Jair Bolsonaro e Mauro Cid

Delação de Mauro Cid pode implicar Jair Bolsonaro em crimes graves

Caso Cid forneça provas em sua delação premiada, ex-presidente pode enfrentar acusações que incluem peculato, lavagem de dinheiro e tentativa de golpe de Estado.

Jair Bolsonaro e Mauro Cid
Foto: Reprodução
Em meio às investigações no inquérito das milícias digitais, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, filiado ao PL (Partido Liberal), ganha destaque, pois pode estar prestes a ser implicado em uma série de crimes graves, caso Mauro Cid, ex-assessor e colaborador próximo, forneça elementos incriminatórios em sua delação premiada. As acusações incluem peculato, lavagem de dinheiro e tentativa de golpe de Estado.
O inquérito 4874, que corre sob sigilo no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, reúne diversas investigações, como a venda de joias presenteadas por autoridades, a suposta falsificação de um cartão de vacina, e a análise de minutas e diálogos de cunho golpista encontrados no celular de Mauro Cid.
Um dos principais pontos de investigação envolve a venda das joias presenteadas por autoridades internacionais a Jair Bolsonaro. O crime de peculato, que carrega uma pena de 2 a 12 anos de prisão, depende da interpretação de se os presentes podem ser considerados bens públicos, uma questão que a defesa de Bolsonaro contesta. Além disso, a condenação do ex-presidente dependerá da comprovação de que ele ordenou as vendas ou se beneficiou do esquema.
No caso da lavagem de dinheiro, não basta apenas demonstrar a venda dos bens e o uso do dinheiro, é necessário provar que as operações foram realizadas com a intenção de ocultar a origem criminosa dos valores. Recentemente, Mauro Cid afirmou que vendeu joias a mando de Bolsonaro, mas essa afirmação gerou controvérsias.
A suspeita de falsificação de cartão de vacinação, que envolve Mauro Cid, a esposa e a filha mais nova de Bolsonaro, bem como o ex-presidente, resultou na prisão preventiva do ex-assessor. Contudo, a condenação pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e inserção de dados falsos em sistema de informações é considerada improvável por especialistas, uma vez que o crime de uso de documento falso já engloba o de falsificação.
O inquérito das milícias digitais, também sob investigação, traz à tona a suspeita de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado, com penas que variam de 4 a 12 anos de prisão. Os elementos que apontam nesse sentido em relação a Mauro Cid ainda não foram revelados devido ao sigilo do inquérito.
No entanto, diálogos encontrados nos celulares de Mauro Cid incluem uma minuta de um decreto de estado de sítio e discussões sobre a viabilidade de intervenção das Forças Armadas nas eleições de 2022. A defesa de Bolsonaro negou seu envolvimento em articulações golpistas, alegando que o celular de Cid era uma mera “caixa de correspondência” para as queixas de terceiros.
Atualmente, Jair Bolsonaro é formalmente investigado em relação aos eventos de 8 de janeiro, com indícios iniciais de autoria do delito de incitação ao crime. Contudo, a configuração desses crimes depende da demonstração de participação direta do ex-presidente na organização dos eventos.
Eberth Santos

Tricampeão de jiu-jítsu Erberth Santos é preso por série de estupros e roubos em Mato Grosso do Sul

O atleta e o lutador André Pessoa foram detidos em São Paulo após crimes violentos

Eberth Santos
Foto: IBJJF
O tricampeão mundial de jiu-jítsu Erberth Santos foi detido em flagrante na quinta-feira (24), na cidade de Boituva, interior de São Paulo. Ele é acusado de praticar uma série de estupros e roubos em várias cidades de Mato Grosso do Sul. André Pessoa, também lutador, foi preso por participação nos crimes. 
As detenções ocorreram após ações conjuntas da Polícia Militar Rodoviária de São Paulo e do Batalhão de Choque de Mato Grosso do Sul. Os suspeitos permanecem no interior de São Paulo, entretanto, as investigações serão conduzidas por Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. 
Os crimes cometidos pelo grupo envolviam grande violência, incluindo o uso de ameaças, agressões e amarração das vítimas. Na posse dos autores, foram encontrados 26 celulares e facas.
De acordo com as investigações, Erberth e André são acusados de estuprar quatro mulheres, porém, a polícia do Batalhão de Choque suspeita que o número de vítimas possa ser ainda maior. 
Pernambuco

Pernambuco registra terceiro maior número de crimes violentos no Brasil no primeiro semestre de 2023

