Andreia Medeiros

Jornalista Sanchilis Oliveira é processado pela primeira-dama de Jaboatão e enfrenta batalha judicial em defesa da liberdade de imprensa

Audiência de conciliação não chega a acordo após primeira-dama de Jaboatão dos Guararapes processar jornalista por matéria investigativa sobre seus vencimentos na CBTU.

Andreia Medeiros
Foto: Chico Bezerra / PMJG
Jaboatão dos Guararapes, [26/07/2023] – O jornalista Sanchilis Oliveira se encontra diante de uma batalha judicial após publicar uma reportagem no Portal Fala News que revelou os vultosos valores recebidos pela atual primeira-dama do município de Jaboatão dos Guararapes, Andreia Medeiros, através da Companhia Brasileira de Trens Urbanos do Recife (CBTU) no ano de 2022. A primeira audiência de conciliação realizada na manhã da quinta-feira (20/07) no município de Escada, na Zona da Mata Sul pernambucana, resultou na proposta de construção de uma matéria esclarecendo com detalhes os recebimentos da primeira dama, porém em  novo encontro ocorrido nesta quinta-feira (26/07) perante a segunda vara da comarca de Escada, não houve avanço do acordo. Isto porque  Andreia Medeiros, desistiu de seguir com a proposta feita por ela mesma através de seus advogados e aceita pelo jornalista na semana passada, a desistência dela sem nenhuma justificativa faz com que o processo siga seu curso na justiça.
A matéria publicada pelo Portal Fala News expôs que a esposa do prefeito de Jaboatão, Luiz Medeiros (PL), ligada à influente Família Ferreira, recebeu um vultuoso valor bruto de R$ 40.900,79 no mês de julho de 2022, referente a seus vencimentos na CBTU incluindo verbas indenizatórias. O valor que chamou a atenção supera em mais de 200% os salários brutos recebidos por ela nos meses anteriores, sendo R$ 13.832,26 em junho e R$ 11.872,91 em maio.
Esses dados levantaram questionamentos sobre a atuação da CBTU e seu vínculo com a Família Ferreira, que mantinha um acordo com o presidente Jair Bolsonaro até o final do seu mandato no ano passado. A relação política entre a família Ferreira, o atual prefeito de Jaboatão e o ex-presidente é destacada, especialmente considerando o apoio prestado pelo clã político ao então candidato a presidente Jair Bolsonaro na campanha de 2022.

O montante recebido por Andreia Medeiros, em meio a um cenário de sucateamento dos trens e estações e as más condições de trabalho para os funcionários, levantou indícios de que a CBTU poderia estar sendo utilizada como um cabide político da família Ferreira, alimentando suspeitas sobre o uso indevido do dinheiro público.
Sanchilis Oliveira
Jornalista Sanchilis Oliveira protesta após audiência contra tentativa de censura por parte da primeira-dama de Jaboatão dos Guararapes. Foto: Portal Fala News

Diante das revelações, Sanchilis Oliveira enfrenta agora o processo movido pela própria primeira-dama, que alega difamação e busca censurar a imprensa livre. Em declaração, o jornalista enfatizou acreditar estar sendo perseguido e que sua dedicação à verdade e aos fatos é inabalável:

“A primeira-dama, seu marido e o grupo político da família Ferreira tentam calar a imprensa livre e promover a censura àqueles que não se vendem aos seus caprichos e desejos. Não nos calaram e não irão nos censurar. Isso é típico dos autoritários da extrema-direita, que se acham donos do poder. Meu compromisso é com a informação e não com um governo, um político, ou algum clã da burguesia política de Pernambuco. Vou vencer mais essa pois estou com a verdade, e contra fatos não há argumentos que se segurem de pé.”

Todas as informações mencionadas na matéria foram obtidas através de fontes públicas e disponíveis, sendo que os dados sobre os vencimentos dos funcionários da CBTU, incluindo os valores recebidos pela primeira-dama de Jaboatão, são acessíveis no site da empresa pública.
Andreia Medeiros
Imagem: Portal da Transparência da CBTU
O processo em andamento coloca em destaque a importância da liberdade de imprensa e da independência dos jornalistas para divulgar informações de interesse público. A sociedade estará atenta ao desdobramento dessa ação judicial, que não apenas diz respeito ao embate entre o jornalista Sanchilis Oliveira e a primeira-dama Andreia Medeiros, mas também ao direito de informar e ser informado em uma sociedade democrática.
Túlio

Rede Sustentabilidade em Pernambuco enfrenta guerra interna entre ala histórica e o gabinete de Túlio Gadelha

Guerra pelo controle de espaços dentro da Rede em Pernambuco, tem em muitos casos infringido o estatuto e até mesmo a democracia interna que se propôs na fundação do partido.

