Parlamento Britânico

Parlamento britânico aprova acordo de não-bitributação com o Brasil

 Congresso brasileiro precisa ratificar documento assinado ano passado

Parlamento Britânico
Foto: Reuters

Oito meses após a assinatura pelo Brasil e pelo Reino Unido, o parlamento britânico aprovou o acordo que evita a dupla tributação sobre a renda e previne a evasão e a elisão fiscais nos dois países. Para entrar em vigor, o documento ainda precisa ser ratificado pelo Congresso brasileiro.
A votação no parlamento britânico ocorreu na quarta-feira (19), mas só foi divulgada nesta quinta (20) pela Embaixada Britânica no Brasil. Segundo a embaixada, o acordo fortalece o comércio entre os dois países, medida defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita a Londres em maio.
“Além de representar uma resposta aos pedidos da comunidade empresarial dos dois países, a medida está alinhada às ambições do presidente Lula e do primeiro-ministro Rishi Sunak de criar novas oportunidades de comércio e investimento entre os dois países. Este desejo de fortalecer o comércio bilateral foi tornado público durante a visita oficial do presidente brasileiro a Londres, em maio deste ano”, destacou a embaixada em nota.
O acordo evita que transações entre o Brasil e o Reino Unido para pagamento de dividendos, royalties, serviços, juros e outros tipos de pagamento tenham incidência de imposto sobre a renda ou o lucro duas vezes (uma vez em cada país). A tributação ocorrerá apenas uma vez, dando mais segurança jurídica e ajudando a combater a sonegação.

Ganhos

Segundo a Embaixada Britânica, o acordo permitirá que as empresas dos dois países importem tecnologias e serviços não disponíveis no mercado interno para aumentar a produção e a competitividade. Muitos recursos atualmente usados para pagar tributos duas vezes, ressalta a embaixada, poderão ser remanejados para investimentos, inclusive em pesquisa, inovação e desenvolvimento.
Alinhado às diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para evitar a erosão da base tributária e a transferência de lucros para paraísos fiscais, o acordo de não-bitributação também ajuda a combater a evasão fiscal e a elisão (quando empresas aproveitam brechas na legislação para não pagarem impostos). Isso porque haverá mais troca de informações na arrecadação de tributos, melhorando a eficiência e a racionalidade na cobrança de impostos.
Segundo a Receita Federal, com a coexistência de vários sistemas jurídicos e tributários trazida pela globalização, fluxos comerciais e de investimentos eram tributados duas vezes (uma em cada país) ou não tributado nenhuma vez (dupla não tributação). O acordo busca corrigir essas distorções.

Histórico

Desde 2017, o Brasil e o Reino Unido têm discutido sobre o acordo de não-bitributação. Após anos de diálogos exploratórios, as negociações entre a Receita Federal e o órgão equivalente no Reino Unido começaram em 2022 e foram concluídas após cinco meses de discussão. O acordo foi assinado em novembro do ano passado.
Conforme o Banco Central, os investimentos brasileiros no Reino Unido somaram US$ 8,03 bilhões, e os investimento britânicos no Brasil totalizaram US$ 28,91 bilhões em 2021. Por sua vez, a corrente de comércio (soma entre exportações e importações) alcançou US$ 6,5 bilhões no ano passado, alta de 14,9% em relação a 2021, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Agência Brasil
Mauro Vieira

