Morte do jornalista teria ocorrido entre 24 e 48 horas antes da sua localização na manhã deste sábado (8), em uma zona rural perto de Tepic, capital de Nayarit
Foto: Reprodução/Twitter |
O corpo sem vida de Luis Martín Sánchez Iñiguez, correspondente do jornal La Jornada no estado mexicano de Nayarit, foi encontrado no sábado (8) com sinais de violência após ter sido dado como desaparecido, informou a Promotoria local.
Sánchez é o primeiro jornalista ativo a morrer em circunstâncias violentas em 2023 no México, considerado um dos países mais perigosos para os comunicadores.
“O corpo foi encontrado com sinais de violência e sobre ele dois cartões com uma mensagem (…) e o comunicador Luis Martín Sánchez Iñiguez foi identificado por seus familiares”, informou a Promotoria em comunicado.
Segundo as primeiras investigações, a morte ocorreu entre 24 e 48 horas antes da sua localização, na manhã deste sábado, em uma zona rural perto de Tepic, capital de Nayarit.
Segundo a mídia local, o corpo do jornalista teria sido amarrado e embrulhado em sacos plásticos, enquanto as mensagens seriam de grupos criminosos.
La Jornada, um dos maiores jornais do país, fundado em 1985 e com sede na Cidade do México, já perdeu dois de seus correspondentes mais prestigiados: Miroslava Breach, em Chihuahua em março de 2017 (norte), e Javier Valdez, em Sinaloa (noroeste), em maio do mesmo ano. Este último jornalista foi colaborador da AFP.
A esposa de Sánchez Iñiguez, Cecilia López, denunciou na sexta-feira passada que não sabia de seu paradeiro desde a noite de quarta-feira. Ela estava em outra cidade visitando familiares e ligou para sua casa em Tepic para falar com o marido.
A Promotoria anunciou que investigará o caso como crime relacionado ao trabalho de Sánchez Iñiguez.
A família também informou que, embora tenham encontrado em casa as roupas que o jornalista usava na quarta-feira, faltavam entre seus pertences o crachá de jornalista, o computador, o celular e um disco rígido (HD).
A organização Artigo 19 agradeceu as autoridades por favorecerem o trabalho jornalístico como motivação do crime, mas exigiu que a Procuradoria-Geral apoie as investigações, de acordo com um protocolo de crimes contra a liberdade de expressão.
Desde 2000, mais de 150 jornalistas foram assassinados no México, segundo a organização.
Segundo o governo, em 2022 houve 13 registros de homicídios de jornalistas e as autoridades investigam se esses fatos tiveram relação com a profissão das vítimas. A maioria dos crimes contra comunicadores continua impune.