Durante culto na Igreja Batista da Lagoinha, Valadão incitou crimes contra a comunidade LGBTQIA+
Foto: Reprodução/Youtube |
Na segunda-feira (03), o Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para investigar falas preconceituosas que o pastor André Valadão direcionou a população LGBTQIA+, durante culto da Igreja Batista da Lagoinha da Flórida, nos Estados Unidos.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), primeira mulher negra e trans eleita no cargo, e o senador Fabiano Contarato (PT-ES) usaram as redes sociais para manifestar sua indignação com ocorrido. “Não aceitamos mais crimes de ódio disfarçados de religiosidade”, criticou a deputada.
Na ocasião, o líder religioso incitou que “se Deus pudesse matava tudo e começava de novo”, insinuando que os evangélicos deveriam matar pessoas LGBTs. “Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós”. Além disso, Valadão atacou, em seu discurso, drags queens e pessoas trans.
Depois da forte repercussão negativa, Valadão foi a suas redes sociais tentar justificar o discurso de incitação ao ódio. “Nunca será sobre matar pessoas”. Mas, afirmou que a comunidade LGBT+ age contra a “vontade” de Deus. “Mas não digo em nós matarmos, nós aniquilarmos pessoas, digo que cabe a nós levar o homem, o ser humano ao princípio daquela que é a vontade de Deus”.
O procurador regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, foi o responsável por abrir o procedimento. O MPF também foi acionado pela Aliança Nacional LGBTI+, lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) enquadra “condutas homofóbicas e transfóbicas” como forma de racismo e, portanto, passível de punição legal.