Apesar de decisão do STF, grávidas ainda são encarceradas no Brasil

 Suprema Corte garante prisão domiciliar a mães de crianças até 12 anos

Foto: Arquivo/ABR

“Pobre, carente, negra, subordinada a um homem, condenada pelo crime de tráfico de drogas e mãe irresponsável”. É assim que são descritas, por membros do Judiciário e do Ministério Público, as mulheres gestantes, lactantes e com filhos de até 6 anos de idade que chegam ao sistema penal no Brasil, revela estudo feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Segundo o estudo, mesmo após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que concede a prisão domiciliar a todas as gestantes e mães de crianças menores de 12 anos presas preventivamente, de três a cada dez acusadas grávidas ainda são presas no país.
Com o título Relatos da invisibilidade: representações de atores públicos sobre a aplicação do Marco Legal da Primeira Infância no cenário penal e socioeducativo feminino, a pesquisa traz um amplo diagnóstico, com dados e entrevistas com 180 interlocutores, sendo eles 62 profissionais que atuavam em serviços do poder executivo municipal ou estadual, 40 representantes do Poder Judiciário, 32 da sociedade civil, 23 do Ministério Público e também 23 da Defensoria Pública.
“O que os resultados, seja no âmbito quantitativo ou qualitativo, nos retratam é que, a despeito de conquistas normativas, ainda temos muitos desafios para a implementação de fato do Marco Legal da Primeira Infância”, diz a pesquisadora do Pnud Paola Stuker. Segundo ela, o que ocorre, na prática é o que consta no título na pesquisa, a invisibilização desses casos.
O Marco Legal da Primeira Infância estabelece diretrizes para políticas públicas e garantias específicas para crianças de até 6 anos de idade, incluindo políticas de saúde, que abrangem cuidados desde a gravidez e de educação e assistência social, entre outras.
De acordo com Paola, diante desse normativo, as ações devem também chegar tanto às adolescentes em regime de internação quanto a mulheres presas grávidas ou mães. “É muito importante olhar para esse público, porque é importante olhar para todos os públicos que estão relacionados com a criação de seres humanos na primeira infância. Olhar para todas as famílias, todos os profissionais que são responsáveis pelos cuidados e proteção de crianças na primeira infância. A gente tem que olhar também para todas as gestantes, todas as mães, independente das condições em que se encontram”, diz Paola.

Queda no encarceramento

O relatório mostra que houve queda no percentual de encarceramento após o Marco Legal da Primeira Infância. Enquanto, em 2016, o percentual de decisões por encarceramento para mulheres gestantes e não gestantes nas audiências de custódia era praticamente equivalente, de 49,5% e 49,6%, respectivamente, a proporção passou, em 2020, para 31,6% e 42,4%, respectivamente. Isso mostra que uma a cada três gestantes ainda é encarcerada.
“Precisamos, sim, melhorar muito”, diz a juíza auxiliar da presidência do CNJ, Karen Luise de Souza. “Vemos que esses julgamentos não observam tudo que se vem dizendo sobre os impactos no desenvolvimento das crianças, que acabam sendo privadas do convívio com seus pais e responsáveis ou acabam se desenvolvendo dentro de um ambiente de privação de liberdade.”
Um dos trechos de entrevista com integrante da Defensoria Pública, que não é identificado, publicado no estudo, bate com o que diz Karen Souza e mostra que os resultados dos julgamentos dependem muito do juiz. “Depende muito da pessoa que está ali julgando. Tem juízes que, sim, que atendem nesse sentido. Entendem a infância como prioridade absoluta e falam: ‘apesar do que aconteceu, agora vamos pensar nessa criança que está chegando, ou que já chegou e que está precisando da mãe’. Tem juízes que não. Aí, a gente tem que recorrer. Tem casos que chegam ao tribunal. No tribunal, dependendo da turma, a gente também não tem sucesso. Às vezes, tem que levar para cima, tem que levar para o STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Então, é muito relativo. É como eu disse: ‘esbarra-se muito na questão do ato infracional’”.
Outro trecho do relatório ressalta que, entre as mulheres adultas, muitas são vistas, sobretudo por membros do Judiciário e do Ministério Público, como “irrecuperáveis”, de modo que a relação materno-infantil pareceu ser mobilizada, em muitos momentos, como mecanismo adicional de punição.

