Confissão do tenente-coronel Mauro Cid ameaça círculo próximo do ex-presidente devido à proximidade e confiança mantida.
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A disposição do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, em confessar sua participação no caso das joias, está gerando apreensão entre os integrantes do núcleo mais próximo do ex-chefe de Estado. A revelação é percebida como potencialmente explosiva, devido à estreita ligação e confiança que Cid mantinha com Bolsonaro durante seu mandato. A mudança abrupta de postura de Cid, agora disposto a detalhar seu envolvimento no esquema, é atribuída por interlocutores do ex-presidente ao desespero causado pelas revelações da recente operação da Polícia Federal.
Na última sexta-feira (11), a operação policial teve como alvo o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, e suas implicações parecem ter levado Cid a repensar sua postura. Até o momento, pai e filho contavam com aliados no Exército que pressionavam pela revogação da prisão preventiva de Cid. Entretanto, após a ação da PF, tanto o general Lourena Cid quanto o tenente-coronel Cid encontram-se agora isolados no ambiente militar.
Um membro da cúpula militar, que preferiu não se identificar, comentou sobre a mudança de estratégia de Cid: “Ao admitir que estava seguindo ordens, ele diminui consideravelmente sua responsabilidade nos crimes, o que evita que ele e seu pai enfrentem penas mais severas. Se permanecesse em silêncio, seriam os dois a assumirem sozinhos a culpa.”
Além da confissão sobre o caso das joias, outra fonte de inquietação no Exército é a divulgação das movimentações financeiras substanciais de pai e filho em um curto período de tempo. Também chama atenção a operação de venda e recompra no exterior das joias que foram oficialmente presenteadas a Bolsonaro por outros países durante seu mandato.
No âmbito bolsonarista, o grande temor reside na possibilidade de Cid, sentindo-se abandonado, optar por uma confissão mais abrangente. Isso poderia não apenas expor detalhes do caso das joias, mas também revelar informações sobre a falsificação de carteiras de vacinação e alegados atos golpistas. Um parlamentar do Partido Liberal (PL) destacou a gravidade da situação: “O potencial de estrago de Cid é enorme, principalmente por ser alguém em quem Bolsonaro depositava absoluta confiança.”