Chanceler brasileiro participa de reunião preparatória do Brics

 Cúpula está marcada para ocorrer de 22 a 24 de agosto

Mauro Vieira
Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, participou nesta quinta-feira (20) de reunião por videoconferência com os chanceleres da Rússia, Índia, China e África do Sul, países que com o Brasil compõem o Brics.
De acordo com o chefe da comunicação social do Itamaraty, embaixador Joel Sampaio, o encontro foi um trabalho de preparação da cúpula presidencial marcada para Joanesburgo de 22 e 24 de agosto. O diplomata informou que os chanceleres ainda farão uma outra reunião antes da cúpula. Essas reuniões, segundo o assessor, costumam servir para analisar as posições que cada país vai apresentar para tentar buscar decisões acordadas pelos integrantes do Brics.
Ainda no Rio de Janeiro, o ministro Mauro Vieira se reuniu com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Por meio do seu perfil no Twitter, o Itamaraty informou que no encontro os dois conversaram sobre as ações de diálogo externo da companhia e iniciativas em transição energética no contexto da 28ª Conferência de Mudanças Climáticas (COP-28), da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Presidência do Brasil no G20, a partir de dezembro.
O embaixador informou que no período de um ano em que o Brasil estará na presidência do G20 vão ocorrer pelo menos 20 reuniões ministeriais do grupo em cidades brasileiras. No fim do mandato, haverá uma cúpula presidencial do G20, no Rio de Janeiro, em novembro de 2024. O grupo é formado pelos ministros da área econômica e chefes dos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo.
A COP 28 será de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes. Existe a expectativa de se obter um acordo em torno do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em junho, que quer levar à COP 28 uma posição conjunta de países que compõem a Amazônia Sul-americana sobre as questões ambientais.
“Queremos construir com os oito países da América do Sul uma política unitária para que a gente possa chegar na COP 28 com a posição correta em defesa dos países que mantêm florestas em pé, como na América do Sul”, disse o presidente na ocasião.
Além de Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa fazem parte da região Amazônica.
Agência Brasil
Marinha russa em Cuba

Análise: Escalada militar em Cuba é tentação para Putin e armadilha para os EUA

Em meio à Guerra da Ucrânia, exercícios militares russos e norte-americanos em torno da ilha do Caribe servem como demonstração de força

Marinha russa em Cuba
Foto: Reynel Diaz/CNN

Após décadas de relações um tanto distantes, Rússia e Cuba estão trabalhando juntas novamente — desta vez, como parte da guerra de Vladimir Putin na Ucrânia.
Começando por volta do aniversário da invasão em fevereiro de 2023, autoridades russas de alto escalão estabeleceram um fluxo constante de visitas públicas a Cuba. Quase um mês se passou sem uma visita de alto nível Rússia-Cuba.
Em março, Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, e Igor Sechin, o poderoso diretor da petrolífera estatal russa Rosneft, reuniram-se com líderes em Havana.
Então, em abril, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, visitou a ilha como parte de uma viagem regional que incluiu outros dois adversários americanos — Venezuela e Nicarágua.
As visitas aconteceram nos dois sentidos. Em junho, o primeiro-ministro cubano Manuel Marrero Cruz visitou a Rússia por mais de dez dias, incluindo uma reunião com Putin.
Alvaro Lopéz Miera, o ministro da Defesa cubano, viajou a Moscou no final do mês para discussões com seus colegas russos — incluindo Sergei Shoigu, um dos notórios arquitetos da guerra na Ucrânia.
Shoigu anunciou que “Cuba foi e continua sendo o aliado mais importante da Rússia na região [do Caribe]”. Shoigu prometeu que Moscou estava “pronta para prestar assistência à ilha da liberdade e apoiar nossos amigos cubanos”.
Da mesma forma, o vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Gerardo Peñalver, descreveu os dois países como “aliados estratégicos” que cooperam contra “medidas coercitivas unilaterais” de Washington.

Amigos com benefícios

Isso foi mais do que retórica. A Rússia prometeu fornecer petróleo e vários suprimentos industriais a Cuba. Segundo uma estimativa, Moscou já enviou à ilha mais de US$ 160 milhões (cerca de R$ 765 milhões) em petróleo este ano. E as agências de notícias russas anunciaram que haverá suprimentos adicionais.
Cuba agora recebe voos diretos da Rússia (os voos haviam sido suspensos após a invasão da Ucrânia) e aderiu ao sistema de pagamento Mir, criado por Moscou para facilitar a conversão de rublos em pesos e outras moedas para turismo, comércio e ajuda. Mais de mil executivos e funcionários do petróleo russo devem visitar Cuba até o final do ano.
Seguiu-se a ajuda militar. No início deste mês, o navio da marinha russa Perekop desviou para Cuba da frota do Mar Báltico do país a mais de 11 km de distância. O navio transportou cerca de 100 cadetes navais russos, assistência humanitária e vários equipamentos para a ilha.
O embaixador russo e o vice-comandante da Marinha Russa participaram da elaborada cerimônia de chegada do navio, simbolizando que este foi o início de uma colaboração mais profunda.

