Juros

Juros de crédito: taxas médias alcançam 44,3% ao ano em julho, revela Banco Central

Dados indicam redução leve de 0,3 ponto percentual em comparação com junho

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Foto: Reprodução
O Banco Central divulgou, nesta segunda-feira (28), informações sobre as taxas de juros nas operações de crédito, revelando que em julho os juros atingiram a marca de 44,3% ao ano. A análise detalhada aponta que esse valor é resultante de uma taxa de juros de 23,3% para operações com empresas e 58,5% para pessoas físicas.

Ao comparar com o mês anterior, junho, foi registrada uma redução marginal de 0,3 ponto percentual, passando de 44,6% para 44,3%. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa média apresentou um aumento de 3,9 pontos percentuais.
No cenário das principais linhas de crédito livre voltadas para pessoas físicas, merece destaque a taxa de juros do cheque especial. Entre junho e julho, houve uma queda de 134,5% ao ano para 132,5% ao ano. Já no crédito pessoal, a taxa passou de 42,7% para 42,6% ao ano.
Desde o ano de 2018, os bancos vêm oferecendo opções de parcelamento para dívidas acumuladas no cheque especial, sendo essa alternativa aplicável a débitos acima de R$ 200. A partir de janeiro de 2020, o Banco Central implementou um limite máximo de juros para o cheque especial, fixando-os em 8% ao mês (equivalente a 151,82% ao ano).
Entretanto, a taxa média de juros para pessoas físicas, que alcançou 58,5%, refletiu um aumento de 5,1 pontos percentuais em relação a julho de 2022. Em contrapartida, houve uma queda de 0,6 ponto percentual comparado ao mês de junho. O Banco Central justifica essa diminuição com a “alteração na composição das carteiras de crédito,” referindo-se ao total de saldos de dívidas provenientes de empréstimos e financiamentos concedidos pelos bancos.

Campos Neto apontou que o grande problema do endividamento do brasileiro é o cartão de crédito15/02/2023

Presidente do Banco Central Propõe Medidas para Reduzir Juros e Inadimplência nos Cartões de Crédito

Alta taxa de juros do crédito rotativo é o grande vilão do endividamento do brasileiro.

Campos Neto apontou que o grande problema do endividamento do brasileiro é o cartão de crédito15/02/2023
Foto: REUTERS/Adriano Machado
Em uma audiência pública realizada no Senado nesta quinta-feira (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou propostas contundentes para enfrentar a preocupante taxa de juros do crédito rotativo e o crescente problema da inadimplência nos cartões de crédito. O cenário atual evidencia uma taxa de juros estratosférica de 437,3% ao ano no crédito rotativo, um número que levou as autoridades monetárias a buscar soluções drásticas para reverter a situação.
Campos Neto expôs que uma das medidas em estudo é a extinção do crédito rotativo em sua forma atual, que permite que os consumidores paguem apenas o valor mínimo da fatura, resultando em juros exorbitantes sobre o saldo remanescente. A proposta em discussão visa encaminhar diretamente os devedores para um parcelamento de dívida mais estruturado, com taxas de juros mais razoáveis, em torno de 9% ao mês, uma redução significativa em relação à média atual de 15%.
Segundo o presidente do Banco Central, o grande vilão por trás do endividamento excessivo dos brasileiros é o cartão de crédito. Ele argumenta que essa situação é uma consequência do parcelamento sem juros, que, embora tenha impulsionado o comércio, também ampliou consideravelmente a inadimplência. Campos Neto destacou a rápida expansão do uso de cartões de crédito, passando de pouco mais de cem milhões para 215 milhões em apenas dois anos e meio, o que resultou em uma inadimplência alarmante de 52%.
A proporção das compras realizadas por meio de cartões de crédito atingiu 40% do total no Brasil, indicando a centralidade desse meio de pagamento na economia. O presidente do BC chegou a mencionar a possibilidade de estabelecer um limite nos juros dos cartões, mas também alertou para os possíveis impactos negativos no consumo e na disponibilidade de crédito para consumidores considerados de alto risco.
Para incentivar um comportamento financeiro mais responsável, Roberto Campos Neto sugeriu a criação de tarifas que desestimulem parcelamentos longos e irresponsáveis. Ele enfatizou que tal medida não tem a intenção de proibir, mas sim de fomentar a disciplina financeira entre os consumidores, preservando o consumo sustentável.
O presidente do Banco Central assegurou que uma solução concreta para essa questão será apresentada em até 90 dias, após construtivo diálogo com representantes legislativos. O deputado Elmar Nascimento, autor do projeto de lei do programa de renegociação de dívidas “Desenrola”, e o deputado Alencar Santana, relator da PL, estão colaborando nesse processo.
O Ministério da Fazenda também está empenhado em buscar soluções para os elevados juros no crédito rotativo dos cartões de crédito. O ministro Fernando Haddad afirmou que a taxa de juros deverá cair consideravelmente, embora possa permanecer alta durante um período de transição.
O deputado Alencar Santana, confirmou que o projeto de lei que receberá a medida provisória do Desenrola Brasil abordará igualmente a questão dos juros no crédito rotativo dos cartões. O parlamentar destacou que tem ouvido as perspectivas do governo, das instituições financeiras e do setor varejista para moldar uma abordagem abrangente e eficaz.
Nesse contexto, a sociedade brasileira observa com atenção as movimentações das autoridades monetárias e legislativas para encontrar uma solução equilibrada que promova a redução dos juros abusivos, combata a inadimplência e encoraje uma cultura financeira mais consciente entre os cidadãos.

