Greve do Metrô do Recife chega ao fim após 23 dias de paralisação

Categoria obtém conquistas em assembleia, mas mantém estado de greve e vigilância sobre futuras respostas.

Metroviários Recife
Foto: Divulgação
Após 23 dias de interrupção nas operações, a greve do Metrô do Recife foi encerrada em assembleia realizada na noite desta sexta-feira (25) na Praça da Greve, localizada na Estação Central do Recife. A decisão marca o retorno à normalidade das 36 estações que atendem o Grande Recife, a partir da segunda-feira (28).
Durante a assembleia, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) destacou conquistas significativas para a categoria. Entre elas está a garantia da recuperação da estrutura do Metrorec, além da restituição dos descontos salariais feitos anteriormente, que serão reembolsados até o quinto dia útil do próximo mês. Entretanto, mesmo com o fim da greve, o estado de alerta permanece.
“Manteremos o estado de greve e teremos nova assembleia em 5 de setembro para avaliar a resposta da CBTU”, afirmou Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE.
A inspeção realizada na segunda-feira (21) por um grupo de senadores e deputados federais evidenciou a crítica situação enfrentada pelos cerca de 180 mil passageiros diários do Metrô do Recife. As condições de trens sucateados, estações sujas, elevadores e escadas rolantes inoperantes, superlotação nos vagões e sistemas de ar-condicionado defeituosos foram alguns dos problemas constatados.
O senador Humberto Costa (PT) expressou preocupação com o cenário: “O que testemunhamos foi uma situação alarmante; um estado de decadência que se agravou nos últimos dois governos, com cortes nos recursos de operação e investimento. No entanto, ao mesmo tempo, pudemos identificar o potencial do metrô, seja em termos de experiência ou estrutura. O que precisamos agora, antes de qualquer discussão, é interromper esse processo de deterioração.”
A ação conjunta entre o Senado, a Câmara Federal e parlamentares pernambucanos resultou, de acordo com o Sindmetro-PE, na garantia de recuperação do Metrô.
As reivindicações dos metroviários envolviam não apenas melhorias nas condições de trabalho e salário, mas também a estabilidade do emprego. Além disso, o sindicato demandava a exclusão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Programa Nacional de Desestatização (PND). Caso a privatização fosse efetivada, a categoria pleiteava a realocação dos funcionários em outros órgãos públicos.

A proposta aprovada pela categoria inclui: Reajuste salarial com base no IPCA de 3,45% para toda a categoria;

Estruturação do piso salarial em 5 níveis, com ajuste de acordo com a faixa salarial;
Garantia de Adicional de Compensação Específico em caso de privatização ou extinção;
Manutenção do Dia do Metroviário;
Redução da jornada de trabalho para pais de filhos com deficiência, sem corte salarial;
Revisão do Plano Específico de Saúde (PES) em até 20 dias.
Adicionalmente, foi introduzida a cláusula do Acordo Especial, assegurando emprego em caso de privatização.
Embora a greve tenha chegado ao fim, a categoria permanece em estado de greve, vigilante quanto às respostas futuras e mantendo-se atenta às garantias conquistadas para a melhoria das condições de trabalho e serviços prestados aos passageiros do Metrô do Recife.
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