Cohab, Cabo de Santo Agostinho

Moradores do bairro da Cohab no Cabo reclamam de novos problemas após obra da Compesa

Menos de um mês após a finalização da obra, esgoto a céu aberto e bueiro perigoso causam transtornos no local.

Cohab, Cabo de Santo Agostinho
Foto: Reprodução/ Instagram


Moradores do bairro da Cohab, localizado no Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, estão expressando sua insatisfação com os recentes problemas que ressurgiram na região, menos de um mês após a conclusão de uma obra realizada pela companhia pernambucana de saneamento (Compesa). Os residentes estão enfrentando dois novos problemas, ambos localizados nas proximidades da Pizzaria Passira, que têm gerado incômodo e preocupação na comunidade.
O primeiro problema é um novo vazamento de esgoto que está se acumulando nas ruas do bairro, causando mau cheiro e colocando em risco a saúde pública. Os moradores relatam que o vazamento está se espalhando rapidamente, afetando a qualidade de vida e a segurança de todos que transitam na área.
O segundo problema, ainda mais grave, é a abertura de um bueiro no meio da via, representando um perigo iminente para os motoristas e pedestres que utilizam a rua. Este bueiro aberto coloca em risco a integridade física de todos que trafegam pelo local, especialmente durante a noite, quando a visibilidade é reduzida.
É importante ressaltar que esta não é a primeira vez que a Cohab enfrenta problemas relacionados à infraestrutura de saneamento básico. A Compesa concluiu uma obra no mesmo local há apenas alguns meses, após meses de trabalho e prometendo resolver de vez os problemas. No entanto, as reclamações dos moradores indicam que os problemas retornaram em curto prazo, levantando questionamentos sobre a qualidade do trabalho realizado e a eficácia das medidas adotadas pela companhia.
Os moradores estão buscando respostas da Compesa e das autoridades locais sobre as medidas que serão tomadas para solucionar esses problemas de forma definitiva. Além disso, eles exigem um posicionamento sobre a segurança das obras realizadas, a fim de evitar novos transtornos no futuro.

Moradores do Conjunto Beira-Mar relatam aflição entre mudanças e futuro incerto

Moradores iniciaram as mudanças na segunda-feira (10), após vistorias da Defesa Civil e a interdição dos prédios

Foto: Renato Ramos/JC Imagem

Um caminhão enviado pela Prefeitura de Paulista parou em frente à entrada do Bloco D-10 do Conjunto Habitacional Beira-Mar, no município de Paulista, na manhã da segunda-feira (10). Três dias após o desabamento de um prédio, o veículo retirava móveis e objetos que preenchiam o apartamento de Neide da Cruz há nove anos.
A moradora, de 72 anos, ajudava o motorista do veículo a reconhecer os seus pertences, que estavam misturados com os brinquedos das duas netas, de cinco e dez anos. Em meio à mudança, Neide relembrava o momento em que viu o prédio, localizado ao lado esquerdo do seu bloco, desabar.
“Eu vi da minha janela o momento em que o prédio caiu. Imaginei que poderia ser o meu. Ouvi a gritaria das pessoas e tudo isso me deixou muito nervosa, acordei minhas netas, tirei todo mundo de dentro de casa e fui acordar as pessoas do prédio”, lembra.
O sentimento de aflição ainda acompanha Neide. Com a queda do imóvel, o medo tomou conta da residente, que dormia com as netas horas antes. A aposentada não teve dúvidas. Saiu do imóvel com as crianças e foi em busca de abrigo na casa de uma sobrinha.
“Eram seis da manhã quando eu acordei e vi o prédio desabando. Até hoje eu estou abalada e muito nervosa. Já à noite eu nem dormi em casa mais, fui para a casa da minha sobrinha”, explica.
Nas horas seguintes à tragédia – que vitimou 14 pessoas e feriu outras sete -, Neide fala sobre a tristeza ao lembrar que parte das vítimas eram crianças, algumas delas com idade próxima à idade das netas.
“Desde sexta-feira que estamos nessa angústia. Foi muito triste porque eu tenho duas netas e ter visto crianças morrendo, da idade das minhas netas, é muito triste. Muitas vidas precisaram ser ceifadas para que tomassem providências”, confessa.
A saída do apartamento que comprou, há quase uma década, aflige a moradora devido à indefinição sobre as medidas que serão tomadas em relação aos proprietários. Neide espera um auxílio que possa ajudar a pagar, ao menos, um aluguel.
No domingo foi quando eles [Defesa Civil] interditaram o prédio. Eles disseram que o meu apartamento está muito úmido. Esse apartamento eu comprei, então eu preciso de uma definição, um auxílio financeiro. Eu não tenho onde morar. Estou deixando os móveis na casa da minha sobrinha, de forma temporária, até que eu arrume um novo lugar para morar”, afirma.

