Festival de Inverno de Garanhuns 2023 segue sendo motivo de críticas à gestão Raquel Lyra

FIG 2023: programação e sua demora na divulgação foram alvo de críticas de personalidades culturais

Foto: Divulgação
A organização do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) 2023, sob responsabilidade do governo estadual, por meio da secretaria de Turismo e Lazer, segue sendo alvo de críticas.
Nos últimos dias, a reclamação se deu por causa da demora na divulgação da grade de shows e apresentações, compartilhada com o público faltando 10 dias para o início o festival.
A programação foi anunciada na última segunda-feira (10), e o festival começa no próximo dia 21 de julho.
Quem disparou uma crítica foi o jornalista e apresentador pernambucano Caio Braz. Ele usou as redes sociais para atacar a “desorganização” do festival.
“Como Pernambucano que sou queria dizer como fico chateado com a desorganização do Festival de Inverno de Garanhuns, o festival mais importante do interior do estado, que eu amaria que todo o Brasil conhecesse, não ter sua programação divulgada ainda”, desabafou Caio, no domingo.
O apresentador afirmou que Pernambuco perdeu uma oportunidade enorme de fomentar o turismo do interior, e por tabela o de Recife como ponto de chegada e de visitação.
“O Brasil inteiro admira a cultura de PE e essa irresponsabilidade custa muito caro pra todo mundo. Isso deveria estar disponível há no mínimo três meses pra que todo o Brasil se programasse pra Pernambucar bem gostoso, comprar sua passagem, alugar casa, reservar hotel, alugar carro, comprar passagem de ônibus. Tudo isso custa muito caro e de última hora pior ainda”, acrescentou.
“GRANDE OPORTUNIDADE DESPERDIÇADA de promover o que a marca do turismo PE tem de melhor: cultura e hospitalidade. Chama a atenção o clima de bagunça na comunicação (apaga/posta nas redes) e uma certa atenção surpresa (???)”, completou Caio Braz.
O deputado federal Pedro Campos (PSB), usou as redes sociais para alfinetar o festival. Ele compartilhou um vídeo do ex-ministro e candidato ao Senado, Gilson Machado Neto, tocando sanfona, e fez uma alusão às “atrações surpresa” anunciadas pelo festival.
O coreógrafo e bailarino Dielson Pessoa de Mello, que já atuou na Companhia de Dança Deborah Colker, também usou as redes sociais para falar da falta de planejamento do evento. “Nunca vi isso, um dos maiores festivais da América Latina soltar a programação faltando 10 dias”, destacou.
A página Recife Rock, que acompanha a cultura pernambucana, trouxe críticas de diversos setores desde a coletiva de imprensa do festival, inclusive de um músico que teria participado da curadoria do evento e sua banda teve uma nota alta na habilitação. “Zeca Vianna, que está na curadoria do FIG é baterista da banda Volver que estará na programação”, disse.
O Recife Rock também revelou críticas em relação à redução dos cachês dos trabalhadores da área técnica e à ausência este ano do Som na Rural, do produtor cultural Roger de Renor, na programação. “Difícil pensar em cena cultural / musical do estado, nos últimos 20/30 anos sem Roger de Renor”, escreveu o perfil.
O deputado estadual Rodrigo Farias (PSB) também criticou a condução do FIG neste ano.
“É uma pena que a governadora Raquel Lyra esteja fazendo isso com o Festival de Inverno de Garanhuns, um evento que tem mais de 30 anos disseminando a cultura, o turismo, gerando emprego e renda para a região”, afirmou.
“No Brasil, a cultura já passou quatro anos sofrendo com o governo Bolsonaro e aqui em Pernambuco resistimos. Agora, Raquel Lyra parece que vai no mesmo caminho de Bolsonaro. A cultura de Pernambuco é gigante e merece respeito”, disparou.

Prefeito de Garanhuns também reclamou

No mês passado, o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), também utilizou as redes sociais para desabafar sobre o festival após a governadora Raquel Lyra anunciar datas de realização do festival que ele afirmou serem diferentes do combinado com a gestão municipal.
Sivaldo disse ter sido surpreendido com a mudança de datas, mesmo depois de ter sido garantido a ele que ocorreria a partir do dia 14, e não do dia 21. Ele soube das novas datas pelas redes sociais.
O prefeito afirmou que o Estado estaria tratando o evento com “total desrespeito”.

Jornal do Comercio