Câmara aprova projeto que criminaliza discriminação de políticos

Projeto criminaliza discriminação de políticos

Câmara dos Deputados – Foto:Flickr

A Câmara dos Deputados aprovou, com 250 votos a favor e 163 contrários, um projeto que busca tornar crime a discriminação de pessoas “politicamente expostas”, incluindo políticos, ministros do Poder Judiciário e detentores de cargos comissionados.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enfatizou a necessidade desse projeto para garantir a segurança dos parlamentares, evitando agressões em qualquer lugar onde estejam presentes.

O texto também prevê punição para aqueles que impedirem que pessoas “politicamente expostas” ocupem cargos na administração pública. O projeto agora segue para o Senado.

Lira negou que o tema tenha sido tratado de forma precipitada, afirmando que foi discutido em reunião de líderes na terça-feira (13) antes da votação.

A proposta foi de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, e teve como relator o deputado Cláudio Cajado (PP-BA). Ela estabelece penas para crimes resultantes de discriminação contra pessoas “politicamente expostas”.

operação lácteos

PF, Receita e CGU fazem nova operação contra fraude em fornecimento de leite em PE

 Operação ‘Lácteos’

operação lácteos
Foto: Divulgação PF

A Polícia Federal (PF) em Pernambuco, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e a Receita Federal (RF) do Brasil, deflagrou, hoje (13), a Operação ‘Desnatura’. O objetivo é desarticular uma organização criminosa investigada pela suposta prática de desvio de recursos públicos do “Programa Leite de Todos”, gerenciado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado a partir do ano de 2014, valendo-se de um grande laticínio estabelecido no Estado e de uma Cooperativa de Produtores de Leite constituída com propósitos fraudulentos. 

O trabalho é um desdobramento da Operação ‘Lácteos’,
deflagrada também pela PF-PE, no mês de novembro de 2022. As
investigações tiveram início a partir de um Relatório de Auditoria do
Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), referente à
prestação de contas da gestão da Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Agrário, relativa ao ano de 2020, na qual foram identificados, segundo a
PF, indícios robustos de desvio de verbas públicas.

A
operação de hoje conta com a participação de 60 policiais federais e 6
auditores da Receita Federal, além de auditores da CGU que atuarão nas
análises das informações obtidas, e tem como finalidade dar cumprimento a
6 (seis) mandados de prisão preventiva, sendo 3 no Recife, dois em
Gravatá e um em Itaíba, e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades
de Gravatá (4), Itaíba (2), Pesqueira (1), Recife (8), Passira (1),
Ipojuca (2), Campina Grande-PB (1), e Rio de Janeiro-RJ (1).

Apuração dos fatos

Segundo a
PF, durante os trabalhos de apuração foi possível demonstrar que
empresários ligados a um grande laticínio do Estado e a uma empresa
sediada no Recife teriam desviado verbas do Governo Federal (PAA-Leite),
que deveriam ter sido destinadas à aquisição do leite cru fornecido por
pequenos produtores rurais inscritos no Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Também
foi evidenciada, com a análise pericial criminal elaborada em conjunto
com o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Pernambuco, a baixa
qualidade do leite adquirido – já que o mesmo teria sofrido adulteração
em sua composição, com redução do seu valor nutricional, afetando
diretamente os destinatários (pessoas com risco de insegurança alimentar
e alunos de escolas públicas). 

Primeira fase  

Conforme
a PF, durante a deflagração da primeira fase da investigação (Operação
Lácteos), foram identificadas manobras de embaraço às investigações –
obstrução à justiça, com descarte do “Leite da Merenda”, e suspensão do
fornecimento do “Leite de Aquisição” nos centros de distribuição. 

Além
disso, foi decretado o sequestro patrimonial no valor total de R$
95.931.880,15, a fim de descapitalizar a organização criminosa e
ressarcir os cofres públicos.  

Também
foi determinada a suspensão cautelar da atividade econômica da
cooperativa investigada e de todos os contratos firmados entre esta e o
poder público, além da suspensão do contrato firmado entre a empresa
sediada no Recife (também investigada) e a Secretaria de Educação e
Esportes (SEE), cujo objeto é o “Leite da Merenda”. Por fim, o laticínio
investigado foi impedido de realizar o beneficiamento de leite integral
pasteurizado a fornecedores contratados pela Administração Pública. 