Ações do CNJ

Segundo Karen Souza, o CNJ busca orientar os magistrados para que consideram prioritária a questão da primeira infância nas decisões. O Manual Resolução nº 369, disponível na página do CNJ, traz um capítulo inteiro com o tema Elementos para facilitar a tomada de decisão.
“A [Resolução] 369 vem exatamente para oferecer essas ferramentas, auxiliar os colegas na tomada de decisões, estabelecer procedimentos. A partir dela, sem interferir na independência funcional, a gente pretende modificar o que está aí e que impacta diretamente a vida de crianças e adolescentes”, diz a juíza.
Agência Brasil

Meta do governo é contratar 2 milhões de moradias populares até 2026

 Minha Casa Minha Vida é tema Brasil em Pauta deste domingo 

Foto: Reprodução

As novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida, que reduzem juros e aumentam o subsídio para a aquisição de imóveis, vão contribuir para que seja alcançada a meta de contratar 2 milhões de moradias até 2026, de acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho.

As mudanças no programa foram sancionadas no dia 13, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A avaliação do ministro é de que a retomada da construção de imóveis do Minha Casa, Minha Vida terá impacto positivo na economia do país e vai gerar empregos e renda para a população.

“Só daquilo que é [recurso] do Orçamento Geral da União, nos quatro anos, pretendemos gerar mais de um milhão de empregos diretos e indiretos. Só nas 500 mil unidades que estão previstas no Orçamento Geral da União, fora o que vai ser feito com o FGTS [Fundo de Garantida do Tempo de Serviço]. Então, acreditamos que o Minha Casa, Minha Vida vai ajudar muito na retomada da economia do Brasil”, disse Jader Filho em entrevista ao programa Brasil em Pauta, do Canal Gov.

O ministro explicou que as novas regras do programa são resultado de discussões com prefeituras, entidades da sociedade civil e setor privado para aperfeiçoar o Minha Casa, Minha Vida e adequá-lo à realidade de cada região. Dentre as mudanças, Jader Filho destacou que os imóveis passarão a ser construídos apenas em terrenos que estejam próximos a equipamentos públicos como escolas, creches, postos de saúde e comércio, para facilitar a vida dos cidadãos. “Nossa exigência é que o Minha Casa, Minha Vida seja dentro dos centros urbanos, ou em áreas contíguas aos centros urbanos para criar essa facilidade”, disse.

O aumento do desconto no valor da entrada para a compra do imóvel do Minha Casa, Minha Vida financiado com recursos do FGTS será fundamental para facilitar a aquisição da própria para quem vive nas regiões Norte de Nordeste, afirmou o ministro. O valor passou de R$ 47,5 mil na Faixa 1 para R$ 55 mil.

“Algumas regiões do país não estavam respondendo bem ao FGTS, como o Norte e o Nordeste e, a partir de diálogos, pudemos identificar que o principal problema era a questão da entrada. O Norte e o Nordeste precisavam ter um ajuste maior na questão da entrada e, com isso, ampliamos de R$ 47,5 mil para um limite R$ 55 mil, que é o subsídio que o governo dá. Diminuímos a taxa de juros nessas regiões, ela sai de 4,25% para 4% e nas outras regiões sai de 4,5% para 4,25%”.

Ampliar o programa para atender também a classe média é uma discussão que está em curso no governo federal. Atualmente, o Minha Casa, Minha Vida atende famílias com renda mensal de até R$ 8 mil. “Estamos estudando uma maneira de ampliar ainda mais esse limite e ultrapassando os R$ 8 mil. Mas isso ainda está em estudo, em diálogo tanto com o Ministério das Cidades quanto com a Casa Civil para que possamos apresentar isso ao presidente [Lula]”, disse.

O ministro das Cidades, Jader Filho, também falou sobre o Marco do Saneamento. Segundo ele, investimento é palavra-chave para fazer avançar o saneamento básico no país. “O que temos que focar é no investimento, não importa se ele é público ou privado, até porque, no nosso entender, ninguém sozinho vai conseguir alcançar a universalização em 2033”, defendeu.