Rússia e América flexionam músculos no Caribe

Os laços militares entre Moscou e Havana são claramente projetados para desafiar os EUA, para mostrar o que o presidente cubano Miguel Diaz-Canel chamou de “apoio incondicional” ao “choque da Rússia com o Ocidente”. Embora o governo Obama tenha começado a abrir relações com Cuba em 2014, os governos Trump e Biden voltaram a isolar o regime, enfatizando o conflito sobre a cooperação.
Além de aprofundar as conexões com a Rússia, Cuba permitiu que a China construísse uma instalação secreta de espionagem na ilha. A base chinesa faz parte do que a comunidade de inteligência dos EUA identifica como um esforço chinês mais amplo para interceptar as comunicações americanas, roubar segredos e se preparar para o aumento da concorrência.
Também lembra a instalação de inteligência de sinais de Lourdes, um posto de escuta construído pelos soviéticos e depois desativado pela Rússia no início dos anos 2000.
Essas provocações da Rússia, China e Cuba já motivaram uma forte resposta do Pentágono. Enquanto o navio russo navegava para Cuba, os EUA enviaram um submarino movido a energia nuclear, o USS Pasadena, para a base americana na Baía de Guantánamo.
Oficialmente vendida como uma “parada logística”, isso foi um alerta e uma demonstração de força. O Ministério das Relações Exteriores de Cuba condenou a visita submarina como uma “escalada provocativa”. A Marinha dos EUA disse que a medida “não é sem precedentes”.
Ambos os lados estão corretos. A Rússia e os EUA entraram em uma espiral de escalada em torno de Cuba: Putin está expandindo as atividades militares russas perto dos EUA em resposta ao que ele vê como uma presença militar americana ameaçadora perto de suas fronteiras, e Washington está respondendo flexionando seus músculos muito maiores no Caribe.
A Casa Branca quer que o Kremlin (e a China) reconheçam que devem limitar seu apoio a Cuba e respeitar os interesses americanos.

Memórias da Guerra Fria

Essa dinâmica olho-por-olho ameaça causar um desastre rápido. Esse foi o caso, é claro, no início dos anos 1960. Temendo o cerco militar e o isolamento do Ocidente, o líder soviético Nikita Khrushchev voltou-se para Cuba como um ponto de pressão conveniente contra Washington.
Khrushchev esperava intimidar o ex-presidente norte-americano John F. Kennedy a desistir de apoiar os esforços anticomunistas na Alemanha Ocidental e outras partes da Europa. Ele acreditava que implantar mísseis nucleares de curto alcance em Cuba convenceria o presidente americano de que era muito arriscado desafiar o poder soviético em outras regiões.
É provável que Putin acredite em coisas semelhantes hoje. E ele também está enganado. Quando a Casa Branca soube da escalada de Moscou em outubro de 1962, o presidente Kennedy e seus assessores imediatamente reagiram com força — uma quarentena naval de Cuba e preparativos para lançar um ataque à ilha se os mísseis não fossem removidos imediatamente.
Avanço rápido de seis décadas e o presidente Biden e seus conselheiros provavelmente adotarão respostas semelhantes se souberem da continuação da escalada militar russa ao sul da Flórida. A atual estratégia de segurança nacional inclui o compromisso de evitar a interferência estrangeira na região. Como em outubro de 1962, os EUA e a Rússia podem se encontrar próximos de um confronto militar direto em torno de Cuba no final de 2023 ou início de 2024.
Quanto mais desesperado Putin ficar na Ucrânia, mais ele desafiará os EUA no Caribe. A oportunidade é muito tentadora para um ditador — Khrushchev ou Putin — procurando dissuadir os compromissos americanos na Europa.
Quanto mais a administração Biden se sentir desafiada pela Rússia e pela China em Cuba, mais ela vai querer mostrar força. Washington responderá à escalada militar russa em Cuba com sua própria força crescente, como já fez com o recente desdobramento de um submarino nuclear.
Em um ano de eleição presidencial, as pressões para flexionar os músculos só aumentarão, especialmente porque as imagens marcantes das mortes americanas durante a retirada do Afeganistão em 2021 são exploradas pelos oponentes republicanos de Biden.

