
Mauro Cid está preso, desde maio, em prisão preventiva por causa da operação da Polícia Federal que investiga um esquema de falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro e outras pessoas próximas.