Agricultura familiar

Governo Federal lança Plano Safra da Agricultura Familiar na Amazônia durante os Diálogos Amazônicos

Medidas visam fortalecer a produção familiar e impulsionar o desenvolvimento sustentável na região.

Agricultura familiar
Foto: Elza Fiúza/ABR
O governo federal lançou neste sábado o Plano Safra da Agricultura Familiar na Amazônia, em cerimônia realizada durante os Diálogos Amazônicos. O plano, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, visa atender às demandas específicas da região, incorporando ações de investimentos e financiamentos com juros reduzidos para a produção familiar.
O lançamento, transmitido online pelo Canal Gov, foi bem recebido pelo movimento social e recebeu elogios de lideranças presentes na cerimônia. Cleidiane Vieira, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), classificou o Plano Safra como uma conquista e destacou a importância de sua implementação abranger todas as populações do campo.
As medidas do Plano Safra são direcionadas ao Norte e Nordeste e buscam fomentar as vocações regionais. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, enfatizou o apoio às cooperativas e o financiamento para agregar valor à produção familiar, especialmente para produtos como açaí, café, maracujá e laranja. Além disso, o governo visa fornecer acesso a água, energia solar e internet nas áreas rurais.
Uma das principais novidades do Plano Safra é o aumento do crédito rural. Serão destinados R$ 71,6 bilhões para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), um aumento de 34% em relação à safra anterior. As taxas de juros também foram reduzidas, passando de 5% para 4% ao ano para produtores de alimentos básicos, como arroz, feijão, mandioca, tomate, leite e ovos. Para os agricultores familiares que optarem pela produção sustentável de alimentos saudáveis, como orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia, as taxas serão ainda menores, 3% ao ano para o custeio e 4% para o investimento.
Fernanda Machiaveli, secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, ressaltou o esforço do governo em fornecer incentivos à agricultura familiar, apesar da alta taxa de juros básica (Selic) no país. A Selic, definida pelo Banco Central, tem sido criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros representantes do governo. Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa para 13,25% ao ano.
Outra mudança significativa é a ampliação do microcrédito produtivo, elevando a renda familiar máxima para classificação do agricultor de baixa renda de R$ 23 mil para R$ 40 mil.
O Plano Safra também incentiva a produção sustentável de alimentos saudáveis, apoia a aquisição de máquinas agrícolas e aumenta o acesso ao microcrédito produtivo para agricultores familiares das regiões Norte e Nordeste. Além disso, são destinados mais recursos para as mulheres do campo.
Os Diálogos Amazônicos, realizados em Belém, antecedem a Cúpula da Amazônia e têm como objetivo produzir propostas da sociedade civil para serem apresentadas aos presidentes dos países amazônicos participantes da cúpula. O lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar na Amazônia durante esse evento representa um passo significativo para o fortalecimento do desenvolvimento sustentável e a valorização da produção familiar na região amazônica.

Banco do Brasil vai ofertar R$ 240 bilhões no Plano Safra

  Valor recorde é 27% maior que o da safra anterior

Foto: Ricardo Stuckert

 O Banco do Brasil (BB) anunciou, nesta sexta-feira (30), que destinará R$ 240 bilhões para o financiamento do Plano Safra 2023/2024, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira (27).O valor a ser desembolsado (R$ 240 bilhões) é 27% maior que os R$ 188 bilhões disponibilizados na safra anterior (2022/2023), que se encerra neste 30 de junho.

O BB é considerado como a instituição financeira que mais financia o agronegócio brasileiro. Durante lançamento do Plano Safra 2023/24, a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, informou que os produtores agropecuários podem encaminhar as propostas para conseguir crédito rural, a partir de segunda-feira (3).

“O Banco do Brasil é o grande parceiro do agronegócio e da agricultura familiar. Já na segunda-feira, podem nos procurar. Estaremos de portas abertas [das agências bancárias] já aguardando para colher as propostas. E dinheiro não vai faltar”, garantiu Tarciana Medeiros.

O vice-presidente de Agronegócios da instituição, Luiz Gustavo Lage, reforçou que este volume de recursos financeiros anunciado é o maior já disponibilizado pela instituição para um plano safra. Luiz Gustavo detalhou os segmentos beneficiados. Para o financiamento de pequenos e médios produtores, serão destinados R$ 48 bilhões. A agricultura empresarial contará com R$ 139 bilhões. E a chamada cadeia de valor do agronegócio terá R$ 53 bilhões. Este último segmento é formado por empresas desde o fornecimento de insumos aos produtores, como aquelas que processam os produtos para o consumidor final, e os distribuidores que abastecem os varejos e atacados com os produtos do agronegócio.

O vice-presidente do BB explicou, que os mesmos R$ 240 bilhões estarão aplicados nas seguintes finalidades: R$ 121 bilhões, para linhas de custeio; R$ 42 bilhões, para operações de investimentos; outros R$ 24 bilhões serão direcionados para operações de comercialização e industrialização no campo. E o restante, 53 bilhões, para outros créditos, como títulos do agronegócio e capital de giro.

