Em um podcast, o pontífice responde a mensagens de jovens e reitera que a Igreja Católica prega o respeito e a compaixão aos membros da comunidade LGBT.
Foto: Reuters/ Remo Cassili |
O Papa Francisco, líder máximo da Igreja Católica, enviou uma mensagem de apoio a uma jovem transgênero italiana em um podcast, reforçando que “Deus nos ama como somos”. O encontro ocorreu antes de sua participação em um festival da juventude católica em Portugal na próxima semana.
No podcast, Francisco ouviu e respondeu a mensagens de áudio de jovens, incluindo a de Giona, uma italiana de 20 e poucos anos, que expressou sua luta com a dicotomia entre sua fé católica e sua identidade transgênero.
Em suas palavras, o Papa ressaltou que “o Senhor sempre caminha conosco” e que, apesar de nossas imperfeições, Deus se aproxima para ajudar. Ele enfatizou que o amor de Deus é incondicional e abrange todas as pessoas, independentemente de suas circunstâncias ou trajetórias de vida. A mensagem do pontífice é um sinal de apoio às pessoas transgênero, ressaltando a importância do respeito e da compaixão para com todos os membros da comunidade LGBT.
A Igreja Católica tem ensinado que as pessoas LGBT devem ser tratadas com respeito e sensibilidade, respeitando seus direitos humanos fundamentais. No entanto, a questão da aceitação de uniões do mesmo sexo e de outras pautas relacionadas à comunidade LGBT permanece como um tema delicado e em discussão dentro da instituição.
O Papa Francisco é conhecido por sua abordagem mais acolhedora e compassiva em relação à comunidade LGBT. Em ocasiões anteriores, ele já afirmou a famosa frase “quem sou eu para julgar”, ao responder perguntas específicas sobre homossexuais. Além disso, o pontífice classificou as leis que criminalizam membros da comunidade LGBT como pecaminosas e injustas.
Contudo, embora adote uma postura mais receptiva, o Papa reafirmou que o casamento é uma união vitalícia entre um homem e uma mulher, mantendo o posicionamento tradicional da Igreja Católica sobre o assunto. Ele expressou apoio a leis civis que concedam direitos aos casais do mesmo sexo em questões burocráticas, como pensões e assistência médica.
A atitude mais inclusiva e menos crítica de Francisco em relação à comunidade LGBT tem gerado debates entre os conservadores, que defendem uma abordagem mais tradicional e restritiva. Porém, o pontífice tem mantido a linha do ensino católico, que afirma que a atração pelo mesmo sexo não é pecaminosa, mas considera os atos com pessoas do mesmo sexo como pecado.
As questões relacionadas à posição da Igreja em relação à comunidade LGBT, bem como outras temáticas, como o papel das mulheres e dos católicos que se divorciaram e casaram novamente fora da Igreja, serão discutidas na próxima cúpula mundial de bispos, programada para outubro de 2024.
O pronunciamento de apoio do Papa Francisco à jovem transgênero italiana é mais um exemplo de como a Igreja Católica busca lidar com as complexidades e desafios do mundo contemporâneo, equilibrando princípios tradicionais com uma mensagem de amor e inclusão para todos os seus fiéis.