Segundo dados do Observatório Itaú Cultural, setor abriu 123 mil vagas no primeiro trimestre
Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil |
Mulheres negras que trabalham na economia criativa ganham, em média, três vezes menos que homens brancos empregados no mesmo setor. Segundo dados do Observatório Itaú Cultural divulgados nesta segunda-feira (10), trabalhadores brancos recebem, em média, R$ 6,7 mil para ocupar postos na cultura. Já o rendimento médio das trabalhadoras negras é de R$ 2,1 mil. A média salarial de mulheres brancas e homens negros é igual: R$ 4 mil. Os dados referem-se ao primeiro trimestre de 2023 e baseiam-se na PNAD Contínua.
De acordo com o levantamento do Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural sobre postos de trabalho na indústria criativa no primeiro trimestre, a força de trabalho é majoritariamente branca (57%). Os trabalhadores pretos e pardos são, respectivamente, 9% e 33% dos empregados no setor cultural. No mesmo período do ano passado, correspondiam a 8% e 32% do total. Os homens também são maioria: 54%.
O salário médio do trabalhador da cultura saltou de R$ 3,9 mil no primeiro trimestre de 2022 para R$ 4,5 mil nos três primeiros meses deste ano. O valor é superior ao salário médio pago aos trabalhadores brasileiros nos dois períodos: R$ 2,7 mil e R$ 3,1 mil, respetivamente.
Setor em expansão
O Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural indica que o terceiro trimestre deste ano terminou com 7,2 milhões de trabalhadores empregados na cultura, 123 mil a mais do que no mesmo período de 2022, o que representa um crescimento de 2%. Na economia como um todo, a empregabilidade cresceu 3%.
A maior parte dos novos postos de trabalho na indústria criativa vem com carteira assinada. Do total de vagas criadas no primeiro trimestre, 86.273 são formais, contra 36.953 vagas informais.
A comparação com o último trimestre de 2022, porém, é negativa: o número de postos de trabalho diminuiu 4% (291 mil vagas extintas). No entanto, vale lembrar que, historicamente, o primeiro trimestre costuma ser fraco para a indústria criativa.
“Os dados mostram a relevância da indústria criativa para a geração de emprego e renda no país”, disse, em nota, Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú. “Esperamos que as informações do Painel de Dados contribuam para nortear políticas públicas e ajudem a fortalecer e sensibilizar ainda mais a sociedade a respeito da importância deste segmento para o desenvolvimento socioeconômico no Brasil.”
A economia criativa engloba os seguintes segmentos: moda, atividades artesanais, editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio.
Agência Brasil/FP