Mudança na relação política marca nova estratégia do partido para os próximos pleitos.
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O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou em reunião estratégica realizada nesta semana sua decisão oficial de se posicionar como oposição à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Essa mudança representa uma quebra com a postura anterior de independência, mantida desde fevereiro, quando os trabalhos legislativos tiveram início.
Apesar das diferenças ideológicas entre os petistas e o PSDB, até o momento, parlamentares do PT mantinham uma relação harmoniosa com a governadora. Raquel Lyra buscava apoio do governo Lula para obter recursos federais destinados a projetos e obras em Pernambuco, evitando tomar posições claras em relação a temas nacionais, especialmente sobre a rivalidade entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A governadora também manteve neutralidade em relação à disputa presidencial de 2022, não revelando seu voto no segundo turno. Porém, a mudança de posicionamento do PT para a oposição agora coloca em xeque a relação anteriormente amistosa.
Enquanto alguns membros do PT asseguram que essa mudança não afetará a relação com o governo Lula, líderes petistas em Pernambuco, em caráter reservado, criticam a postura de independência adotada anteriormente. Doriel Barros, presidente estadual do PT, é apontado como o responsável pela decisão considerada um erro que retardou o protagonismo do partido na oposição.
A aproximação do PT com o Partido Socialista Brasileiro (PSB) é vista como uma estratégia importante. Isso porque o PT poderá assumir a liderança da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), posição atualmente ocupada pelo PSOL, após um acordo com o PSB, que governou o estado por 16 anos consecutivos.
Apesar de haver divisões entre alguns membros do PT em relação à mudança para a oposição, a Prefeitura do Recife celebra a decisão. O prefeito João Campos busca o apoio dos petistas para sua reeleição em 2024. Entretanto, o PT promete lutar pela indicação do candidato a vice na chapa de Campos, almejando assumir o comando do Recife em caso de sua candidatura a governador em 2026.
A declaração do PT de se posicionar como oposição à governadora Raquel Lyra e a aproximação com o PSB prometem trazer mudanças significativas no cenário político de Pernambuco, influenciando as estratégias e alianças para os próximos pleitos eleitorais.