Túlio
Foto: Divulgação

O partido Rede Sustentabilidade vive um clima de guerra na sua política interna em Pernambuco desde que o deputado Túlio Gadelha ingressou na legenda, esse clima piorou durante o processo eleitoral de 2022, quando o parlamentar junto com seu chefe de gabinete Luís Marcelo que é primeiro porta-voz do partido e a segunda porta-voz Sylvia Siqueira ditaram a dinâmica de escolha dos candidatos, deixando alguns nomes de fora da disputa no ano passado, além da questão da distribuição dos recursos financeiros do fundo eleitoral, que foi tema de muitas críticas, rompimentos e insatisfações de diversos candidatos nas eleições do ano passado.
Com a vitória eleitoral de Túlio para seu segundo mandato como deputado federal com mais de 134 mil votos, os problemas sobre a democracia interna do partido só se acentuaram. Agora com o processo de realização das conferências municipais por todo estado, com a eleição das novas direções, e a eleição de delegados para o congresso estadual do partido, o clima de disputa se acirrou.
Manobras regimentais e até mesmo fora do regimento e do estatuto partidário estão sendo tomadas, como a anulação ilegal de muitas conferências municipais de grupos e dirigentes que não são ligados ao deputado Túlio Gadelha, como os casos de Paulista, Cabo de Santo Agostinho, e Escada, que com uma canetada da comissão executiva estadual, na pessoa do porta-voz Luís Marcelo decidiu anular todo processo realizado, e convocar novas conferências com pessoas ligadas ao gabinete, porém sem a legitimidade e a legalidade necessária para condução do processo de eleição.
A força tarefa montada pelo Deputado Túlio Gadelha para desmobilizar a ala da Rede Sustentabilidade que não está debaixo de suas ordens, tem ocorrido de forma que pode ser rotulada como antidemocrática, bem semelhante ao que ocorre em partidos de direita e da extrema-direita, onde os mandatários tem um partido para chamar de seu, e dão as ordens de como deve ser feita a política interna dos partidos.
No PDT partido onde Túlio viveu quase que toda sua vida política, mesmo estando no campo da centro-esquerda, as coisas funcionavam quase que dessa maneira, que o parlamentar tem inaugurado na Rede, o ex-pedetista saiu do partido criticando veementemente a inexistência de democracia interna na sigla, chegou a brigar com os dirigentes do partido a nível nacional e estadual, teve nas mãos do diretório municipal do PDT mas perdeu logo após os episódios da formação de chapa, desistência de sua pré-candidatura a prefeito da capital, e posteriormente a indicação de um nome crítico ao PSB. Acabou perdendo assim o controle do partido para Isabella de Roldão que foi eleita vice-prefeita do Recife na chapa de João Campos.
Na Rede Sustentabilidade de Pernambuco, Túlio e seus funcionários, enterram no partido em dezembro de 2021, e desde então praticam a mesma maneira de atropelo, sufocamento e tratoramento, que acusaram ter vivido no PDT. A disputa vai muito além das fronteiras de Pernambuco, o grupo que o deputado faz parte quer tomar conta da Rede a nível nacional, e estão trabalhando para derrotar a ala histórica do partido ligada a ex-senadora Heloisa Helena que é a atual presidente nacional do partido.

Atos Golpistas

PF cumpre 32 mandados de prisão em investigação sobre atos golpistas

Alvos são participantes ou financiadores das invasões de 8 de janeiro

Atos Golpistas
Foto: José Cruz – Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (17) a oitava fase da Operação Lesa Pátria, resultado das investigações policiais que buscam identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos antidemocráticos que resultaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em 8 de janeiro.
Segundo a instituição, 32 mandados judiciais de prisão preventiva e 46 de busca e apreensão estão sendo cumpridos em dez estados: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul; Rondônia e São Paulo.
A primeira fase da Operação Lesa Pátria aconteceu em 20 de janeiro deste ano, para investigar supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Balanço
Tornada permanente, a ação da PF tinha resultado, até o último dia 7, quando foi deflagrada a sétima fase, no cumprimento de 29 mandados de prisão preventiva; três de prisão temporária e 109 de busca e apreensão.
Os números têm sido atualizados periodicamente e a PF deve divulgar, em breve, os dados mais recentes.
No total, já foram instaurados sete inquéritos para apurar os fatos e as responsabilidades: três específicos contra parlamentares que participaram dos atos, um contra financiadores, um contra autores intelectuais, um contra os executores materiais e outro contra as autoridades do Distrito Federal – o governador Ibaneis Rocha, que chegou a ser afastado do cargo; o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres e o ex-comandante-geral da Polícia Militar, Fábio Vieira.
Além das prisões preventivas realizadas durante as diversas fases da Lesa Pátria, 2.151 pessoas suspeitas de participar dos atos já tinham sido presas entre os dias 8 e 9 de janeiro, no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.
Destas, 294 (86 mulheres e 208 homens) permanecem no sistema penitenciário do Distrito Federal. Os demais foram soltos por não representarem mais riscos à sociedade e às investigações.

Entenda

Depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em segundo turno, no final de outubro, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro demonstram inconformismo com o resultado do pleito e iniciaram uma série de acampamentos em frente a quartéis generais do país, pedindo golpe militar no país para depor o presidente eleito.
As manifestações culminaram com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.
Agência Brasil