Levantamento da Arpen revela que mais de 16 milhões de nascimentos ocorridos entre 2016 e 2021 registraram ausência paterna, gerando debate sobre a presença dos pais nas famílias brasileiras.
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Neste domingo, dia 13 de agosto, enquanto muitas famílias celebram o Dia dos Pais, uma questão delicada é trazida à tona: a presença dos pais na vida de seus filhos. Segundo dados alarmantes da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), a ausência paterna tem sido uma realidade crescente no Brasil. A cada dia, cerca de 470 crianças são registradas sem o nome do pai em suas certidões de nascimento, suscitando reflexões sobre a importância dessa figura na formação das famílias brasileiras.
Entre os anos de 2016 e 2021, período que abrangeu 16 milhões de nascimentos, impressionantes 859,3 mil registros – o equivalente a 5,33% do total – não contaram com o nome do pai na certidão. Quando o pai está ausente ou se recusa a registrar a criança, apenas o nome da mãe consta no documento oficial.
A análise regional desses dados revela padrões preocupantes. A região Norte lidera o ranking de ausência paterna, com 7,5% dos 1.454.485 nascimentos ocorrendo sem o nome do pai na certidão – um total de 109.594 casos. As regiões Nordeste e Centro-Oeste ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente. No Nordeste, 5,7% dos 4.308.840 filhos não possuem o nome do pai registrado, correspondendo a 249.578 genitores. Enquanto isso, no Centro-Oeste, a proporção é de 5,3%, representando 72.536 casos de pais ausentes dentre os 1.347.030 nascimentos.
Em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste apresentam a menor proporção de pais que não assumiram a paternidade. O Sudeste registra 4,7% de ausência paterna em relação aos 6.689.454 nascimentos – 319.518 pais não estão presentes nos registros. No Sul, essa proporção é de 107.987 casos, representando 4,7% dos 2.297.124 nascimentos.
Os números alarmantes foram levantados a partir do Portal da Transparência do Registro Civil, uma plataforma que permite acesso a registros de unidades de todo o território nacional. Esses dados não apenas suscitam reflexões sobre a participação paterna na vida das famílias, mas também indicam a necessidade de conscientização e políticas que promovam a responsabilidade compartilhada na criação dos filhos. A discussão sobre o papel dos pais na sociedade moderna continua a ganhar relevância, destacando a importância do Dia dos Pais para ampliar a conscientização e o diálogo sobre essa questão crucial.