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Sargento gay da PMPE obtém licença paternidade, por meio de decisão inédita, para cuidar da filha

A pequena Sofia nasceu de fertilização in vitro da barriga solidária da irmã do sargento

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Foto: Reprodução
No mesmo mês que uma tragédia marcou a morte de um policial militar no Maranhão após denunciar homofobia e tortura dentro da corporação, um sargento da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), que é abertamente gay, obteve um feito inédito na instituição: uma licença paternidade de seis meses para cuidar de sua filha.
O sargento Valdi Barbosa, pai da bebê Sofia, comemora a conquista do direito. “Mostrei que minha família existe e preferi não me esconder”, afirma Valdi. Sofia é filha do sargento com o professor de inglês Rafael Moreira, e sua concepção se deu por meio de fertilização in vitro com a barriga solidária da irmã de Valdi.
A jornada para a obtenção da licença paternidade foi complexa. Valdi, que tem 14 anos de serviço na Cavalaria, percebeu a necessidade de dedicar-se integralmente à recém-nascida. Com esse propósito, ele decidiu protocolar um requerimento junto ao governo estadual. O processo, que iniciou em janeiro e se estendeu até maio, envolveu diversas etapas dentro da corporação, desde secretarias da Polícia Militar até a Procuradoria Geral do Estado.
O sargento relata que encontrou poucos precedentes de pais solos com licença paternidade estendida, e nenhum deles era policial militar. O pedido foi acolhido por diversas instâncias e chegou até a juíza do 4º Juizado Especial da Fazenda Pública da Capital, Nicole de Faria Neves, que assinou a sentença em julho do ano passado.
Valdi enfatiza que a licença paternidade é um direito da criança, que merece ter alguém dedicado a ela por seis meses. Valdi e Rafael, que trabalha dando aulas online, juntam os esforços para cuidar da filha e também contam com a ajuda de amigos para cuidar da criança.