Iniciativa inédita foca em compromissos públicos de empresas para promover desenvolvimento sustentável na região.
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A Amazônia, um dos tesouros naturais mais preciosos do planeta, está no centro das atenções globais com o lançamento do Movimento Impacto Amazônia, uma iniciativa inédita do Pacto Global da ONU no Brasil. O movimento foi anunciado na quinta-feira (14), durante a edição deste ano do Pacto Global da ONU no Brasil, realizada na sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Com o objetivo de assegurar a sobrevivência da Amazônia até 2030, o pacto visa mobilizar empresas dos setores público e privado em compromissos públicos para acelerar o desenvolvimento sustentável da região.
A iniciativa traz à tona a urgência de investimentos e políticas direcionadas à preservação da floresta, à valorização e proteção dos povos e territórios tradicionais da Amazônia, e ao alinhamento da tecnologia com a sustentabilidade. Segundo Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, a Amazônia desempenha um papel vital no equilíbrio climático global, e é imperativo tomar medidas urgentes para sua preservação.
“A floresta passa por um processo parecido com o de savanização, onde se perde essa floresta rica como a gente tem, e isso é uma catástrofe não só para o Brasil, como para o mundo. A Amazônia é muito responsável pelo equilíbrio climático, por isso que, agora com dados e fatos, toda atenção internacional está voltada para a Amazônia,” ressaltou Carlo Pereira.
Uma pesquisa recente, a Pulse de Cenário e Empresas e Amazônia, realizada em setembro com 160 empresas participantes do Pacto Global da ONU no Brasil, revelou que embora 58,54% das empresas tenham realizado análises de riscos relacionados à crise climática, 79,72% delas não examinaram os impactos de suas cadeias de fornecimento em relação ao desmatamento na Amazônia. Além disso, 64,63% das companhias não incluem cláusulas de não desmatamento da Amazônia em seus contratos com fornecedores.
Empresas como Eletrobrás e Ambipar estão atuando como embaixadoras do Movimento Impacto Amazônia, enquanto o Banco do Brasil planeja investir R$ 23 bilhões até o final do primeiro semestre de 2024 em ações relacionadas a questões climáticas, como energias renováveis e eficiência energética, bem como recuperação ambiental. A atuação dessas empresas é essencial para promover uma economia de baixo carbono, alinhada com as metas da Agenda de 2030 e os princípios do pacto global.
Organizações da sociedade civil também se uniram ao pacto, com o Ministério Público Federal formando grupos de trabalho para desenvolver soluções para os desafios críticos enfrentados pela Amazônia.
No entanto, o caminho para a Agenda de 2030 não tem sido sem obstáculos. O CEO do Pacto Global da ONU no Brasil observa que retrocessos nas metas globais ocorreram devido a crises financeiras, conflitos de grande escala, a pandemia e outros desafios. Para mitigar esses retrocessos, o Secretário-geral da ONU está reunindo governos, sociedade civil e empresas em um esforço conjunto para acelerar a Agenda e garantir um futuro sustentável para a Amazônia e o planeta.
A transformação não é apenas uma responsabilidade das grandes empresas, mas de cada indivíduo. Rachel Maia, presidente do Conselho de Administração Global da ONU no Brasil, enfatiza que a sustentabilidade não está vinculada ao tamanho da empresa, mas ao compromisso de cada pessoa em fazer a diferença.
“A ONU tem a grande responsabilidade de disseminar a mensagem de que ninguém deixa ninguém para trás. Esse foi o grande acordo da agenda de 2030. Com esse pensamento, eu vou olhar do indivíduo que está nas favelas ao indivíduo que está nas mansões”, concluiu Rachel Maia.
O Movimento Impacto Amazônia surge como um farol de esperança em um cenário global desafiador, lembrando a todos nós que a preservação da Amazônia não é uma opção, mas uma necessidade crítica para a sobrevivência do nosso planeta. É um chamado à ação, para que juntos possamos cumprir os compromissos da Agenda de 2030 e proteger este tesouro natural para as futuras gerações.