CarlosBritto

Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro italiano, morre aos 86 anos

Berlusconi, que liderou três governos italianos entre 1994 e 2011 e cujo partido Forza Italia é um parceiro minoritário na atual coalizão governista, sofria de leucemia há algum tempo

Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro italiano, morre aos 86 anos – Foto: Tiziana Fabi / AFP

O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi morreu aos 86 anos. O magnata, que liderou três governos italianos entre 1994 e 2011 e cujo partido Forza Italia é um parceiro minoritário na atual coalizão governista, sofria de leucemia há algum tempo. Ele estava internado há dois dias para realizar exames de rotina, mas seu estado de saúde piorou.
Berlusconi foi um dos políticos mais extravagantes da Itália, fazendo um retorno político em 2017, apesar de uma carreira manchada por escândalos sexuais, inúmeras alegações de corrupção e uma condenação por fraude fiscal.
Ele passou seis semanas no hospital San Raffaele de Milão, em tratamento para uma infecção pulmonar ligada a uma leucemia mielomonocítica crônica, antes de ser readmitido. Na última sexta-feira ele foi hospitalizado para a realização de “exames agendados em relação à sua conhecida patologia hematológica”, segundo comunicado assinado por Alberto Zangrillo, chefe dos cuidados intensivos e médico pessoal do “Cavaliere”, e Fabio Ciceri, líder da Hematologia.
Berlusconi, que comandou o governo da Itália por quatro vezes, teve inúmeros problemas de saúde nos últimos anos. Em janeiro de 2022, o ex-premiê foi internado no San Raffaele para tratar uma infecção urinária. Em abril de 2021, também ficou internado por mais de três semanas, devido a sequelas da covid-19, contraída em setembro de 2020. Em 2016, passou por uma cirurgia cardíaca e já teve câncer de próstata. Ele estava entre os homens mais ricos da península com uma fortuna avaliada pela Forbes em cerca de 6,9 bilhões de dólares (em torno de 33,6 bilhões de reais na cotação atual).
Passado de escândalos
Desde 1994 na política, Berlusconi foi primeiro-ministro por nove anos e dominou a política de seu país durante duas décadas, apesar dos escândalos sexuais e processos judiciais que mancharam sua imagem. Para milhões de italianos, seu governo representa uma idade de ouro da economia italiana.
A sociedade financeira da família Berlusconi, a Fininvest, inclui canais de televisão, como a Mediaset, jornais e edições da Mondadori. Apaixonado por futebol, ele também presidiu o Milan por 31 anos antes de vender o clube em 2017 para investidores chineses.
Sua primeira condenação ocorreu em agosto de 2013. A sentença de prisão de quatro anos por fraude fiscal — três dos quais foram abolidos por uma anistia — foi confirmada pelo Tribunal de Cassação. Ele cumpriu a sentença no ano seguinte na forma de serviço comunitário, o que lhe custou seu título de Cavaliere.
Pai de cinco filhos de dois casamentos e avô de vários netos, o magnata voltou a se casar em 2020, com Marta Fascina, 53 anos mais jovem que ele, ex-modelo e deputada do Força Itália.