Agência Brasil

Serasa registra primeira queda de inadimplentes de 2023

Segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa, o mês de junho teve 0,63% menos endividados em relação a maio

Foto: Rovena Rosa/ ABR
O Brasil apresentou, no mês de junho, a primeira queda de 2023 no número de pessoas inadimplentes, como mostra o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa. Foram levantados 71,45 milhões de negativados, uma queda de 450 mil pessoas em relação a maio, o que representa uma diminuição de 0,63%.
A última queda foi registrada em dezembro de 2022. Comparado a junho do ano passado, quando os inadimplentes somavam 66,82 milhões de pessoas, houve uma alta. Atualmente, 43,78% dos brasileiros estão endividados e negativados. Quem puxa o valor é a faixa etária de 41 a 60 anos, que representa 34,8%, seguido por aqueles entre 26 e 40 anos, 34,7% do total.
Foi observado, ainda, uma queda no volume total de dívidas, indo de 264,5 milhões em maio, para 262,8 milhões em junho, uma redução de 0,62%. Já o valor total de dívidas teve uma alta de 0,15%, chegando a 346,3 bilhões. O valor médio das dívidas por pessoa ficou em R$ 4.846,15, 0,78% a mais.
O estado com a maior proporção de endividados é o Rio de Janeiro, com 52,8%, com Amapá (52,72%), Amazonas (52,2%), Distrito Federal (52,05%) e Mato Grosso (50,33%) na sequência. O Piauí (36,18%) é o que apresentou a menor proporção.
Segundo o Serasa, a primeira semana do Desenrola Brasil impactou a renegociação das dívidas, com quase 900 mil somente pelos canais da empresa até esta sexta-feira (21/7). A procura foi 80% maior que a média da plataforma Serasa Limpa Nome, o que significa que nem todas as dívidas estão no âmbito do programa do governo federal.
Agência Brasil
Local do crime

Cidades mais violentas de Pernambuco serão prioridades para receber investimento no combate à violência

Recife será a cidade que mais receberá recursos

Local do crime
Foto: Arquivo/FolhaPE

163 municípios do Brasil vão receber do Governo Fedeeral apoio para combate à criminalidade e violência. A divulgação aconteceu nessa sexta-feira (21), através da Secretaria da Justiça e Segurança Pública.

Em Pernambuco, o Recife será a cidade que mais receberá recursos para investir nas ações previstas. As outras cidades são: Cabo de Santo Agostinho, que ficou em quinto lugar no ranking nacional, Camaragibe, Caruaru, Garanhus, Igarassu, Jaboatão, Olinda, Paulista, São Lourenço da Mata, Vitória de Santo Antão e Petrolina.

A categoria mortes violentas intencionais agrega vítimas de ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, feminicídio, mortes decorrentes de intervenção policial e vitimização policial.

“Acreditamos que é fundamental construir mecanismos e critérios para atuar em territórios que estão mais vulneráveis seja por uma perspectiva social, seja pelo aumento da violência. Por isso, a importância de concentrar os esforços das políticas públicas de prevenção e segurança cidadã nesses municípios que representam 3% do total de cidades do país, mas que concentram 50% das mortes violentas intencionais”, explicou a coordenadora do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Tamires Sampaio.

O levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, registrou em 2021, 549 mortes em Recife. Metade das vítimas eram jovens entre 15 e 29 anos. Além disso, 81,8% eram negras.

Caixa

Caixa renegocia R$ 51 milhões em dívidas em 3 dias do Desenrola Brasil

 Dez mil clientes aderiram ao programa com o banco público

Caixa
Foto: José Cruz/ABr

A Caixa Econômica Federal informou que já renegociou mais de R$ 51 milhões em dívidas nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil. Foram mais de 22 mil clientes atendidos pelo banco público e 10 mil contratos fechados. Ainda há espaço para aumentar o número de renegociações uma vez que a Caixa informa que tem 13 milhões de clientes com dívidas.
Segundo a presidente da Caixa, Rita Serrano, o acesso à página do banco na internet subiu de 69 mil acessos diário para mais de 1 milhão “e a maioria procurando informações do desenrola”.
Rita Serrano acrescentou que o banco ampliou de 96 para 120 meses o prazo máximo para o pagamento das prestações da renegociação, o que dá dez anos. “As pessoas terão duas opções. Elas podem fazer a quitação da dívida com 90% de desconto ou elas podem parcelar isso em 120 meses”, explicou a presidente, que visitou uma agência da Caixa no Guará, região administrativa do Distrito Federal (DF).
“Estamos abrindo todas as agências do país uma hora mais cedo e inclusive temos um caminhão-agência em Santos [SP] em local estratégico para atender. Então há uma expectativa nossa de ter um público grande para renegociar dívida”, completou.
A agência do DF visitada pela presidente da Caixa ainda estava vazia no início da manhã desta sexta-feira (20). As pessoas endividadas com as quais a reportagem da Agência Brasil conversou informaram que precisam conhecer melhor o programa antes entrar com o pedido de renegociação. A trabalhadora doméstica Nalva Frazão Muniz comentou que a oportunidade é boa, mas que precisa estudar a proposta melhor. “Eu estou com nome sujo, também preciso limpar”, disse.

