Guerra pelo controle de espaços dentro da Rede em Pernambuco, tem em muitos casos infringido o estatuto e até mesmo a democracia interna que se propôs na fundação do partido.
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O partido Rede Sustentabilidade vive um clima de guerra na sua política interna em Pernambuco desde que o deputado Túlio Gadelha ingressou na legenda, esse clima piorou durante o processo eleitoral de 2022, quando o parlamentar junto com seu chefe de gabinete Luís Marcelo que é primeiro porta-voz do partido e a segunda porta-voz Sylvia Siqueira ditaram a dinâmica de escolha dos candidatos, deixando alguns nomes de fora da disputa no ano passado, além da questão da distribuição dos recursos financeiros do fundo eleitoral, que foi tema de muitas críticas, rompimentos e insatisfações de diversos candidatos nas eleições do ano passado.
Com a vitória eleitoral de Túlio para seu segundo mandato como deputado federal com mais de 134 mil votos, os problemas sobre a democracia interna do partido só se acentuaram. Agora com o processo de realização das conferências municipais por todo estado, com a eleição das novas direções, e a eleição de delegados para o congresso estadual do partido, o clima de disputa se acirrou.
Manobras regimentais e até mesmo fora do regimento e do estatuto partidário estão sendo tomadas, como a anulação ilegal de muitas conferências municipais de grupos e dirigentes que não são ligados ao deputado Túlio Gadelha, como os casos de Paulista, Cabo de Santo Agostinho, e Escada, que com uma canetada da comissão executiva estadual, na pessoa do porta-voz Luís Marcelo decidiu anular todo processo realizado, e convocar novas conferências com pessoas ligadas ao gabinete, porém sem a legitimidade e a legalidade necessária para condução do processo de eleição.
A força tarefa montada pelo Deputado Túlio Gadelha para desmobilizar a ala da Rede Sustentabilidade que não está debaixo de suas ordens, tem ocorrido de forma que pode ser rotulada como antidemocrática, bem semelhante ao que ocorre em partidos de direita e da extrema-direita, onde os mandatários tem um partido para chamar de seu, e dão as ordens de como deve ser feita a política interna dos partidos.
No PDT partido onde Túlio viveu quase que toda sua vida política, mesmo estando no campo da centro-esquerda, as coisas funcionavam quase que dessa maneira, que o parlamentar tem inaugurado na Rede, o ex-pedetista saiu do partido criticando veementemente a inexistência de democracia interna na sigla, chegou a brigar com os dirigentes do partido a nível nacional e estadual, teve nas mãos do diretório municipal do PDT mas perdeu logo após os episódios da formação de chapa, desistência de sua pré-candidatura a prefeito da capital, e posteriormente a indicação de um nome crítico ao PSB. Acabou perdendo assim o controle do partido para Isabella de Roldão que foi eleita vice-prefeita do Recife na chapa de João Campos.
Na Rede Sustentabilidade de Pernambuco, Túlio e seus funcionários, enterram no partido em dezembro de 2021, e desde então praticam a mesma maneira de atropelo, sufocamento e tratoramento, que acusaram ter vivido no PDT. A disputa vai muito além das fronteiras de Pernambuco, o grupo que o deputado faz parte quer tomar conta da Rede a nível nacional, e estão trabalhando para derrotar a ala histórica do partido ligada a ex-senadora Heloisa Helena que é a atual presidente nacional do partido.