Agência O Globo

Após G7, Lula mantém posição sobre guerra na Ucrânia

Presidente ainda defende negociação sem envolvimento no conflito

Foto: Ricardo Sturket
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite deste domingo (21), em declaração à imprensa, após participar da Cúpula do G7, no Japão, que mantém sua posição sobre a guerra na Ucrânia. O conflito militar no país europeu, invadido pela Rússia, foi um dos temas centrais do encontro, que contou a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
“Ouvi atentamente o discurso do Zelensky no encontro. Ele certamente ouviu o meu discurso atentamente no encontro. E eu continuo com a mesma posição que estava antes. Estou tentando com a Índia, a China, a Indonésia e outros países, construir um bloco para a política de paz no mundo”, afirmou o presidente a jornalistas, ainda em Hiroshima, antes de embarcar de volta ao Brasil.
“O mundo não está precisando de guerra, o mundo está precisando de paz, de tranquilidade, para o mundo voltar a crescer e distribuir riqueza para quem passa fome no mundo”, acrescentou. Muito questionado sobre o assunto na coletiva de imprensa, o presidente respondeu que não foi ao encontro do G7 para discutir a guerra. Afirmou que foi debater economia e questões climáticas, e que há um foro específico, a Organização das Nações Unidas (ONU), para resolver o conflito entre russos e ucranianos.
“Eu disse no meu discurso que a discussão da guerra devia estar sendo feita na ONU. Eu sou presidente há cinco meses e nunca fui convidado para uma reunião na ONU para discutir a guerra. É na ONU que tem que ter [o debate]”, disse. Em seguida, fez uma provocação ao Conselho de Segurança da entidade.
“Por que o Conselho de Segurança não discute? Porque os que se envolvem na briga são membros. Então, não tem ninguém para discutir paz, porque estão todos envolvidos. São os membros do conselho que vendem armas, são os membros que fazem guerra. É preciso mudar a lógica de funcionamento das Nações Unidas”.
Mais cedo, o próprio governo brasileiro havia informado que a organização da reunião bilateral entre Lula e Zelensky não foi possível por dificuldade na conciliação das agendas dos dois líderes mundiais. O governo brasileiro sugeriu mais de um horário, mas não houve acerto.
“O fato é muito simples. Tinha um encontro bilateral com a Ucrânia, aqui nesse salão, às 15h15 [de domingo]. Esperamos e recebemos a informação de que eles tinham atrasado. Enquanto isso, atendi o presidente do Vietnã e quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente teve outros compromissos, não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu”, explicou.
Em entrevista, o presidente ucraniano confirmou a dificuldade. “Encontrei todos os líderes. Quase todos. Todos têm suas agendas próprias. Acho que é por isso que não pudemos encontrar o presidente do Brasil”. Questionado se ficou decepcionado por não ter conseguido realizar essa reunião, Zelensky respondeu: “Acho que ele que ficou decepcionado”.

Cúpula

O G7 reúne lideranças dos sete países mais industrializados do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Até 2014, a Rússia integrava o grupo, que era conhecido como G8. Ela, no entanto, foi expulsa devido à anexação da Crimeia, até então vinculada à Ucrânia.
As cúpulas do G7 costumam contar com a presença de países convidados. Nesta edição, o Brasil é o único representante sul-americano. Também foram convidados Austrália, Coreia do Sul, Vietnã, Índia, Indonésia, Comores e Ilhas Cook. O governo brasileiro chegou a ser informado pelos japoneses há algumas semanas que a ida de Zelensky a Hiroshima era uma possibilidade.
O presidente ucraniano aproveitou a oportunidade para buscar mais apoio na guerra contra a Rússia. A organização de uma reunião bilateral entre Brasil e Ucrânia foi inicialmente um pedido do país europeu.

Neutralidade

O Brasil é um dos países, como a Índia e a China, que vem proclamando publicamente uma postura de neutralidade na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Por isso, países europeus e os Estados Unidos, que apoiam os ucranianos no conflito, faziam pressão para que Lula e Zelensky se reunissem. Embora não tenha conversado pessoalmente com o presidente brasileiro, Zelensky chegou a ter um encontro com o premiê da Índia, Narendra Modi.
Durante a coletiva, Lula foi questionado sobre o formato desse coletivo de países que querem atuar pela paz na Ucrânia, e o presidente brasileiro falou da necessidade de um cessar-fogo imediato.
“Só é possível discutir a paz quando o Zelensky e o Putin quiserem discutir a paz. Não é possível construir uma proposta em guerra. O que nós queremos é que, primeiro pare a guerra, parem os ataques e vamos tentar dialogar para construir uma saída entre Ucrânia e a Rússia”.
Ainda segundo o presidente, no momento, não há interesse das partes em falar sobre a paz. E, para que haja uma negociação, os dois lados terão que ceder em alguma medida. “O Celso Amorim [assessor internacional da Presidência] foi lá na Rússia e depois na Ucrânia. E o Amorim falou que, por enquanto, eles não querem conversar sobre paz. Se um tem uma proposta, é a rendição do outro, se o outro tem uma proposta, é a rendição do primeiro. E ninguém vai se render. Negociação não é rendimento. E vai ter um momento que vão querer uma negociação”.
Agência Brasil
Dilma

