Santa Cruz

Decisão do desembargador Silvio Neves Baptista Filho legaliza reunião do conselho deliberativo do Santa Cruz

Julgamento abre caminho para possível impeachment do presidente Antônio Luiz Neto.

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Foto: Reprodução
O aguardado parecer do Desembargador Silvio Neves Baptista Filho, publicado nesta segunda-feira, reconheceu como legal a reunião do Conselho Deliberativo do Santa Cruz, ocorrida em 28 de agosto deste ano. Nessa assembleia, as contas do Executivo de 2022 foram reprovadas, e a adição de 300 conselheiros ao clube foi recusada. A decisão, que era aguardada com ansiedade por ambas as facções políticas do clube, pode abrir as portas para um processo de impeachment contra Antônio Luiz Neto, o presidente do Santa Cruz.
Na sua decisão, o desembargador destacou as três tentativas de conciliação lideradas por ele que não alcançaram êxito. Silvio Neves Baptista Filho também expressou sua insatisfação com a atual situação do Santa Cruz, afirmando: “Incomoda a todos que acompanham de perto o futebol local ver o tradicional time pernambucano, que outrora trouxe tantas alegrias à sua fidelíssima e apaixonada torcida, afundar-se em brigas que nada contribuem para o seguimento do clube.”
De acordo com o estatuto do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto pode ser afastado do cargo de presidente por 90 dias sob a acusação de Gestão Temerária. A decisão de afastamento ou não de ALN está nas mãos do atual presidente do Conselho Deliberativo, Marino Abreu.
Jaime Fortunato, conselheiro coral, acredita que a decisão será tomada o quanto antes: “A questão do afastamento do Executivo já está com Marino Abreu, e ele não pode ficar esperando mais. Tem que deliberar, porque foi um texto do Conselho que solicitou. Ele só tem que ver a forma como vai chamar, se vai ser direto ou se vamos ter uma reunião para votação do Conselho. Espero que seja o mais rápido possível e que a gente consiga fazer uma limpeza na lista de sócios, começar a trabalhar e principalmente todas as decisões serem implementadas na RJ.”
Jaime também comentou sobre os próximos passos que serão tomados no Santa Cruz: “Agora a ideia é continuar o serviço. Tentar antecipar as eleições, a principal AGE que tem no dia 08/10 que é para manter ou restabelecer o direito do sócio a ter definição na sua decisão da SAF, se é positivo ou negativo, escolhe ou não escolhe, ele tem que ter este direito.”

Após Barroso criticar Bolsonaro em congresso da UNE, oposição pede impeachment do ministro

 O ministro ainda recebeu vaia de alguns estudantes e falou sobre a ditadura militar 

Foto: Yuri Salvador/UNE

Durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na quarta-feira (12), em Brasília, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou Jair Bolsonaro (PL). Os aliados do ex-presidente não concordaram com o discurso e disseram que vão entrar com um pedido de impeachment contra o ministro.
“Estar aqui é reencontrar o meu próprio passado de enfrentamento do autoritarismo, da intolerância e de gente que grita em vez de ouvir, de gente que xinga em vez de botar argumentos na mesa. Isso é o bolsonarismo!”, afirmou o magistrado na ocasião, que depois finalizou “Esse é o passado recente no qual nós estamos tentando nos livrar”.
A repercussão da fala chegou nos parlamentares da oposição. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) disse, por meio de uma rede social, acusou Barroso de “exercer atividade política partidária”, o que é proibido para ministros do STF. “Se, por um milagre, houver justiça nesse país, a perda do cargo é inegável”, afirmou.
No seu discurso, Barroso ainda fez críticas a ditadura militar. Os estudantes da Juventude Faísca Revolucionária e ao Movimento Revolucionário de Trabalhadores vaiaram o ministro por conta da decisão dele no julgamento do piso da enfermagem e seu envolvimento no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Barroso inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”, mostravam os cartazes.
Barroso já teve problemas com aliados de Bolsonaro em novembro de 2022, quando um apoiador do ex-presidente encontrou o ministro em Nova York (EUA) e questionou a segurança das urnas eletrônicas. Em junho do mesmo ano, o magistrado foi chamado de “demônio” durante palestra em universidade também dos Estados Unidos.