Defesa do religioso alega problemas de saúde e inocência; Tribunal de Justiça de Pernambuco teria aprovado medida em sessão.
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No início da tarde desta quinta-feira (24), a defesa do padre Airton Freire, réu por crimes sexuais, divulgou um comunicado informando que o religioso aguardará o julgamento em prisão domiciliar. A decisão teria sido proferida pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), conforme avaliação do pedido de habeas corpus. Segundo os advogados do padre, a sessão teria ocorrido hoje, com a participação de três desembargadores da Câmara Regional de Caruaru, resultando em dois votos favoráveis e um contrário à prisão domiciliar.
De acordo com a nota emitida pela defesa, durante a sustentação oral, o advogado Marcelo Leal reforçou a inocência do padre Airton Freire, destacou os graves problemas de saúde que ele enfrenta e denunciou a ocorrência de falsas acusações. O religioso, de 67 anos, encontra-se atualmente sob custódia em uma cela individual do Presídio Advogado Brito Alves, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.
O TJPE esclareceu que os casos relacionados a crimes contra a dignidade sexual estão sob segredo de justiça, impedindo a divulgação de detalhes sobre os procedimentos judiciais. A divulgação das decisões, trâmites, julgamentos e recursos é restrita às partes envolvidas e seus representantes legais.
Airton Freire foi detido em 14 de julho deste ano após denúncias de crimes sexuais. As investigações resultaram em cinco inquéritos policiais, com dois já finalizados, culminando na ordem de prisão preventiva emitida pelo tribunal. O religioso inicialmente foi acusado por Sílvia Tavares de Souza, uma seguidora que afirma ter sido vítima de um estupro supostamente orquestrado por ele. Posteriormente, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentou novas denúncias.
Complicações de saúde também têm sido um fator significativo no caso. Após um episódio de pressão alta, Airton Freire foi transferido da prisão para um hospital no Recife, onde foi submetido à substituição da válvula aórtica. No entanto, uma complicação pós-operatória levou à transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo hospital. Recentemente, o padre passou por outra cirurgia, desta vez para a implantação de um marca-passo, conforme relatado pela defesa.
O advogado Marcelo Leal destacou que, segundo avaliações médicas, o padre enfrenta um risco elevado de morte na prisão devido à impossibilidade de receber atendimento médico adequado e imediato. Com base nesse argumento, a defesa teria sustentado a necessidade da prisão domiciliar para garantir a saúde e a integridade do réu enquanto aguarda o desfecho do processo judicial.