Evitando a armadilha da escalada

Como Washington pode evitar essa armadilha de escalada? O presidente Biden e seus assessores devem agir de forma decisiva, como fez a equipe de Kennedy em outubro de 1962, para reverter as tentações russas em Cuba e o oportunismo da China. A administração deve enviar uma mensagem clara de que a intervenção militar estrangeira na região apenas endurecerá os compromissos americanos na Europa e no Caribe.
Biden deve mostrar que agirá de maneira disciplinada para limitar o acesso de russos e chineses, incluindo a parada de navios estrangeiros, quando necessário e legal conforme as sanções existentes.
O presidente também deve oferecer incentivos a Putin para recuar em Cuba, como Kennedy fez com Khrushchev. Em 1962, os EUA prometeram publicamente não invadir Cuba e secretamente concordaram em remover os antigos mísseis “Júpiter” da Turquia, depois que a Rússia retirou seus mísseis cubanos.
Em 2023, os EUA devem reafirmar seu compromisso de evitar ataques diretos ao território soberano russo, apesar do contínuo apoio militar americano à Ucrânia, e Washington deve prosseguir discretamente com Moscou com o objetivo de uma retirada pacífica das forças russas de toda a Ucrânia.
Os EUA devem deter a escalada de Putin e encorajar sua moderação. Devem interromper ativamente as atividades de espionagem chinesa no Caribe.
A história dos acontecimentos de 60 anos atrás mostra que há um forte imperativo para evitar erros de cálculo, antes que seja tarde demais. A escalada militar em torno de Cuba é uma tentação perigosa para a Rússia e uma armadilha difícil para os EUA.
As ações de Kennedy não acabaram com a Guerra Fria após a Crise dos Mísseis de Cuba, mas estabeleceram diretrizes para relações russo-americanas estáveis ​​ao redor da ilha que duraram até o final do século XX.
O presidente Biden deve fazer o mesmo, antes que nos encontremos em mais uma crise cubana.
CNN Brasil

Países europeus prometem alcançar US$ 100 bilhões para financiar clima

 Celac e União Europeia encerram cúpula e divulgam declaração final

Créditos: Ricardo Stuckert/PR

Terminou nesta terça-feira (18) a 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica, onde fica a sede do bloco europeu. O encontro reuniu 60 líderes dos dois continentes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento não ocorria desde 2015 e foi realizado em um cenário de aproximação entre europeus e latino-americanos. A declaração final da cúpula, divulgada pelas chancelarias dos países, tem mais de 40 pontos e abrange diversos temas de interesse comum. Um dos pontos, que tem sido alvo de cobrança de governos de países pobres e em desenvolvimento, refere-se à disponibilização de recursos, por parte das nações mais ricas, para financiar projetos de mitigação e adaptação em relação às mudanças climáticas.
“Reconhecemos o impacto que as alterações climáticas estão a ter em todos os países, afetando particularmente os países em desenvolvimento e mais vulneráveis, incluindo os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, no Caribe, as regiões ultra-periféricas da União Europeia, os países e territórios ultramarinos associados à União Europeia e países em desenvolvimento sem litoral. Ressaltamos a importância de cumprir o compromisso dos países desenvolvidos em conjunto para mobilizar prontamente US$ 100 bilhões por ano para o financiamento climático e para apoiar os países em desenvolvimento e dobrar o financiamento para adaptação até 2025”, diz um trecho da declaração.
Em seu discurso, na abertura da cúpula, Lula voltou a criticar os países ricos por não cumprirem a promessa, feita em 2009, de destinar os US$ 100 bilhões ao ano para os países em desenvolvimento, como forma de compensação pela crise do aquecimento global e necessidade de contenção das emissões de carbono, para manter a meta de aumento de até 1,5 grau Celsius na temperatura do planeta até o fim do século, o objetivo mais ambicioso da comunidade internacional.
A declaração aponta “profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia” e pede esforços de paz justa e sustentável na região. Em outro ponto, aborda a grave situação humanitária no Haiti, prometendo esforços internacionais para ajudar o país superar a complexa crise que vive há décadas. Sobre a Venezuela, o texto defende um diálogo construtivo entre as partes nas negociações lideradas pela Venezuela na Cidade do México. O mesmo assunto foi discutido em uma reunião paralela envolvendo os presidentes da França, do Brasil, da Argentina e Colômbia, além de representante da União Europeia, com governo e oposição venezuelanos.
O documento também reafirma diversos compromissos nas áreas de comércio justo, saúde, segurança pública, combate à pobreza e às desigualdades. A próxima cúpula Celac-UE deverá ser realizada em 2025, desta vez em algum países latino-americano ou caribenho.
Em seu último dia nesta viagem à Bélgica, o presidente Lula manteve encontros bilaterais com chefes de governo da Alemanha, Suécia, Dinamarca e Áustria. Ele também participou de um café da manhã com lideranças progressistas e democratas latino-americanas e europeias. Lula retorna ao Brasil na manhã de quarta-feira (18), após conceder uma coletiva de imprensa ainda em Bruxelas.
Agência Brasil