Dados revelam que 1.722 ocorrências de homicídios, latrocínios e lesões corporais com mortes no estado

Pernambuco
Foto: Sidney Lucena/ JC Imagem
No primeiro trimestre de 2023, Pernambuco se posicionou como o terceiro estado brasileiro com o maior número absoluto de crimes violentos, totalizando 1.722 casos de homicídios, latrocínios e lesões corporais que resultaram em mortes. De acordo com o levantamento do Monitor da Violência, realizado pelo g1, a partir de informações da Secretaria de Defesa Social (SDS), apenas a Bahia e o Rio de Janeiro superaram esse índice, com 2.515 e 1.790 ocorrências, respectivamente.
Os números do estado pernambucano no período de janeiro a junho deste ano superam até mesmo registros de locais densamente povoados, como São Paulo, com 1.509 casos, e Minas Gerais, com 1.272 casos. 
Considerando a taxa de crimes por 100 mil habitantes, Pernambuco se classifica como o mais violento do Nordeste e o segundo mais violento do país, apresentando 17,8 crimes violentos a cada 100 mil residentes. A média nacional para o mesmo período foi de 9,2, e o Amapá é o único estado com índice maior, registrando 19,9 crimes por 100 mil pessoas.
Apesar do cenário alarmante, Pernambuco apresentou uma redução de 4,8% nos crimes violentos em comparação ao primeiro semestre do ano passado. Essa diminuição superou a média nacional de 3%. Conforme a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada no fim de julho, cinco das 50 cidades mais violentas do Brasil estão localizadas em Pernambuco.
Lula

Governo Lula quer que ataques a escolas sejam punidos como crimes hediondos

Ideia surgiu partir de sugestão das famílias das quatro vítimas do atentado a uma creche em Blumenau (SC), em abril deste ano

Lula
Ricardo Stuckert/PR)
O governo federal anunciou nesta sexta-feira (21) que irá propor um projeto de lei para que ataques a escolas sejam punidos como crimes hediondos.
A ideia, segundo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), surgiu a partir de sugestão das famílias das quatro vítimas do atentado a uma creche em Blumenau (SC), em abril deste ano. Também foram assinados repasses destinados a cidades como Suzano (SP), onde um massacre matou dez pessoas em 2019.
Em alta no país, os atentados em escolas já vitimaram ao menos sete pessoas neste ano. No último mês, um ataque cometido em um colégio em Cambé, no Paraná, deixou dois estudantes mortos. Em março, uma professora foi morta em ataque a escola na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. Foram mais de 40 homicídios no âmbito escolar desde o começo dos anos 2000.
Em pacote de medidas anunciado nesta sexta, o governo propõe alteração na Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, com o objetivo de que tanto o homicídio cometido no interior de instituições de ensino quanto a violência em escolas (de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte) sejam considerados crimes hediondos.
No crime hediondo, o condenado não tem direito a fiança, é insuscetível a graça, indulto ou anistia e liberdade provisória, além de ter progressão de regime mais lenta. “Quero dedicar esse projeto de lei aos pais, mães e famílias de todas as crianças e adolescentes que perderam a vida no Brasil em face da violência”, disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, também discursou em evento do governo federal. “Foram 20 segundos necessários para que Blumenau fosse ferida, famílias fossem feridas e crianças retiradas de seu seio familiar. Eram quatro filhos únicos de famílias que hoje têm o seu ninho vazio”, disse.
“Estamos dando um passo importante com o encaminhamento desse projeto de lei, transformando em crime hediondo o crime cometido nas escolas. Quero fazer um apelo ao Congresso Nacional que, com celeridade, nos ajude a proteger a vida de nossas crianças”, acrescentou Hildebrandt.
Além do projeto de lei, o governo federal também propõe acrescentar novo inciso ao artigo 121 do Código de Processo Penal para prever nova espécie de homicídio qualificado: o homicídio cometido no interior de instituições de ensino, com pena de reclusão de 12 a 30 anos.
O objetivo, com isso, é que a pena do homicídio cometido no âmbito de instituições de ensino seja aumentada em um terço, na maior parte dos casos, até a metade, em casos em que a vítima é uma pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade.
A ideia é também aumentar a pena em dois terços se o autor for ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima. Ou tiver “qualquer outro título tiver autoridade” sobre o alvo, a exemplo de professores.
Em paralelo, o governo propõe criar um novo crime, denominado “Violência em Instituições de Ensino”, para as situações de lesão corporal praticada no interior das escolas, com pena de detenção de três meses a três anos. Em casos de lesão corporal grave, gravíssima, lesão corporal seguida de morte ou quando o crime é cometido contra pessoa com deficiência, a ideia é aumentar a pena em um terço.

