Prefeitura de Jaboatão afirma que vai manter escolas cívico-militares

A gestão de Mano Medeiros ainda estuda a ampliação do modelo

Foto: Divulgação
Na quinta-feira (13), o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, anunciou que o município vai manter o funcionamento das escolas cívico-militares, inclusive a proposta da gestão é ampliar esse modelo.
O Governo Federal comunicou, na quarta-feira (12), o fim Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim). A previsão era que as escolas desse formato fossem descontinuadas e reorganizadas para o modelo padrão da rede pública. Entretanto, alguns municípios brasileiros não concordam com a extinção e estudam continuar com o Pecim.
Em Jaboatão, duas escolas Vereador Antônio Januário e Natividade Saldanha, estão funcionando como cívico-militar, mas fazem parte do Programa de Escolas Integrais do município.
“O regime pedagógico dessas escolas é o mesmo das outras instituições, mas o apoio de 12 militares tem contribuído para a questão de disciplina, resultando em menor evasão, menos faltas e redução da violência. Ganhos importantes que levam muitas famílias a pedirem a ampliação do modelo. Aliás, o envolvimento das famílias tem sido fator fundamental nos bons resultados obtidos, tanto de aprendizagem quanto de comportamento”, justificou Mano Medeiros.
Além das escolas jaboatonenses, as escolas João Batista Cruz Barros, no município de Arcoverde, Nelson Castanha, em Bezerros, e Prof. Bernadete Amorim de Couto Filgueira, em Altinho também serão afetadas com a extinção do programa.

Governo encerra atividades do programa de escolas cívico-militares

 Programa foi uma das principais medidas do governo Bolsonaro

Foto: Divulgação/Secretária de Educação de Cabedelo

O Governo Federal determinou o encerramento do Programa Nacional de Escola Cívico-Militares (Pecim). A decisão foi dos ministérios da Educação e da Defesa, comunicada por ofício aos secretários de educação dos estados, na segunda-feira (10), segundo apuração do Estadão.
O programa foi criado pelo ex-presidente Bolsonaro durante seu governo e era uma marca típica da gestão. Até o final desse ano, ocorrerá a transição das escolas desse modelo para a rede regular de ensino. Além disso, a medida prevê a retirada dos militares das instituições de ensino.
Segundo o documento, será papel dos governadores “assegurar uma transição cuidadosa das atividades, que não comprometa o cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram mobilizadas pelo programa”. O Ministério da Educação, na época, não apresentou evidências que comprovassem a eficácia do programa.
Gabriel Corrêa, gerente de Políticas Educacionais da ONG do Todos Pela Educação, disse que: “Esse modelo militarizado de escolas deveria ser restrito às escolas das Forças Armadas, para jovens que desejam esse tipo de formação e carreira, com militares que tiveram formação no campo educacional.”
O programa, que começou em 2019, criou 216 escolas cívico-militares em todas as unidades federativas. E até 2022, arrecadou R$ 104 milhões que foram investidos no programa, na primeira fase de execução orçamentária.
Apesar de seguirem o currículo definido pelas secretarias de educação de cada estado, os alunos tinham regras estabelecidas pelos militares, que coordenavam as escolas junto com a Força Armada, em alguns casos.