Elon Musk afirma que perdeu metade da receita publicitária do Twitter

Desde que assumiu como dono da rede social, o bilionário tem enfrentado problemas

Foto: ALAIN JOCARD/AFP via Getty Images
O empresário Elon Musk disse, no sábado (15), ter perdido cerca de 50% da receita publicitária do Twitter, rede social que o bilionário comprou em 2022 por US$ 44 bilhões.
O caixa negativo não vem de agora, desde a aquisição de Musk, o site sofreu com significativa perda de ganhos com publicidade. Em abril, o ex-CEO (termo em inglês para diretor executivo) afirmou que a situação se equilibrou com a volta da “maioria do público assinante”.
No Twitter, Musk respondeu um usuário sobre as finanças da empresa: “Ainda estamos com fluxo de caixa negativo, devido à queda de aproximadamente 50% na receita de publicidade, além da pesada carga de dívidas. Precisamos alcançar um fluxo de caixa positivo antes de nos darmos ao luxo de qualquer outra coisa”.
O empresário deixou a presidência-executiva da rede social após enquete feita por ele mesmo, para saber se deveria sair do caro. Como o resultado da votação foi favorável a saída, Linda Yaccarino assumiu como CEO.
Quando Elon Musk comprou o Twitter, ocorreu uma demissão em massa na tentativa de positivar as contas, além de fazer várias mudanças na plataforma, que foram criticadas pelos usuários.

Micro e pequenas empresas criam sete de cada 10 empregos no país

 Foram quase 110 mil vagas com carteira assinada só em maio

Foto: Agência Brasil

Depois de ficar sete meses à procura de um emprego, Rosana Fernandes, 41 anos, conseguiu uma vaga com carteira assinada. Ela foi contratada recentemente por uma microempresa de alimentos congelados, em Brasília. A cozinheira comemora a nova ocupação. “É a minha fonte de renda, ainda mais que sou pai e mãe lá em casa. Me ajuda a sustentar o meu filho e a minha mãe, que também mora comigo.”
Rosana faz parte de uma estatística que mostra o poder das micro e pequenas empresas (MPE) na geração de emprego no país. Um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), obtido com exclusividade pela Agência Brasil, revela que, este ano, sete em cada dez vagas de trabalho com carteira assinada foram criadas por micro e pequenos negócios.
O estudo foi feito com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. De janeiro a maio, o Brasil criou 865.360 empregos formais. Desses, 594.213 foram por MPE. Isso representa 69%.

Participação na economia

De acordo com o presidente do Sebrae, Décio Lima, a maioria das MPE possui até cinco colaboradores. “Em um contexto de cerca de 22 milhões de pequenos negócios, as MPE são fundamentais à economia, respondendo por cerca de 99% de todas as empresas que existem no país, 55% do conjunto total de empregos com carteira e quase 30% do PIB [soma de todos os produtos e serviços do país em um ano]”, disse à Agência Brasil.
No levantamento, são considerados microempresas os negócios com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração). Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração).
Só em maio, os pequenos negócios responderam por 70% (108.406 dos 155.270) dos novos vínculos empregatícios. Um aumento de 2 pontos percentuais em relação aos 68% obtidos no mesmo mês do ano passado.
Esse crescimento da participação das MPE no volume total de empregos no país vai na contramão do comportamento das médias e grandes empresas (MGE). As MGE viram a fatia delas no total de empregos formais cair de 22% em maio de 2022 para 15% em maio de 2023.