Oportunidade e riscos

O programa criado pelo governo federal visa renegociar dívidas de pessoas com nome negativado na tentativa de reativar o consumo no país e estimular a economia. O economista Arthur Wittenberg, do Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (Ibmec), opina que o programa traz oportunidades para as pessoas e para as empresas, uma vez que os consumidores podem voltar a tomar crédito, estimulando a produção de bens e serviços no Brasil.
“O aumento do consumo pode levar as empresas a expandirem sua produção para atender à demanda crescente e essa expansão dos negócios pode resultar em uma maior necessidade de mão de obra, contribuindo para a geração de empregos no país”, explicou.
Wittenberg ponderou, contudo, que há o risco de um novo superendividamento das famílias, o “que pode colocar essas pessoas de volta na mesma condição em que estão atualmente”. Sobre o prazo de 120 meses oferecido pela Caixa, o economista diz que grande parte dos endividados prefere alongar a dívida, mesmo pagando mais juros.
“Pense em alguém que ficou com o orçamento mais apertado em função de uma despesa inesperada ou que perdeu o emprego ou mesmo alguém que não consegue fechar as contas no curto prazo. Vai preferir isso [prazo mais longo]. Nesse caso, o risco para as pessoas é ir alongando muito e contratando outras dívidas. Em dez anos, podem ocorrer diversas alterações na renda das pessoas”, ponderou.
Agência Brasil
Dívida Pública

Dívida pública cresce 2,9% em junho e alcança os R$ 6,19 trilhões

Em maio, o valor era de R$ 6,01 trilhões

Dívida Pública
Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (21), a Secretaria do Tesouro Nacional informou que a dívida pública aumentou 2,9%, alcançando R$ 6,19 trilhões em junho, por causa de despesas com juros e emissão líquida de títulos.
O valor anterior de R$ 6,01 trilhões foi registrado em maio. A dívida pública do Brasil é o valor que o Governo Federal deve a investidores e instituições financeiras, internas e externas. O dinheiro é atualizado no financiamento das atividades do País, a partir da emissão de títulos públicos.
O Tesouro explicou que o aumento se deu pela retirada de títulos do mercado no valor de R$ 144,2 bilhões e das despesas com juros, que somadas chegam a R$ 33,32 bilhões. A previsão é que no final deste ano o endividamento esteja entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.
Aves

Gripe aviária: Estados recomendados a declarar emergência zoossanitária após surtos no Brasil

Medida visa conter o avanço do vírus H5N1, enquanto Japão suspende temporariamente a compra de carne de frango do Brasil