Protesto em frente ao Banco Central cobra redução da taxa de juros

 Centrais sindicais se manifestam na Avenida Paulista pedindo alterações na Selic

Protestos na Avenida Paulista – Foto:Jaélcio Santana

Centrais sindicais realizaram um protesto nesta terça-feira (20) em frente ao prédio do Banco Central (BC), localizado na Avenida Paulista, região central de São Paulo. O objetivo do ato foi pressionar por mudanças na taxa básica de juros, conhecida como Selic. Manifestantes ergueram bandeiras e utilizaram um carro de som, ocupando a calçada em frente ao edifício. Um cordão de policiais militares impediu a aproximação dos participantes da entrada do prédio.

De acordo com informações do secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, a taxa básica de juros atual, que está em 13,75% ao ano, prejudica a oferta de empregos, uma vez que os incentivos no mercado financeiro se tornam mais atrativos do que na produção. Ele ressalta que isso afeta o trabalhador em dois aspectos: no emprego, pois a alta taxa de juros desestimula investimentos na produção, resultando em desemprego, e no poder de compra, já que o crédito mais caro diminui a capacidade de consumo da população.

O sindicalista argumenta que é necessário encontrar um equilíbrio entre a manutenção da atividade econômica e o controle rigoroso da inflação. Ele destaca que uma política excessivamente rígida no combate à inflação pode levar o país à recessão. Por isso, é fundamental que os técnicos compreendam a conjuntura atual do país.

Em Brasília, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) iniciou hoje a quarta reunião do ano para definir a Selic. Com base na ata da última reunião, realizada em maio, a expectativa é de que não ocorram cortes na taxa de juros. A decisão será anunciada amanhã, ao final do dia.

Caixa Econômica

Caixa reduzirá juros para 2,1 milhões de micro e pequenas empresas

Queda das taxas pode chegar a 33% em algumas linhas de crédito

Caixa Econômica
Imagem: Itaci Batista/Estadão Conteúdo

A Caixa Econômica Federal pretende reduzir juros para cerca de 2,1 milhões de micro e pequenas empresas (MPEs). A presidente do banco, Rita Serrano, fez o anúncio durante evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo nesta terça-feira (11).
A redução será possível por causa de um acordo firmado com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Segundo a Caixa, os juros poderão cair até 33% em algumas linhas de crédito.
“A Caixa está voltando a atuar fortemente nos programas do governo, no Minha Casa Minha Vida, [no] Bolsa Família. Toda a função da Caixa no gerenciamento de programas sociais está retornando e, junto com isso, o olhar para o desenvolvimento do país, voltado para o setor produtivo. Precisamos de crédito para produzir”, disse Rita Serrano.
Empresas associadas ao convênio poderão contratar linha de capital de giro com taxas a partir de 1,21% ao mês. A compra de máquinas e equipamentos poderá ser financiada com taxas a partir de 1,34% ao mês.
Os clientes associados também terão taxas reduzidas na contratação do GiroCaixa Fampe, com juros a partir de 1,87% ao mês. Sem destinação específica e sem garantia, o empréstimo é destinado a microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte, que faturam até R$ 4,8 milhões por ano.
O banco anunciou outras vantagens às empresas que fazem parte do convênio, como a gratuidade na primeira anuidade dos cartões de crédito e convênio de cobrança bancária com desconto de até 30%.
Agência Brasil
Dinheiro

Juro do consignado a aposentados é reduzido para 1,7% ao mês

Queda na taxa beneficiará 8 milhões de pessoas com empréstimos

Dinheiro
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagarão menos nas futuras operações de crédito consignado. Por 12 votos a 3, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou nesta segunda-feira (13) o novo limite de juros de 1,7% ao mês para essas operações.
O novo teto é 0,44 ponto percentual menor que o antigo limite, de 2,14% ao mês, nível que vigorava desde o ano passado. O teto dos juros para o cartão de crédito consignado caiu de 3,06% para 2,62% ao mês. Propostas pelo próprio governo, as medidas entram em vigor assim que a instrução normativa for publicada no Diário Oficial da União.
Segundo o Ministério da Previdência Social, a diminuição beneficiará cerca de 8 milhões de cidadãos com empréstimos descontados diretamente na folha de pagamento. Desse total, cerca de 1,8 milhão de beneficiários chegaram ao limite máximo de desconto de 45% da aposentadoria ou pensão.
No encontro de hoje, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, anunciou a intenção de discutir o percentual de margem de desconto na folha na próxima reunião do CNPS, em 27 de abril. Lupi classificou as atuais taxas como “abusivas” e que punem pessoas vulneráveis. De acordo com o presidente do INSS, Glauco Wamburg, a média de renda dos aposentados e pensionistas que utilizam o crédito consignado está em R$ 1,7 mil.
O CNPS também aprovou, na reunião desta segunda, a formação de uma comissão de trabalho para analisar o sistema de cartão de crédito consignado para os beneficiários do INSS, com a mesma proporcionalidade conselho e que dever concluir a análise em 60 dias. Também foi aprovada uma comissão para discutir a composição e a competência do colegiado em até 90 dias.