Tempestade devastadora causa evacuações e danos em várias regiões do país.
Foto: AFP/Arquivo |
As enchentes provocadas pelo poderoso tufão Doksuri continuaram a afetar fazendas e cidades no Nordeste da China neste fim de semana, resultando em uma das piores tempestades dos últimos anos. Na cidade de Shulan, província de Jilin, quase 15 mil moradores foram retirados, enquanto uma pessoa foi confirmada morta e quatro estão desaparecidas, conforme relatado pela mídia estatal. Desde terça-feira (1º), as fortes tempestades têm atingido Shulan, com algumas áreas acumulando 489 milímetros de chuva, cinco vezes mais do que o recorde anterior. Pontes desabaram e estradas foram danificadas em toda a cidade.
Imagens divulgadas pela agência de notícias estatal da China, China News Service, mostraram ruas alagadas cercando fábricas e residências em Shulan, uma cidade com mais de 700 mil habitantes. As chuvas intensas chegaram ao país no final de julho, quando os remanescentes do tufão Doksuri adentraram o interior chinês, atingindo o norte do país e causando grandes inundações.
Em Pequim, neste sábado (5), as autoridades alertaram para a ocorrência de buracos e deslizamentos de terra nos distritos externos de Fangshan e Mentougou.
A bacia do rio Haihe registrou sua pior inundação desde 1963 na última semana.
Funcionários do departamento de recursos hídricos informaram à mídia estatal que as enchentes podem levar até um mês para baixar na província de Hebei. Zhuozhou, localizada a sudoeste de Pequim, é a cidade mais atingida na província, com cerca de 100 mil pessoas evacuadas.
No sábado, as águas atingiram níveis de alerta e continuaram subindo no rio Muling, na província de Heilongjiang, no Nordeste da China, conhecida como o “grande celeiro do norte” do país, de acordo com o escritório provincial de hidrologia.
As inundações são uma preocupação recorrente para a China, pois o rápido desenvolvimento tem levado à expansão das áreas urbanas sobre as planícies suscetíveis a inundações. O clima extremo, intensificado pelo aquecimento global, agrava ainda mais a situação.
Especialistas meteorológicos destacam que o impacto dos tufões é raro no nordeste da China, já que a maioria deles segue para oeste ou noroeste após atingir o território do país.