Importunação Sexual

Denúncia de assédio por professor em Escola de Pernambuco choca comunidade

Pais relatam casos de importunação sexual envolvendo 14 crianças.

Importunação Sexual
Foto: Reprodução/Google Street View
Pais de estudantes matriculadas na Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio Jesuíno Antônio D’Ávila, localizada no bairro João de Deus, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, estão abalados com as denúncias de assédio sexual supostamente cometidas por um professor de educação física de 52 anos. O docente foi detido na segunda-feira (25) após os familiares das vítimas denunciarem os incidentes à Delegacia da Mulher, mas foi liberado no mesmo dia após uma audiência de custódia. De acordo com as acusações, 14 crianças teriam sido assediadas.
O relato dos pais é angustiante. Um dos padrastos de uma das vítimas, uma menina de 11 anos, compartilhou: “Minha enteada falou para minha esposa que o professor passou as mãos nas costas dela, passou as mãos nos braços, com carícias suaves e falou que ela já tinha idade para namorar porque ela é muito bonitinha.”
A mãe de outra vítima, também de 11 anos, afirmou que o professor teria alisado sua filha, passando a mão na cintura e no ombro. Ela acrescentou: “Ela explicou e falou para mim também, pessoalmente, que o professor puxou ela pela cintura na quadra, deu um aconchego nela na cintura, passou a mão no ombro dela, ficou alisando o cabelo dela, dizendo que ela era muito bonita, passando a mão no rosto dela e disse que ela não aparentava ter 11 anos, que ela era grande. Aí foi na hora que a outra aluna chegou. Quando a outra aluna chegou, ele empurrou ela e foi abraçar a outra aluna.”
Segundo relatos de outra mãe, o professor teria passado a mão nas partes íntimas da criança após ela receber uma bolada na barriga. A mãe dessa vítima descreveu o momento de horror: “Minha filha relatou para mim que recebeu uma bolada na barriga e ele arribou minha farda e ficou acariciando minha barriga e mandou as outras alunas irem buscar gelo. Quando as meninas saíram, ele botou a mão dele em minhas partes íntimas. Eu fiquei parada, em choque porque eu não sabia o que fazer, eu comecei a chorar.”
A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE) emitiu uma nota informando que a gestão da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio Jesuíno Antônio D’Ávila está acompanhando o caso e que as estudantes e a gestora da escola prestaram depoimento à polícia na segunda-feira. Além disso, a Gerência Regional de Educação (GRE) Sertão do Médio São Francisco enviou um analista de direito e uma psicóloga para ouvir as estudantes e a gestão da escola no dia seguinte.
A SEE reiterou seu repúdio a qualquer tipo de atitude que configure crime e afirmou que está à disposição da Polícia Civil para contribuir com as investigações, enfatizando seu compromisso com o bem-estar da comunidade escolar. A comunidade local aguarda ansiosamente por resultados concretos dessa investigação e ações efetivas para garantir a segurança das crianças na escola.
Teletrabalho

Formação de professores é entrave ao uso de tecnologia em sala de aula

Estudo mostra ensino de C&T na educação básica brasileira

Teletrabalho
Foto: Marcelo Camargo
Estudo do British Council – organização internacional do Reino Unido para relações culturais e oportunidades educacionais – mostra que a formação docente é um dos mais graves empecilhos ao uso de tecnologia em laboratórios ou em sala de aula. Paralelamente a essa questão, as escolas brasileiras enfrentam problemas de infraestrutura.
Os dados constam do estudo O ensino de ciências da natureza e suas tecnologias na educação básica brasileira – um panorama entre os anos de 2010 e 2020, feito em parceria com a Fundação Carlos Chagas e lançado nesta quarta-feira (12). A pesquisa bibliográfica e documental tem o objetivo de inventariar e descrever aspectos fundamentais para o desenvolvimento da educação STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática, na sigla em inglês).
Segundo o levantamento, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb) traz em seu site uma autoavaliação feita por mais de 100 mil professores brasileiros de educação básica, mostrando que não se sentem aptos a utilizar a tecnologia para nada além daquilo que fazem em sua vida pessoal.
“Há outro entrave de formação a ser superado o quanto antes: a maioria dos professores diz que não sabe utilizar a tecnologia para o seu próprio desenvolvimento profissional, ou seja, para fazer cursos online ou autoavaliação online. É uma competência a ser desenvolvida para que as ações de gestão deem mais resultados”, diz a pesquisa.
Em relação à infraestrutura, dois tipos principais de carências atrapalham as escolas: a baixa conectividade, desafio de porte para um país com a extensão territorial do Brasil, e a dificuldade de acesso a computadores, tablets e outros suportes. “Para se ter uma ideia, os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm uma média de cinco alunos por computador, enquanto no Brasil esse número sobe para 35 ou mais”, aponta o documento.
A pesquisa destaca que uma “questão crucial para o bom ensino de ciências é a formação continuada, que deveria complementar e atualizar conceitos num mundo sempre em mutação, com novas descobertas”.
“A forma de ensinar ciências tem mudado com celeridade, e o British Council busca compartilhar boas práticas do Reino Unido em ensino de STEM, incentivando trocas e parcerias com o Brasil”, disse, em nota, a diretora de Engajamento Cultural do British Council Brasil, Diana Daste. “Essa pesquisa tem o papel de fomentar reflexões e conversas que possam contribuir com os profissionais e pesquisadores no diálogo sobre as políticas públicas para ensino de ciências e tecnologia.”