Economia verde e Rússia serão desafios para Dilma no Banco do Brics

Ex-presidenta assumirá comando do NDB durante viagem de Lula à China

Dilma
Foto: Marcello Camargo
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a Xangai, na etapa final da viagem à China, será recebido por uma velha conhecida. A essa altura, a ex-presidenta Dilma Rousseff estará no comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), nome oficial do Banco do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Com US$ 32 bilhões em projetos aprovados desde 2015, o banco atualmente investe US$ 4 bilhões no Brasil, principalmente em rodovias e portos.
Previsto para ocorrer entre 29 e 31 de março, o encontro com Lula em Xangai, onde fica a sede do NDB, deverá ser marcado pela posse oficial de Dilma no banco que ela própria ajudou a fundar, em 2014. Segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a nova comandante da instituição tem a oportunidade de ampliar a inserção internacional no banco, mas terá dois grandes desafios: impulsionar projetos ligados ao meio ambiente e driblar o impacto geopolítico das retaliações ocidentais à Rússia, um dos sócios-fundadores.
Em relação à economia verde, o principal desafio de Dilma, que enfrentou conflitos com a área ambiental do governo nos dois mandatos de Lula, não será a adaptação às novas exigências ambientais dos projetos de infraestrutura. Na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP-27), no Egito, o NDB assumiu o compromisso de aumentar o financiamento a projetos ambientalmente sustentáveis, mas o sucesso dessa missão depende da vontade da China e da Rússia de injetarem dinheiro nesse tipo de empreendimento.
“Nesse ponto, vai depender mais de quem coloca o dinheiro e financia os projetos, principalmente a Rússia e a China, que não têm esse perfil ambientalista, decidir colocar valores em projetos mais ambientais. A adaptação da Dilma ao perfil de economia verde é o menor dos problemas”, diz Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo. Ela, no entanto, lembra que a China pode usar o banco para suavizar a imagem de grande emissor de carbono e financiar esses projetos.

Articulação

Doutor em relações internacionais na Universidade de Lisboa e membro da Associação Portuguesa de Ciência Política, o economista Igor Lucena concorda. Para ele, a articulação entre os países-membros do Banco do Brics será importante para que os sócios apresentem projetos de sustentabilidade verde no médio e no longo prazo.
“A gente sabe que esses projetos não são simples, demoram para emplacar, como o hidrogênio verde no Ceará, mas são projetos importantes e que podem ser para a presidente Dilma um legado e uma marca da sua gestão dentro do banco. Então, isso vai ter que ser feito em parceria com os países-membros e, talvez, colocar como requisito para os novos países que querem entrar no banco a possibilidade e a necessidade de investir capital dentro desse projeto verde”, sugere.

Rússia

Outro desafio que Dilma terá de enfrentar no comando do NDB será a resistência dos países ocidentais em relação à Rússia. Segundo Lucena, as sanções por causa da guerra na Ucrânia estão impedindo o banco de emitir títulos no mercado financeiro europeu e norte-americano. A nova presidenta da instituição terá de encontrar opções para captar recursos fora do Brics.
“Haverá uma maior necessidade de a presidente Dilma articular com países não atrelados às sanções contra a Rússia para que o banco possa emitir títulos, dívida em estados e regiões que sejam capazes de absorver esses papéis e dar capilaridade de financiamento ao banco. Talvez esse seja o maior desafio da ex-presidente Dilma dentro do Brics: a situação internacional da Rússia e como isso impacta dentro do próprio banco”, diz Lucena.
Carla Beni reconhece as dificuldades trazidas pela guerra na Ucrânia e pela alta nos juros internacionais, mas diz que Dilma tem um elemento a seu favor: a restauração da imagem do Brasil no exterior após a posse de Lula. “A gestão de Dilma pode melhorar a imagem e a relevância do banco e isso fortalece a posição, porque o governo anunciou e está deixando bem claro que quer fortalecer a aliança do Brasil com o mundo. O presidente Lula abriu o governo dizendo que o Brasil voltou à mesa de negociações”, explica.

Experiência

Outro elemento importante apontado pelos dois especialistas está no próprio currículo da nova comandante do NDB. Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, comandavam os países quando Dilma era presidenta da República. Isso, segundo eles, dá traquejo político à Dilma.
“Um ex-presidente [de um país], seja ele quem for, tem relevância porque tem acesso a outros chefes de Estado. Para o próprio banco, a indicação da Dilma teve uma sinalização positiva. Tem um detalhe a que as pessoas não se atentam muito. A Dilma foi uma das fundadoras do Banco do Brics em 2014, então ela tem uma representação interna lá dentro e um trânsito muito bem visto sob a ótica do banco”, relembra Beni.
“Dilma tem dois pontos fundamentais que podem marcar sua gestão. Primeiro, há uma disposição muito maior da China em avançar com o NDB, mas também de trazer novos sócios ao banco. Ou seja, a possibilidade de novos recursos entrarem no banco e isso alavancar a capacidade das empresas brasileiras, o que é um fator positivo”, destaca Lucena.