Manutenção de emprego

O presidente do Sebrae explica que os pequenos negócios são os maiores responsáveis pela criação e manutenção de empregos na economia. “É natural que as médias e grandes empresas invistam pesado na modernização de seus processos de produção, em busca da maior competitividade de seus negócios. Portanto, as MGE tendem a ser poupadoras de mão de obra, no longo prazo. Já os pequenos negócios são intensivos em mão de obra, razão pela qual, nos momentos de crise, são as últimas a dispensar pessoal e, em momentos de recuperação da economia, as que mais contratam”, avalia Lima.
Beatriz Bento, de 18 anos, é prova de que as MPEs são também uma porta de entrada para o mercado de trabalho. Em junho ela conseguiu uma vaga com carteira assinada como balconista em uma padaria no Grajaú, bairro do Rio de Janeiro, que contratou três pessoas este ano. “Terminei meus estudos no ano passado e estava, desde o início deste ano, procurando um trabalho para conseguir ajudar mais em casa e melhorar a qualidade de vida”, contou à Agência Brasil.

Setores

Analisando os setores que mais contribuíram para a geração de emprego em pequenos negócios de janeiro a maio, aparecem o ramo de serviços (saldo de 339.127 vagas), construção (123.937), indústria de transformação (64.754) e comércio (34.127).
Já em relação às atividades econômicas responsáveis pelo saldo de criação de vagas por pequenos negócios nos cinco primeiros meses de 2023, os destaques são construção de edifícios (42.849 postos de trabalho), transporte rodoviário de carga (27.138), educação infantil/pré-escola, ensino fundamental, e serviços de escritório e apoio administrativo; todas essas três últimas com mais de 17 mil vagas geradas cada.
O levantamento aponta ainda que o saldo positivo de criação de trabalho com carteira assinada por MPE é difundido por todo o país. Todos os estados e o Distrito Federal tiveram números positivos.
Na avaliação do Sebrae, os pequenos negócios seguirão como reboque da criação de empregos. “Em 2023 o cenário aponta para um valor próximo dos 70% na participação das MPE na geração de empregos, com altas para os meses de outubro e novembro. Portanto, existe sim tendência de o nível de emprego continuar sendo puxado pelas MPE”, espera Décio Lima.

Agência Brasil

Imigrantes clandestinos resgatados em leme de navio no Espírito Santo ainda não foram identificados

A Polícia Federal foi acionada por tripulantes do navio para fazer o resgate

Foto: Divulgação/PF

Na segunda-feira (10), quatro imigrantes clandestinos foram encontrados em navio com bandeira da Libéria que estava no litoral do Espírito Santos. Os tripulantes da embarcação perceberam as pessoas, durante troca de equipe, e acionaram a Polícia Federal (PF). As identidades dos homens ainda não foram confirmadas.
O navio saiu da cidade de Lagos, na Nigeria, no dia 27 de julho. O resgate foi feito pelo grupo marítimo da PF que, por causa da condição de saúde dos imigrantes, autorizou o desembarque condicional, eles permanecem em um hotel, bancado pela empresa responsável pelo navio, que pode ser multada e autuada, mesmo sem saber dos imigrantes.
“Todos foram resgatados pelo grupamento marítimo da PF em razão de suas condições precárias de saúde, e por motivos humanitários foi autorizado o desembarque condicional”, afirmou a Polícia.
Os imigrantes informaram à PF que são nigerianos, porém não possuem documentos que comprovem a nacionalidade. Em vídeo da abordagem, gravada pelos policiais, é possível escutar os agentes dizendo que dois dos homens não sabem nadar. O Núcleo de Polícia Marítima da PF (Nepom) ficou responsável pela custódia dos estrangeiros.
“Os estrangeiros foram conduzidos ao grupamento marítimo para identificação e procedimentos administrativos. Eles vão ficar sob custódia da agência mercantil do navio até a devolução compulsória a Nigéria”, comunicou o superintendente da Polícia Federal do Espírito Santo, Eugenio Ricas.
Os imigrantes percorreram cerca de 5,5 mil quilômetros, em 13 dia, no leme do navio que estava em alto mar. A embarcação esperou em Lagos antes de seguir seu destino ao Porto de Santos.