Tecnologia e ciências

Segundo o levantamento, a computação pode colaborar fortemente com o aprendizado em outras áreas, como ciências da natureza. Além disso, é área estratégica para a sociedade contemporânea e uma das mais atrativas do mercado de trabalho.
No entanto, o estudo mostra que essa realidade ainda não foi transposta, como poderia, para o universo da educação. A pesquisa indica variação levemente declinante no número de matrículas para licenciaturas de ciências da computação entre 2015 e 2019. Pelos dados do Censo da Educação Superior, as maiores quedas se deram nas universidades estaduais e privadas, com decréscimo de 14,5% e 21,9% respectivamente, enquanto as federais tiveram crescimento de 104,8%.
De acordo com a análise, a explicação para esse quadro envolve algumas variantes, como a baixa atratividade financeira para a carreira docente. Existe, porém, a expectativa de que a implementação da Política Nacional de Educação Digital, aprovada em dezembro de 2022 e sancionada em janeiro de 2023, torne mais atrativa a carreira docente na área de ciências e tecnologia. O PL 4.513/2020 estabelece ações para ampliar o acesso à tecnologia em cinco frentes: inclusão digital, educação digital, capacitação, especialização digital e pesquisa digital.
Outro dado que chama a atenção é o aumento da presença do Ensino a Distância (EAD). Entre as licenciaturas selecionadas para o estudo, entre 2010 e 2019, os maiores crescimentos na EAD foram nas áreas de matemática (46,5%) e computação (46%).
As autoras da pesquisa levantam a possibilidade de a mobilização para abertura de cursos na área de matemática, além de necessária pela importância da disciplina e pela demanda por esse profissional, ser mais simples em termos de infraestrutura para as instituições de ensino superior. “Afinal, esse crescimento não foi acompanhado por disciplinas que, idealmente, demandam a montagem de laboratórios, como física, química e biologia, que exigem maior aporte financeiro para sua oferta”.

Modernização do ensino

A necessidade da modernização do ensino de ciências no país é um dado recorrente na pesquisa. Os pontos de atenção levantados incluem, por exemplo, o acesso reduzido a materiais de laboratório e os desafios enfrentados pelos docentes no processo de inserção e desenvolvimento do letramento científico na rotina da escola básica.
Outro cenário apontado é a necessidade de ambiente propício para a ampliação do currículo de ciências e tecnologias com assuntos interdisciplinares, que envolvam temas como gênero e raça.
Entre as recomendações que o estudo propõe, destaca-se como fundamental a ampliação da formação continuada e troca de experiências docentes.
Agência Brasil
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MEC divulga nova tabela para salário educação

Portaria foi publicada no DOU desta quinta-feira

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Foto: Divulgação

O Ministério da Educação (MEC) oficializou a nova tabela com os cálculos que servirão de parâmetro para a distribuição dos recursos das cotas estadual e municipal do salário educação, recurso distribuído pelo governo federal às unidades federativas e municípios, para financiamento de ações, programas e projetos educacionais.

Segundo o MEC, o salário educação não pode ser usado para pagar pessoal, “por expressa previsão legal”. No entanto, pode ser utilizado em “outras ações de manutenção e desenvolvimento do ensino”.
A portaria que descreve o cálculo foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (9) pelo Ministério da Educação. Ela apresenta, em anexo, uma tabela na qual detalha a quantidade de alunos matriculados no ensino público, bem como os coeficientes de distribuição e a estimativa anual de repasse do salário educação para 2023.
De acordo com a portaria, o valor das cotas estadual e municipal “corresponde a dois terços de 90% da arrecadação líquida apurada no âmbito de cada unidade da Federação”.
A portaria acrescenta que a estimativa anual de repasse poderá sofrer alteração “em razão do comportamento da arrecadação realizada em cada unidade da Federação ao longo do exercício de 2023 e de eventuais alterações que vierem a ocorrer nos dados do Censo Escolar da educação básica do ano de 2022”.

Agência Brasil