Troca de poder

No último dia 10, o banco comunicou oficialmente que o atual presidente, o brasileiro Marcos Troyjo, deixará a instituição em 24 de março. Secretário especial de Comércio Exterior e Relações Internacionais do antigo Ministério da Economia, Troyjo ocupava a presidência do NDB desde julho de 2020. Segundo o comunicado oficial, a sucessão foi mutuamente acordada com o atual governo e obedece à governança e aos procedimentos da instituição.
Dilma presidirá o banco até julho de 2025, quando acaba o mandato rotativo entre os países fundadores da instituição financeira. Após o presidente Lula tomar posse, o governo articulou a troca de poder, consultando todos os sócios. Na próxima sexta-feira (24), no mesmo dia em que Troyjo deixa o cargo, Dilma será eleita formalmente para assumir o posto em Xangai, mas uma cerimônia oficial de posse está prevista durante a viagem de Lula à China.
No comunicado emitido no último dia 10, o NDB enumerou conquistas na gestão de Troyjo, como a ampliação da carteira de crédito para US$ 32 bilhões que financiam quase 100 projetos e a melhoria da nota do banco pelas agências de risco, com nota AA+ para operações de longo prazo. Essa classificação é mais alta que a dos quatro principais bancos norte-americanos.
Agência Brasil
Putin

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão para Putin

Rússia não reconhece a Corte; organismo internacional sediado em Haia também emitiu mandado de prisão para autoridade russa no centro do suposto esquema para deportar à força milhares de crianças ucranianas para a Rússia

Putin
Foto: Pavel Bednyakov/Sputnik/AFP/Getty Images
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão para o presidente russo Vladimir Putin e Maria Lvova-Belova.
Lvova-Belova é a autoridade russa no centro do suposto esquema para deportar à força milhares de crianças ucranianas para a Rússia.
O organismo internacional sediado na cidade de Haia, na Holanda, anunciou os mandados em um comunicado à imprensa nesta sexta-feira (17).
No comunicado, o TPI pontua que Putin e Lvova-Belova são “supostamente responsáveis” pelos crimes de guerra, de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população (crianças) da Ucrânia para a Rússia.
O TPI ainda afirmou que, embora os mandados sejam sigilosos para proteger as vítimas e salvaguardar a investigação, o fato da guerra ainda estar em curto e “que a divulgação pública dos mandados pode contribuir para prevenir a continuação da prática de crimes”, foi decidida a divulgação da existência dos mandados.
Ainda é improvável que um julgamento em Haia vá adiante. A Rússia não é membro do TPI e o tribunal não realiza julgamentos à revelia, portanto, qualquer funcionário russo acusado teria que ser entregue por Moscou ou preso fora da Rússia.
De acordo com os EUA e vários governos europeus, o regime de Putin realizou um esquema para deportar à força milhares de crianças ucranianas para a Rússia, muitas vezes para uma rede de dezenas de campos, onde os menores passam por reeducação política.
“Os esforços de Lvova-Belova incluem especificamente a adoção forçada de crianças ucranianas em famílias russas, a chamada ‘educação patriótica’ de crianças ucranianas, mudanças legislativas para acelerar o fornecimento de cidadania da Federação Russa a crianças ucranianas e a remoção deliberada de crianças ucranianas pelas forças da Rússia”, disse o Tesouro dos EUA em setembro.
O título governamental de Lvova-Belova é comissária para os direitos da criança no Gabinete do Presidente Russo.
A Rússia caracterizou os relatos de realocação forçada como “absurdos” e disse que faz o “melhor” para manter os menores com suas famílias.
O chefe de gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Andry Yermak, disse que o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para o presidente russo, Vladimir Putin, é “apenas o começo”.
“Este é apenas o começo”, Yermak postou no Telegram nesta sexta-feira.
CNN
Lula e Dilma