Comando dos EUA afirma ter matado líder do Estado Islâmico na Síria

O líder Usamah al-Muhajir foi morto por drones não tripulados

Foto: John Moore/Getty Images
No domingo (09), o Comando Central dos Estados Unidos (EUA) disse que um líder do Estado Islâmico, Usamah al-Muhajir, foi morto durante ataque de drones na sexta-feira (07), na Síria.
De acordo com o Comando, Usamah era uma das lideranças que atuavam as operações no leste do país. “O Comando Central dos EUA realizou um ataque na Síria que resultou na morte de Usamah al-Muhajir, um líder do Estado Ismâmico no leste”.
Segundo a organização, “não há indícios de que nenhum civil tenha sido morto nesse ataque”. O líder do Comando, general Michael “Erik” Kurilla, disse que o grupo jihadista, derrotado em 2019, “segue sendo uma ameaça, não apenas para a região [do Oriente Médio], mas muito além”.
As autoridades informaram que foram utilizados drones MQ-9, drones não tripulados, mesmo modelo usado no conflito, que durou duas horas no começo do dia, contra aeronaves russas. Por meio de comunicado, os EUA denunciaram que aviões russos estavam lançando sinalizadores de paraquedas contra o equipamento estadunidense.

10 pessoas foram mortas em ataques a tiros nos Estados Unidos, durante comemorações do 4 de Julho

Incidentes aconteceram em dias diferentes e em três partes do país

Foto: REUTERS/Bastiaan Slabbers

Ataques a tiros foram registrados na Filadélfia, em Baltimore e em Fort Worth, no Texas, durante comemorações ao dia da independência dos Estados Unidos, 4 de Julho. Segundo as autoridades estadunidenses, cerca de 40 pessoas foram feridas e 10 morreram.
A polícia informou, na terça-feira (04), que três pessoas foram assassinadas e oito feridas, em Fort Worth; durante o atentado ninguém foi preso. Já na Filadélfia, o atentado aconteceu na segunda-feira (03), cinco pessoas morreram e duas foram atingidas, entre as vítimas está um garoto de dois anos e um de 13, ambos com ferimento na perna.
O suspeito desse ataque é um homem de 40 anos que carregava um fuzil semiautomático AR-15, junto com uma pistola 9mm. Além disso, ele estava usando colete à prova de balas e escondendo o rosto com uma máscara de esqui.
Segundo a polícia local, o suspeito estava armado com um AR-15 quando começou a atirar contra desconhecidos. O tiroteio na Filadélfia ocorreu dois dias após atentado em Baltimore, que deixou duas pessoas mortas e 28 feridas, sendo metade delas crianças.
Até agora as investigações não conseguiram encontrar o que motivou os ataques. Em pronunciamento, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, condenou os atentados e pediu pelo fortalecimento de medidas restritivas ao acesso a armas no país.
“Nossa nação mais uma vez suportou uma onda de atentados trágicos e sem sentido”, lamentou Biden, na terça. O presidente ainda solicitou aos parlamentares republicanos “que venham à mesa sobre reformas significativas e de bom senso”.
O prefeito da Filadélfia, Jim Kenney, disse em entrevista coletiva que “Estamos implorando ao Congresso para proteger vidas e fazer algo sobre o problema das armas nos Estados Unidos”.

Caso Isabela: Suspeita de sequestro diz que vai ‘esclarecer tudo’ em depoimento à polícia

A menina de 8 anos desapareceu na segunda-feira (03), na cidade de Santo André, em São Paulo

Foto: Reprodução

Um garoto de apenas 8 anos foi o principal aliado da Polícia Civil para encontrar a irmã, a menina Isabela, de 1 ano, nessa segunda-feira (03), em Santo André, cidade do ABC paulista. Ela desapareceu na última sexta (30) após ser levada em um carro na região de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo.

Conforme detalhou o delegado assistente da 11º DP, Deglayr Barcellos, ao jornal Folha de S. Paulo, como a mãe deles chegou em estado de choque ao plantão policial, mudando a versão do caso algumas vezes, o relato do menino, que também estava presente no momento do rapto, forneceu dados importantes aos investigadores.
A principal suspeita seria uma conhecida da responsável pelas crianças. Ela teria enganado a mulher e simulado o crime. Tanto ela, quanto o companheiro, já foram identificados pela Polícia. Os próximos passos do caso não foram divulgados pelas autoridades.
A pequena Isabela foi encontrada, nessa segunda-feira, após ser deixada sozinha por um casal em um comércio na Vila Luzita, região periférica de Santo André, por volta das 19h. Nessa mesma noite, os pais da criança foram à DP para encontrá-la.
Segundo uma tia da vítima relatou ao jornal, a mãe da menina foi atraída pela suspeita, que prometeu uma cesta básica. Em seguida, a responsável deixou as crianças com a mulher enquanto comprava cigarro em um bar. Quando retornou ao local, a suposta sequestradora já teria colocado a criança no carro.