Aves
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A gripe aviária tem causado preocupação no cenário nacional e internacional, levando o governo brasileiro a adotar medidas emergenciais para conter o avanço do vírus H5N1. Após Santa Catarina publicar no Diário Oficial da União (DOU) a decisão de declarar emergência zoosanitária devido à doença, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) recomendou que todos os estados brasileiros adotem o mesmo status. A medida, já implementada em âmbito nacional desde 22 de maio, busca garantir recursos para enfrentar o problema e preservar a produção avícola no país.
O surto da gripe aviária no Brasil foi detectado pela primeira vez em 15 de maio em aves silvestres. Desde então, o país tem enfrentado desafios para evitar que o vírus se dissemine pela produção industrial avícola, uma vez que o Brasil é o líder mundial na exportação de carne de frango. A detecção da doença levou à necessidade de sacrificar grandes populações de aves, e alguns países já limitaram temporariamente a importação de carne de frango brasileira.
A fim de minimizar os impactos econômicos e garantir a segurança sanitária na produção brasileira, o Ministério da Agricultura e Pecuária reforçou a importância do estado de emergência para mobilizar verbas da União e coordenar ações conjuntas entre entidades governamentais e não governamentais em todas as instâncias: federal, estadual e municipal. A medida também permite articular com outros ministérios para enfrentar a crise.
Até o momento, o Brasil já registrou 67 focos da doença, sendo dois em aves de subsistência e 65 em animais silvestres. Além disso, há seis investigações em andamento, incluindo um caso de aves de criação no estado do Mato Grosso. Vale destacar que os dois focos identificados em Santa Catarina não ocorreram em produções de escala comercial, o que preserva o status brasileiro de livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), de acordo com as determinações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O Japão, segundo maior destino comercial de carne de frango do Brasil, suspendeu temporariamente a compra do produto devido aos focos da doença no país. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lamentou a decisão, destacando que o Brasil não possui qualquer registro de IAAP na produção industrial. O Ministério da Agricultura e Pecuária concordou que não há motivos para o embargo japonês e ressaltou que o estado de Santa Catarina é o segundo maior exportador de frango do país, sofrendo impactos econômicos com a medida.
Para conter a disseminação do vírus e evitar mais prejuízos à economia do setor avícola, o governo federal tem unido esforços com os estados, reforçando a necessidade de um plano rápido de ação. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, ressaltou a importância da união entre os governos estaduais e o Ministério para argumentar junto ao Japão e buscar soluções para minimizar os danos causados pela suspensão das importações.
É importante destacar que, até o momento, não há registros de disseminação do H5N1 entre humanos no Brasil. A transmissão da gripe aviária ocorre principalmente pelo contato próximo com aves contaminadas, vivas ou mortas. Portanto, a população deve evitar se aproximar de aves que apresentem sintomas da doença, como problemas respiratórios ou comportamento neurológico atípico. Ainda assim, especialistas alertam para o risco de mutação do vírus, o que pode levar à transmissão entre pessoas, motivo de preocupação em âmbito global. As autoridades de saúde monitoram atentamente a situação e adotam medidas para preservar a saúde pública e a economia do país.
Violência

Pesquisa revela que dentre as 50 cidades mais perigosas do Brasil, cinco estão em Pernambuco

O Cabo de Santo Agostinho ficou na quinta posição no ranking. À nível nacional, Pernambuco é o quinto estado mais violento e o terceiro na região Nordeste

Violência
Foto: Reprodução

Cinquenta cidades foram analisadas no ranking da violência e, dentre elas, cinco estão no estado de Pernambuco. Os dados são da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (20). 
Para ter esse resultado, o fórum considera cidades onde há mais de cem mil habitantes, através da taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI), como roubo seguido de morte, latrocínio, intervenção policial onde houve mortes e lesão corporal seguido de morte. Foram 3.423 mortes em 2022. 
Na quinta posição ficou o Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife, com 81,2 homicídios para cada 100 mil habitantes. A média ficou acima da nacional, que foi de 23,4 para mesma proporção de habitantes. As outras quatro cidades foram: Vitória de Santo Antão, 51,5; São Lourenço da Mata, 50,3; Garanhuns, 44,9 e Jaboatão dos Guararapes, com 44,6. 
A situação de Pernambuco também não obteve bons índices. O estado ficou em terceiro lugar como o mais violento na região Nordeste e em quinto, no cenário nacional. Foram registradas 37,8 mortes a cada 100 mil habitantes. 
A violência contra a população LGBTQIA+ também foi alta em Pernambuco. Foram registrados mais 540 vítimas de lesão corporal e 52 vítimas de estupro somente em 2022. No quesito assassinato, ficou atrás apenas do Ceará, que registrou 32 homicídios, contra 30 de Pernambuco. 
Governo Federal

Governo Federal pretende regulamentar as apostas esportivas no Brasil

Regulação deve acontecer por meio de uma medida provisória e de um projeto de lei

Governo Federal
Foto: Reprodução
Nesta quinta-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar o projeto de lei (PL), acordado por Arthur Lira e Gabriel Galípolo, ex-secretário executivo da Fazenda, junto com a medida provisória (MP) para regulamentar as apostas esportivas.
Segundo informações do G1, fontes disseram que a Casa Civil já está com as propostas esperando a confirmação do presidente e que as ações podem render até 12 bilhões ao governo.
Na terça-feira (18), o Planalto divulgou uma MP sobre a criação de novos cargos na Secretaria Nacional de Apostas e Loterias, novo órgão que vai ficar responsável pelo credenciamento das empresas do ramo. Participaram da secretaria, profissionais de outras pastas, como esporte e saúde.
A MP vai resolver questões mais urgentes do assunto, como tributação, práticas ilegais e autorização, enquanto o projeto de lei vai tratar das penalidades para empresas que descumprirem o acordo. A medida passa a valer no momento assinatura e o PL passará por votação na Câmara em agosto.