Lula quer Dilma como presidente de Banco do Brics até março

Lula pretende substituir o economista Marcos Troyjo pela ex-presidente Dilma Rousseff até o fim do mês; Troyjo foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro

Lula e Dilma
Lula e Dilma. Foto: AGÊNCIA BRASIL
O presidente Lula pretende que a substituição do economista Marco Troyjo no Banco do Brics seja resolvida já nas próximas semanas, antes da viagem que ele fará à China, prevista para março.
A candidata do petista para o cargo é a ex-presidente Dilma Rousseff, e ele pretende chegar ao gigante asiático com ela na comitiva.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já conversou com Troyjo sobre o desejo do governo de que ele renuncie ao cargo. O economista foi eleito para o cargo em maio de 2020 para um mandato de cinco anos —que só se encerraria em 2025.
A permanência de Troyjo, indicado pelo governo de Jair Bolsonaro para o cargo, é considerada insustentável: entre outras críticas, ele chegou a chamar Lula de “presidiário” quando era comentarista da rádio Jovem Pan, em 2018.
Estado de Minas
Lula

Lula embarca para os Estados Unidos para encontro com Biden

Democracia, meio ambiente e direitos humanos terão prioridade na pauta

Lula
Foto: Ricardo Stuckert / Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou hoje (9) para os Estados Unidos onde se encontrará com o presidente norte-americano, Joe Biden, em Washington. A reunião vai ocorrer amanhã (10) à tarde, na Casa Branca, e segundo a Presidência, marca a retomada das relações entre os dois países, que em 2024 vão completar 200 anos de diplomacia. Geraldo Alckmin assume a Presidência da República na ausência do titular.
Antes, também estão previstos encontros do presidente brasileiro com o senador Bernie Sanders, com deputados do partido Democrata e com representantes da Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO).
“Queremos construir relações de parceria e crescimento entre nossos países, pelo desenvolvimento da nossa região, debater ações pela paz no mundo e contra as fake news”, escreveu Lula em publicação nas redes sociais.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a pauta do encontro com Biden terá três temas centrais: democracia, direitos humanos e meio ambiente. Os dois presidentes devem discutir como os dois países podem continuar trabalhando juntos para promover a inclusão e os valores democráticos na região e no mundo.
Lula e Biden foram eleitos e assumiram seus mandatos em contextos similares, de denúncias de supostas fraudes eleitorais e em meio a tentativas de golpe. Assim como as invasões e depredações às sedes dos Três Poderes, de 8 de janeiro, o Capitólio, sede do Legislativo dos Estados Unidos, foi atacado em janeiro de 2021 por radicais insatisfeitos com a derrota eleitoral do ex-presidente Donald Trump.
Ao falar, nesta terça-feira (7), sobre os preparativos da viagem do presidente, o secretário das Américas do Itamaraty, embaixador Michel Arslanian Neto, lembrou que Lula conversou recentemente com Biden, por telefone, em duas oportunidades. A primeira, quando foi declarado vencedor das eleições presidenciais em outubro do ano passado, e a segunda, no dia 9 de janeiro, um dia após os atos golpistas em Brasília.
“Os dois países estão experimentando desafios semelhantes, uma preocupação comum com o tema da radicalização, violência política, com o tema do uso das redes [sociais] para a difusão de desinformação e discurso de ódio. Então, com as duas principais democracias do mundo se reunindo em seu mais alto nível, será uma oportunidade ímpar para que enviem uma mensagem de forte apoio a processos políticos, sem recursos a extremismos, à violência e com o uso adequado das redes sociais”, destacou o embaixador.
Pautas centrais
Já na área ambiental e de mudanças do clima, o Brasil pretende se apresentar como ator ativo e comprometido com suas obrigações de reativar os instrumentos de proteção ambiental, mas também pretende buscar engajamento dos países envolvidos, para cumprimento de suas obrigações em termos de financiamento na área climática.
Sobre a pauta relacionada a direitos humanos, devem ser debatidos temas como o combate à fome e à pobreza em âmbito global, os direitos dos povos indígenas e o combate ao racismo, além da integração dos dois milhões de brasileiros que vivem nos Estados Unidos – maior comunidade do Brasil no exterior.
A secretária do Departamento do Interior dos Estados Unidos, Deb Haaland, foi líder da delegação norte-americana na posse de Lula, em nome do presidente Joe Biden. Haaland é responsável pelas políticas dos povos indígenas em seu país, e quando esteve em Brasília, encontrou a presidente da Funai, Joenia Wapichana.
Na esfera econômica, o governo brasileiro busca a dinamização de investimentos, em particular na transição energética e geração de energia limpa, e uma maior integração das cadeias produtivas. Ambos os líderes conversarão, igualmente, sobre as principais questões da agenda internacional, como paz e segurança e governança no G-20.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil e principal destino das exportações de produtos industrializados. No ano passado, o intercâmbio total entre os dois países foi de cerca de US$ 88,7 bilhões, valor inédito na série histórica. Além disso, é o país com o maior estoque de investimentos no Brasil, estimado em US$ 123 bilhões.
Relações internacionais
A viagem do presidente Lula atende a convite do presidente Joe Biden. Ele ficará hospedado na Blair House, residência oficial onde o presidente dos Estados Unidos recebe os convidados mais importantes.
Integram a comitiva, a primeira-dama Janja Lula da Silva e os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira; da Fazenda, Fernando Haddad; do Meio Ambiente, Marina Silva; e da Igualdade Racial, Anielle Franco. Também acompanham o presidente o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Elias Rosa; o líder do governo no Senado, Jacques Wagner; e o assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, embaixador Celso Amorim.
O retorno ao Brasil está previsto para sábado (11).
Os Estados Unidos são o terceiro país visitado por Lula, desde que assumiu o mandato. Em janeiro, ele esteve na Argentina e no Uruguai, onde tratou das relações bilaterais entre os países, a integração da América Latina e o fortalecimento do Mercosul, o bloco econômico composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Também estão previstas viagens para China e Portugal nos próximos meses. Lula também recebeu convite do presidente da França, Emmanuel Macron, para visitar o país.

