Encontro abordará o papel da ciência, tecnologia e inovação no desenvolvimento dos países em desenvolvimento.
Foto: Ricardo Stuckert |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca para Havana, capital de Cuba nesta sexta-feira 15 de setembro, onde participará da Cúpula do G77 + China. Este grupo, fundado em 1964 com 77 países-membros e atualmente composto por 134 nações em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, se une com a China para discutir os “Desafios Atuais do Desenvolvimento: Papel da Ciência, Tecnologia e Inovação”, sob a presidência de Cuba neste ano.
O Brasil, um dos fundadores do G77, desempenha um papel ativo nas negociações do grupo, focando principalmente em questões econômicas e sociais das Nações Unidas. O secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey, destacou a importância desse envolvimento, afirmando que “é uma maneira dos países em desenvolvimento adquirirem um poder de barganha mais amplo”.
A declaração que deve ser aprovada pelos chefes de Estado participantes, ao final do encontro, enfatiza o desenvolvimento e fortalecimento da Cooperação Sul-Sul, com o Brasil desempenhando um papel relevante devido às suas capacidades em ciência, tecnologia e inovação.
Entre os pontos da declaração, está a instituição do “Dia da Ciência, Tecnologia e Inovação no Sul Global”, a ser celebrado em 16 de setembro. Além disso, prevê-se que os ministros de Ciência e Tecnologia e Inovação do bloco se reúnam a cada três anos para fortalecer a cooperação em suas agendas comuns.
Cuba, atual presidente do G77 + China, tem como temas centrais de sua gestão a consolidação da influência dos países em desenvolvimento em negociações multilaterais, a promoção da solidariedade e cooperação internacionais no contexto da recuperação pós-pandemia e o impulso à reforma da governança financeira internacional.
O presidente Lula, após o encontro em Havana, seguirá para Nova Iorque, nos Estados Unidos, para participar da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).
Carlos Márcio Cozendey aproveitou o briefing para reiterar a posição crítica do Brasil em relação às sanções unilaterais contra Cuba, que, segundo ele, criaram dificuldades para a população cubana, sem atingir seus objetivos.