Mensagens interceptadas sugerem que Procuradoria-Geral da República buscou ajudar dono da empresa Tecnisa
Foto: Agência Brasil |
Uma série de mensagens trocadas entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, veio à tona, levantando suspeitas sobre uma possível tentativa de proteger o empresário de uma investigação. Os diálogos, adquiridos pela Polícia Federal (PF), mostram solicitações de proteção feitas por Nigri a Aras por meio do aplicativo WhatsApp.
A situação envolve uma investigação ligada à disseminação de mensagens antidemocráticas em grupos de empresários no aplicativo.
De acordo com informações do portal de notícias Uol, nas mensagens, Meyer Nigri teria buscado a opinião e ajuda de Augusto Aras, que teria respondido a ele que “se trata de mais um abuso do fulano”, mesmo antes de se manifestar nos autos do processo. A defesa de Nigri argumenta que o empresário apenas buscou a opinião do procurador.
No desenrolar dos acontecimentos, três semanas após a conversa, a Procuradoria-Geral da República teria solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) o encerramento da investigação e a anulação de uma operação de busca e apreensão realizada pela PF. A estratégia, no entanto, não teria surtido efeito, já que o ministro Alexandre de Moraes autorizou a operação contra os empresários suspeitos de propagar mensagens com teor pró-golpe.
O conflito entre Moraes e Aras nesse contexto é atribuído, em grande parte, à proximidade do procurador-geral com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que indicou Aras para a chefia da PGR no final de 2021, como destaca o colunista Aguirre Talento, do UOL.