Chanceler alemão chega hoje ao Brasil

Olaf Scholz se reunirá com Lula no Palácio do Planalto

Foto: Michael Kappeler / Reuters
O chanceler alemão Olaf Scholz chega hoje (30) ao Brasil e terá encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com delegações de empresários.
Segundo a Embaixada da Alemanha, a viagem de Scholz incluiu, também, Argentina e Chile, visando enfatizar a importância da América do Sul para o governo alemão.
No tuíte, o presidente Lula disse que a relação de amizade e cooperação entre os dois países seria retomada.
Na agenda de Lula para hoje, divulgada pelo Palácio do Planalto, está prevista para as 15h30 a cerimônia de chegada do chanceler, seguida de reunião bilateral às 15h45.
Às 18h, Lula e Scholz se reúnem com as delegações empresariais do Brasil e da Alemanha. Em seguida, será feita uma declaração à imprensa, às 18h30.
Às 19h30 haverá um jantar em homenagem a Scholz no Palácio Itamaraty.
A ministra alemã da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, deve acompanhar as reuniões. No fim de semana, ela se encontrou com representantes de sindicatos, sociedade civil e empresas em São Paulo, para tratar de temas relacionados à energia sustentável.
Agência Brasil 
Lula e Fernandez

Lula encerra visita à Argentina e segue para o Uruguai

Agenda inclui encontros com presidente Luis Lacalle Pou e Pepe Mujica

Lula e Fernandez
Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerra hoje (25) sua visita oficial à Argentina e segue para o Uruguai. Por meio de seu perfil na rede social Twitter, Lula confirmou encontro com o presidente uruguaio Luis Lacalle Pou e também com o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica.
De acordo com agenda informada pelo Palácio do Planalto, a partida de Lula de Buenos Aires para Montevidéu deve acontecer às 10h30. Às 12h, ele se reúne com Lacalle Pou na Residência Oficial de Suarez e Reyes, onde fazem uma declaração conjunta à imprensa.
O encontro com o ex-presidente Mujica deve acontecer às 16h30. No início da noite, Lula deixa Montevidéu, com chegada à Base Aérea de Brasília prevista para 21h30.

Hoje me despeço da Argentina, que tão bem nos recebeu nos últimos dias, rumo ao Uruguai. Me encontrarei com o presidente @LuisLacallePou e farei uma visita pessoal ao amigo Pepe Mujica. O Brasil está retomando seu papel de diálogo e parcerias com o mundo. Bom dia!

— Lula (@LulaOficial) January 25, 2023

Agência Brasil