No evento realizado em Brasília, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comunicou a ampliação dos investimentos das linhas de crédito bancárias para a construção de armazéns nas fazendas em aproximadamente 80%, com taxas de juros de 7% ao ano. Os demais contarão com 60% de incremento nos recursos, a juros de 10,5% anuais.

“Vemos, hoje, um grande déficit de armazenagem no Brasil. Na medida em que a safra é recorde, tem que ter mais armazéns para guardar [os grãos], para dar tranquilidade e prazo para que essa comercialização aconteça e, então, para que o produtor seja mais competitivo”, explicou.

O ministro Carlos Fávaro declarou, ainda, que os produtores rurais que adotarem boas práticas de sustentabilidade ambiental no campo terão, dentro do novo plano safra, desconto nos juros dos financiamentos de bancos ou instituições financeiras. “Meio porcento de juros a menos àqueles produtores que já tem Cadastro Ambiental Rural validado e sem passivo ambiental. É uma grande evolução, pelo aspecto de incentivar que outros [produtores] e, também, o Estado se aperfeiçoem e venham fazer o cadastro ambiental ser mais rápido e, assim todos terão este grau de sustentabilidade”.

“O grande cerne do plano safra é mostrar para o mundo que os produtores brasileiros têm alta tecnologia, grande produtividade, mas, respeitando o meio ambiente”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, defendeu a produção de alimentos para garantir a segurança alimentar dos brasileiros.

“Perdemos espaço para produção de alimentos como o arroz, feijão, mandioca, legumes, verduras e frutas que vão à mesa do povo brasileiro. Nós temos o desafio de alimentar melhor o povo brasileiro, tirá-lo da insegurança alimentar grave para se alimentar bem; e a outra metade, se alimentar ainda melhor”, planeja o ministro Paulo Teixeira.

O ministro destacou que no Plano Safra destinado à Agricultura Familiar, lançado na quarta-feira (28) está prevista a redução da taxa de juros, de 6% para 4% ao ano, para três modalidades de tomadores de crédito. Para quem produzir alimentos essenciais à nutrição das famílias brasileiras; aos agricultores familiares que optarem pela produção sustentável de alimentos saudáveis, com foco em orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia ou agroecologia, e às mulheres rurais.

O ministro Paulo Teixeira reforçou que o governo quer financiar máquinas agrícolas menores adaptadas às pequenas propriedades “para diminuir o sofrimento, a penosidade do trabalho, para garantir mais produtividade e segurar o jovem na propriedade familiar para fazer a sucessão”, apontou o ministro.

Ag Brasil

Presidente anunciou Plano Safra 2023/2024 de R$ 364 bilhões

 

Lula diz que equipe de governo não é clube ou grupo de amigos 

Foto: Cristiano Mariz 

O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (27) que
sua equipe não configura um clube ou um grupo de amigos. “Nós não somos
um grupo de amigos. Somos um governo com gente de partido diferente, de
ideologia diferente, de história diferente, que tem uma única coisa que
unifica a todos nós, provar a nós mesmos e ao povo brasileiro que esse
país pode ser do tamanho que a gente queira. Ou ele pode ser pequeno, se
a gente pensar pequeno”.

Ao participar da cerimônia de anúncio do
Plano Safra 2023/2024, no valor de R$ 364 bilhões, Lula disse estar
certo de que, a cada ano, fará planos melhores que os anteriores. “É o
primeiro Plano Safra do nosso governo. Não tenho medo de dizer que,
todos os anos, a gente vai fazer planos melhores que no ano anterior.
Estou convencido disso”, disse o presidente.

“Se enganam aqueles que pensam que o governo
pensa ideologicamente quando vai tratar de um Plano Safra. Se enganam
aqueles que pensam que o governo vai fazer mais ou menos porque tem
problemas ou não com o agronegócio brasileiro. A cabeça de um governo
responsável não age assim. A cabeça de um governo responsável não tem a
pequenez de ficar insultando e insuflando o ódio entre as pessoas. Esse
país só vai dar certo se todo mundo ganhar”, afirmou.

Em sua fala, Lula disse ainda que o país
está deixando os interesses pessoais por interesses coletivos. “Aqui não
tem nenhuma criança. Todo mundo aqui é adulto e sabe o que aconteceu
nesse país. Esse país não tem aptidão para autoritarismo. Esse país não
tem aptidão para voltar a ter ditadura”, destacou. “Quem quiser
implantar ditadura vá para outro lugar. Neste país, a gente aprendeu a
gostar de democracia. E democracia é a convivência na diversidade”,
acrescentou.

“Aqui, ninguém é obrigado a gostar de
ninguém. Nós somos obrigados a nos respeitar. Nós somos obrigados a nos
tratar da forma mais civilizada”, afirmou.