MEC

Prazo para adesão ao programa escola em tempo integral termina nesta quinta-feira

Municípios, estados e distrito federal têm até o dia 31 para aderirem ao programa coordenado pelo ministério da educação, visando a ampliação do ensino em tempo integral em todo o país.

MEC
Foto: Pedro França/Agência Senado
O prazo final para munícipios, estados e o distrito federal aderirem ao programa escola em tempo integral, uma iniciativa conduzida pelo ministério da educação (MEC), se encerra nesta quinta-feira, dia 31. A adesão, de caráter voluntário, está sendo realizada por meio do Sistema integrado de monitoramento execução e controle (Simec), através da plataforma online.
Para municípios, a participação no programa abrange obrigatoriamente a educação infantil, que atende crianças de zero a seis anos, bem como o ensino fundamental, abrangendo do 1º ao 9º ano. Já para os estados, o foco prioritário é na expansão do ensino fundamental e médio.
Após essa fase inicial de adesão, que se encerra nesta quinta-feira 31, um próximo período, estendendo-se do 1º de setembro até 15 de dezembro, requer que os entes federados estabeleçam metas e acordos de repasses federais com o MEC. Os detalhes relativos a regras, prazos e os critérios para a ampliação de matrículas em tempo integral, além dos parâmetros para calcular os recursos a serem repassados a cada estado e município, estão detalhados na portaria 1.495/2023.
Durante todo o processo de adesão e estabelecimento de acordos, as secretarias de educação contarão com tutoriais e suporte técnico por meio do programa, bem como através da central de atendimento do MEC no número 0800-616161.
O programa em questão visa a expansão das escolas em tempo integral, abrangendo desde a creche até o ensino médio. A meta do MEC para 2023 é a ampliação de um milhão de matrículas em tempo integral nas escolas de educação básica em todo o Brasil. Essa cifra se almeja aumentar para aproximadamente 3,2 milhões de matrículas até 2026.
No cômputo da expansão das vagas, serão consideradas tanto matrículas recém-criadas quanto as convertidas a partir de janeiro de 2023, juntamente com novas matrículas para 2024. O processo de criação de vagas priorizará escolas que atendam estudantes em situações de maior vulnerabilidade socioeconômica.
Para financiar essa expansão da jornada educacional em tempo integral nas redes estaduais e municipais, o governo federal disponibilizará um montante de R$ 4 bilhões. Essa verba será transferida por meio do undo Nacional de desenvolvimento da educação (FNDE), depositada em contas específicas das respectivas administrações locais.
O programa escola em tempo integral, orquestrado pelo governo federal, se estabelece como uma estratégia para incentivar a criação de matrículas em tempo integral em todos os níveis e formas de educação básica. A jornada escolar ampliada é considerada quando o aluno permanece na escola ou em atividades educacionais por um período igual ou superior a sete horas diárias, ou 35 horas semanais, em dois turnos.
O programa se empenha em cumprir a meta 6 do Plano Nacional de Educação 2014-2024 e oferece assistência técnica e financeira para viabilizar a criação das matrículas em tempo integral, visando organizar, gerenciar e implementar a educação integral.
No intuito de garantir a qualidade da oferta do ensino em tempo integral, o Ministério da Educação estruturou o programa em cinco eixos – ampliar, formar, fomentar, entrelaçar e acompanhar – articulando ações estratégicas em todo o país.
De agosto a outubro de 2023, estão em andamento etapas regionais do Ciclo de Seminários do Programa, com o propósito de debater princípios para a Política de Educação Integral em Tempo Integral e dissipar dúvidas.
As fases nas regiões Centro-Oeste e Norte já foram realizadas em agosto. A etapa Nordeste, sediada em Recife (PE), está programada para os dias 27 e 28 de setembro; a etapa Sudeste, que ocorrerá em Diadema (SP), nos dias 4 e 5 de outubro. A etapa da região Sul ainda terá data e local definidos, segundo informações do MEC.
Lula e Camilo Santana

Presidente Lula sanciona lei do Programa Escola em Tempo Integral com investimento de R$ 4 bilhões

Iniciativa visa ampliar o número de matrículas em 1 milhão até 2023 e alcançar 3,2 milhões até 2026.

Lula e Camilo Santana
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira (31) a lei que institui o Programa Escola em Tempo Integral, com o objetivo de ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica em 2023, por meio de um investimento de R$ 4 bilhões. A meta do programa é chegar a cerca de 3,2 milhões de matrículas até 2026.
De acordo com o presidente, a escola precisa ser prazerosa para os alunos e também deve abordar temas urgentes e atuais da sociedade, como as mudanças climáticas. Ele reafirmou que os recursos públicos destinados à educação devem ser considerados como investimento e não como gasto, destacando a importância de oferecer as mesmas condições de ensino tanto para estudantes de escolas públicas quanto privadas.
Coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), o Programa Escola em Tempo Integral é um mecanismo federal que fornece fomento financeiro e assistência técnica para a expansão das matrículas nas redes estaduais, municipais e distrital. A adesão ao programa pelas secretarias é opcional.
O programa considera não apenas a extensão do tempo de permanência do estudante na escola, mas também o uso dos espaços dentro e fora dela, a diversidade de saberes no currículo, bem como a integração com áreas como saúde, cultura, esporte, ciência e tecnologia, meio ambiente e direitos humanos, com o objetivo de melhorar as condições de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.
Para o ministro da Educação, Camilo Santana, o ensino em tempo integral traz diversos benefícios, incluindo maiores chances de ingresso nas universidades, melhor ocupação no mercado de trabalho e expectativa de remuneração, redução dos índices de violência entre os jovens e diminuição da evasão, abandono e reprovação escolar.
Especialistas consideram a criação do programa como uma retomada da agenda nacional de ensino em tempo integral, que enfrentou dificuldades financeiras nos últimos anos. No entanto, apontam que é necessária uma base normativa sólida para garantir a sustentabilidade da iniciativa no longo prazo.
O Programa Escola em Tempo Integral busca atender a Meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a oferta de educação em tempo integral em pelo menos 50% das escolas públicas, atendendo, no mínimo, 25% dos estudantes da educação básica até 2024. O relatório do 4º Ciclo de Monitoramento das Metas do PNE 2022 revelou que o percentual de matrículas em tempo integral na rede pública brasileira caiu de 17,6% em 2014 para 15,1% em 2021.
O presidente Lula anunciou o programa em maio, e o governo enviou o projeto ao Congresso Nacional, sendo aprovado no dia 11 de julho. A lei também possibilitou a repactuação dos recursos da Lei 14.172/2021 para fomentar a conectividade nas escolas, visando fortalecer o ensino e a educação no país.