Moradores realizam cadastro e aguardam auxílio

Após a interdição de sete prédios do Conjunto Beira-Mar, um mutirão de cadastramento dos moradores passou a ser realizado em uma igreja próxima ao local do desabamento. A ação é da Prefeitura de Paulista.
Sônia da Silva, de 58 anos, chegou ao local indicado pela gestão municipal por volta das 9h. A cuidadora de idosos residia no bloco D-8 e conseguiu retirar a documentação e alguns móveis do local.
“Consegui retirar parte das coisas às pressas, mas ainda deixei geladeira e fogão. Meu apartamento tinha sido reformado recentemente, estava todo bonitinho. Na manhã da tragédia, que foi no bloco D-7, meu filho me ligou desesperado pedindo para eu sair urgente. Não queria nem que eu pegasse os meus documentos. Agora eu espero que sejam tomadas providências”, declara.
De acordo com a secretária de Políticas Sociais e Direitos Humanos, Kelly Tavares, a Prefeitura de Paulista iniciou o cadastramentos das pessoas que precisaram desocupar os imóveis após a interdição da Defesa Civil.
“O primeiro benefício que foi encaminhado, infelizmente, foi o benefício de auxílio funerário. Agora, começamos o cadastramento geral dessas famílias, para que a gente possa identificar cada caso. Tem caso de moradores, caso de pessoas que ocuparam o apartamento. Cada caso tem um perfil social diferente. Estamos concedendo o benefício eventual de auxílio moradia, doação de cestas básicas, mas serão casos analisados a partir do cadastramento”, garantiu.

Aumenta número de prédios residenciais interditados em Paulista

Aumentou para sete o número de prédios interditados em Paulista, que apresentam risco de desabamento. A ação aconteceu após uma nova vistoria realizada pela Defesa Civil do município. A informação divulgada pelo órgão na manhã desta segunda-feira (10).
“Vimos que essas edificações estão com um risco 3, que é crítico. Ou seja, não tem condições de permanecer no imóvel. Estamos desocupando, colocando as interdições e pedindo para que as pessoas saiam. Todas as edificações que forem de risco 3 serão desocupadas”, afirmou o engenheiro da Defesa Civil de Paulista, Ermerson Suame.
Após o desabamento de um prédio que fazia parte do Conjunto Habitacional Beira-Mar, na sexta-feira (7) – e culminou na morte de 14 pessoas -, a Defesa Civil havia interditado três edificações que faziam parte do habitacional. No sábado (8), outros três prédios foram desocupados e interditados.
“Essa foi uma edificação construída há 35 anos, sem manutenção. Tudo isso compromete a vida útil do prédio. A vistoria da Defesa Civil acontece de forma visual. Entramos em alguns apartamentos, vemos a questão da estrutura, alvenaria, como está a fissura, desgaste da fachada. Tudo isso contribui para que a estrutura venha a colapsar”, explicou Ermerson.

Jornal do Comercio