Rodoviários

Rodoviários bloqueiam Av. Guararapes em protesto a Urbana-PE, no Recife

 Sindicato afirma que os empresários descumpriram o acordo

Rodoviários
Foto: Genivaldo Paparazzi
Na manhã desta quarta-feira (9), a Avenida Guararapes, ponto central da capital, foi cenário de um protesto de rodoviários que estacionaram seus ônibus em manifestação contra a Urbana-PE. O protesto é uma reação a um suposto não cumprimento do acordo estabelecido na última sexta-feira (31/07), que pôs fim a uma greve de seis dias da categoria.
“As empresas fizeram um desconto indevido. No acordo, deveriam ter abonados quatro dos seis dias de greve e fazer a compensação dos outros dias. Eles tinham 90 dias para realizar essa compensação e já recebemos queixas de diversas pessoas recebendo um desconto por horas extras, e não horas trabalhadas, que é o que estava acordado”, afirmou Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários.
Conforme alegação do sindicato dos rodoviários, a questão em pauta envolve descontos salariais referentes aos dias de paralisação, os quais teriam sido acordados no acordo como abonados em quatro dias, enquanto os dois restantes seriam compensados no saldo de horas extras ou adicionais, dentro de um período de 90 dias.
 Em contrapartida, a Urbana-PE, associação que representa as empresas de ônibus, sustenta estar agindo conforme a lei e acusa os rodoviários de espalhar informações equivocadas. “A Urbana-PE informa que as suas associadas estão cumprindo estritamente o que foi estabelecido no acordo coletivo com a categoria dos rodoviários”.
Os protestos, que tiveram início pela manhã, estão programados para se estenderem até as 13h, quando os ônibus serão retirados. O tráfego na área está significativamente congestionado, contando com a presença de equipes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) para gerenciar a situação.
Motoristas em Greve

Greve dos Motoristas de Ônibus Continua e Entra em Terceiro Dia com Cenas de Violência

Categoria aguarda julgamento do dissídio coletivo pelo TRT-6 na próxima segunda-feira (31/7)

Motoristas em Greve
Foto: Reprodução
Os motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife decidiram manter a greve da categoria durante o fim de semana, aguardando o julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), marcado para segunda-feira (31/7) às 9h. A continuidade do movimento, que já está em seu terceiro dia, tem gerado cenas de violência, incluindo prisões e danos a ônibus pela cidade, configurando um dos mais longos períodos de paralisação do transporte público no Grande Recife, com a possibilidade de atingir seis dias de manifestações.
Em assembleia realizada nesta sexta-feira (28/7) pela categoria, foi aprovada a continuidade da greve geral, demonstrando uma adesão forte dos rodoviários ao movimento. Durante o protesto, os motoristas marcharam da sede da entidade, em Santo Amaro, área central do Recife, até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, em busca de soluções para suas reivindicações.
A situação se agravou com a prisão do líder da categoria, Aldo Lima, que foi detido pela Polícia Militar de Pernambuco por bloquear a saída de coletivos em uma garagem de ônibus. Essa ação fortaleceu ainda mais o movimento, reunindo um número maior de motoristas na assembleia do que nas votações anteriores sobre o protesto.
A greve tem afetado consideravelmente a rotina de cerca de 1,8 milhão de passageiros diários da região, que enfrentam dificuldades na locomoção. Apesar da determinação da Justiça de garantir a circulação de 60% da frota nos horários de pico da manhã e noite, e de 40% nos demais horários, a adesão dos motoristas tem desrespeitado essas determinações, intensificando o impacto do movimento.
Diante desse cenário de impasse, a expectativa fica agora para o julgamento do dissídio coletivo na próxima segunda-feira. A decisão do TRT-6 será crucial para definir os rumos da greve e as possíveis medidas para solucionar as questões que motivaram o protesto dos motoristas de ônibus no Grande Recife.

Rodoviários e metroviários ameaçam greve na Região Metropolitana do Recife

Metroviários exigem que o governo federal desista de privatizar o Metrô do Recife. E rodoviários querem aumento real de 10%, além de outras reivindicações.

Foto: Felipe Ribeiro/JC
Começaram as ameaças de paralisação de motoristas de ônibus e metroviários na Região Metropolitana do Recife. Por isso, a população já deve ir se preparando para os transtornos. No caso dos rodoviários, a movimentação acontece sempre nessa época do ano devido às negociações salariais da categoria. Já os funcionários do Metrô do Recife lutam pela retirada do sistema do programa de privatizações do governo federal.
Este ano, o clima entre rodoviários e empresários de ônibus está mais tenso, vale ressaltar. Uma primeira rodada de negociações aconteceu nesta terça-feira (4/7), entre o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), mas sem avanços.
Segundo os rodoviários, a Urbana-PE sequer apresentou uma contraproposta à pauta de reivindicações entregue há mais de um mês. Uma nova reunião está marcada para o dia 18/7 e, nas redes sociais, os rodoviários demonstram irritação e prometem paralisações. “Tiveram tempo de ler, estudar, se reunir, apresentar uma contraproposta e nada”, avalia o sindicato.
O Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) transporta, atualmente, 1,8 milhão de passageiros diariamente, com uma frota de 2.700 ônibus, que operam 395 linhas e realiza 25 mil viagens por dia.
Um sistema que fatura, por ano, R$ 1,3 bilhão, dos quais R$ 1,1 bilhão vêm da tarifa paga pelo passageiro. R$ 250 milhões é o subsídio anual do Estado.
Os rodoviários querem aumento real de 10%, além da inflação, piso salarial para os setores administrativo e de manutenção, aumento do vale-refeição para R$ 600 e da cesta básica para R$ 400, entre outras reivindicações.
Já os metroviários estão ameaçando entrar em greve de fato, entre outras razões, como pressão para forçar o governo federal a retirar a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Plano Nacional de Desestatização (PND).
Já se vão mais de seis meses de gestão do presidente Lula e nenhuma mobilização consegue garantir a retirada nem recursos para reestruturar o Metrô do Recife, que sofre com déficit anual apenas de custeio de R$ 300 milhões. Além de precisar de, ao menos, R$ 2 bilhões (segundo a Superintendência da CBTU no Recife) e R$ 3,8 bilhões segundo os estudos feitos pelo BNDES para a privatização.
Segundo o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (SindMetro), a categoria aprovou a prorrogação do Estado de Greve – que se arrasta há dois meses – e uma nova assembleia no dia 12/7 para, então, votar a deflagração da greve.
“Os metroviários e metroviárias de Pernambuco decidiram na noite desta terça (4), pela manutenção do Estado de Greve, com o indicativo de deflagração da greve no próximo dia 12 de julho, caso a empresa não atenda as reivindicações dos trabalhadores/as. Será reaberto o diálogo com a CBTU e o sindicato com negociações na segunda (10) e terça (11)”.

Jornal do Comercio