Medida provisória vai transformar 13 mil cargos vagos em quase 9 mil

 Governo fala em redução quantitativa com aumento qualitativo

Foto: Joédson Alves/AB

O governo federal vai editar medida provisória (MP) ainda nesta terça-feira (18) para transformar 13.375 cargos atualmente vagos em outros 8.935 no âmbito de 9 órgãos federais. Desses cargos, mais de 2 mil devem ser transformados em cargos comissionados a serem distribuídos de acordo com as necessidades da administração pública federal.
As mudanças foram anunciadas pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Segundo a pasta, a MP vai transformar 10.506 cargos efetivos de nível médio que hoje estão vagos em 6.692 cargos de nível superior. A pasta alega dificuldades para preencher vagas de nível superior uma vez que as vagas estão todas ocupadas enquanto, por outro lado, sobram vagas de nível médio.
“Por exemplo, o IBAMA é um órgão em que você esgotou o quantitativo de vagas para nível superior. Isso está acontecendo em diversos órgãos. A gente tem hoje uma distribuição de cargos efetivos na administração pública federal muito diferente da necessária diante do processo de transformação digital. Precisamos de servidores mais qualificados”, explicou a ministra de Gestão, Esther Dweck.
Segundo o ministério, a digitalização de serviços do Estado brasileiro permite que cargos administrativos hoje vagos sejam transformados em cargos finalísticos, o que, segundo a pasta, “aumentam a capacidade do governo em entregar mais serviços públicos”.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), por exemplo, vai transformar 589 cargos efetivos atualmente vagos em 260. O IBAMA vai transformar 2.119 em 1.139 e o Ministério do Meio Ambiente vai reduzir de 472 para 388 cargos. Também devem ter cargos transformados os Ministérios da Saúde, da Fazenda, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), entre outros órgãos.
“De fato terá uma redução de quantitativo em relação ao que já houve na esfera federal, porém serão cargos mais qualificados. A gente está modernizando e qualificando o Estado brasileiro para prestar melhores serviços públicos”, justifica a ministra.
A pasta informou também que a MP não trará impacto orçamentário à União.
A ministra Esther Dweck acrescentou que será enviado outro pacote para transformação de cargos junto com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, que deve ser enviado ao Legislativo até o dia 31 de agosto. Dweck justificou que o governo resolveu antecipar a transformação de alguns cargos por meio dessa medida provisória devido a urgência de algumas necessidades identificadas pelo Executivo.

Cargos Comissionados

A medida provisória também vai transformar outros 2.869 cargos efetivos vagos em 2.243 cargos comissionais ou funções de confiança, “de modo a recompor a estrutura administrativa do Estado”, alega a pasta. A ministra Esther Dweck avalia que houve uma grande redução no número de cargos comissionados na Esplanada dos Ministérios nos últimos anos, o que, segundo a ministra, está dificultando a estruturação dos órgãos. Em 2010, os ministérios tinham à disposição cerca de 34 mil cargos, chegando a 2023 com 26 mil cargos comissionados civis de livre provimento em toda Esplanada.
“Tem áreas extremamente fragilizadas (pela falta de comissionados). A Secretaria de Governo Digital tem um tamanho que não comporta as atribuições dela hoje. Temos urgência na recomposição de estruturas”, explicou a ministra, que citou a necessidade de cargos para o Brasil presidir o G20, para fazer a recuperação fiscal de Minas Gerais, que entrou no Regime de Recuperação Fiscal, e para criar a secretaria de Loterias dentro do Ministério da Fazenda. Dweck também citou a necessidade de cargos para o Cadastro Ambiental Rural e para Agência Nacional de Mineração (ANM).

Outros pontos da MP

A medida provisória, além de transformar esses cargos, vai permitir o pagamento do reajuste de 9% das forças de segurança do Distrito Federal, vai criar o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS) e ainda ampliar o prazo de contratos temporários da política indigenista de 2 para 5 anos. A medida provisória também prevê cotas para indígenas de 10% a 30% nos concursos públicos realizados pela FUNAI, com possibilidade de jornadas de trabalho de longa duração.

Agência Brasil