Repasses a Estados e municípios

Também nesta sexta, o governo assinou repasses a 24 Estados, mais o Distrito Federal, e aos 132 municípios habilitados no edital Escola Segura, lançado em abril. Entre as cidades contempladas, está Suzano, onde um ataque a escola que deixou dez pessoas mortas em 2019 –o município receberá R$ 961,5 mil. Os repasses variam de cerca de R$ 240 mil, para cidades menores, até R$ 3 milhões, para determinados Estados.
Segundo o governo, os projetos habilitados e que serão financiados pelo edital envolvem medidas preventivas da patrulhas/rondas escolares das polícias militares ou das guardas civis municipais, cursos de capacitação para profissionais da área de segurança e cursos que contemplem o acolhimento, escuta ativa e encaminhamento para a rede de proteção às crianças e adolescentes. Além de pesquisas e diagnósticos, bem como fortalecimento da investigação e monitoramento cibernéticos.

CNN Brasil

João de Deus

João de Deus é condenado em mais 3 processos por crimes sexuais; penas já somam 370 anos de prisão

Restam quatro processos contra o médium para serem sentenciados pelo juízo de Abadiânia, em Goiás, todos em fase de alegações finais

João de Deus
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, foi condenado a 99 anos, 8 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado, em mais três processos sentenciados nesta segunda-feira (10) pelo juiz Marcos Boechat Lopes Filho.
Atualmente, João de Deus está condenado ao total de 370 anos, 9 meses e 15 dias de prisão, além de um ano de detenção. As sentenças aguardam julgamento de recursos e ainda não transitaram em julgado (quando não há mais como recorrer de uma decisão).
As condenações desta segunda abrangem crimes de estupro de vulnerável e de violação sexual mediante fraude, envolvendo oito vítimas e crimes praticados entre os anos de 2010 e 2018.
João de Deus também foi condenado ao pagamento de indenização por danos morais às vítimas em valores de até R$ 100 mil. O médium segue em prisão domiciliar por decisão em segunda instância.
Restam quatro processos contra João de Deus para serem sentenciados pelo juízo de Abadiânia, em Goiás, todos em fase de alegações finais.

CNN Brasil

Discord: desafios e combate à disseminação de conteúdo violento

Aplicativo popular enfrenta investigações e ações para conter práticas criminosas

Foto: Juca Varella
O Discord, um aplicativo popular entre os jovens, vem enfrentando investigações devido à presença de canais que propagam conteúdos relacionados ao nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual. Embora seja amplamente utilizado por gamers para se comunicarem durante jogos online, criminosos têm se aproveitado da plataforma para disseminar conteúdos violentos.
Semelhante ao WhatsApp, o Discord oferece recursos de chat de voz, texto e vídeo, permitindo que os usuários participem de salas de conversa com amigos e desconhecidos. No entanto, tem sido um espaço onde comunidades violentas têm surgido, preocupando autoridades e especialistas.
Diante disso, a Procuradoria-Geral de Justiça lançou uma força-tarefa e disponibilizou um endereço de e-mail (nai.intolerancia@mpsp.mp.br) para que as vítimas possam registrar denúncias de atos ilícitos de intolerância e misoginia cometidos por meio do Discord. A iniciativa busca responsabilizar os envolvidos nesses crimes.
É importante ressaltar que essas práticas são criminosas e não devem ser encaradas apenas como desafios realizados por crianças e adolescentes. Na verdade, a maioria dos delitos é perpetrada por adultos que se aproveitam da vulnerabilidade da plataforma em relação aos mais jovens para disseminar atrocidades.
Segundo especialistas, é fundamental que pais acompanhem de perto as atividades de seus filhos nas redes sociais, verificando o conteúdo que estão consumindo. Além disso, é recomendado estabelecer horários e limites para o uso das redes sociais, bem como propor atividades que não envolvam apenas dispositivos eletrônicos, como brincadeiras ao ar livre e contato com a natureza.
O combate aos crimes no Discord envolve não apenas a atuação das autoridades, mas também a participação das escolas, do Poder Público e da sociedade civil na regulação dos aplicativos digitais. A conscientização sobre os perigos e a criação de mecanismos de segurança são essenciais para proteger os usuários e evitar a propagação de conteúdos nocivos.